segunda-feira, 23 de maio de 2005

GAMBOA 2005

* O Quê Que o Gil Tem?

Sim, o quê que o Gil tem, que fez com que cerca de 70 mil pessoas ficassem á espera até ás seis da manhã de Domingo para ver actuar este jovem cantor caboverdiano?
Digo-vos, foi impressionante de se ver. Quando cheguei a Gamboa o público vibrava ao som dos Ferro Gaita. E logo a seguir o entusiasmo começou a esmorecer com a fraca actuação de Norberto Tavares. Nem os antilhanos Exile One e nem mesmo os brasileiros Raça Negra conseguiram por os praienses a mexer. Só com a entrada em palco de Grace Évora o público voltou a vibrar. E quando o intérptrete de Lolita deu lugar a Beto Dias, Gamboa foi ao rubro. Beto conseguiu recuperar a adrenalina do público que aplaudiu o Codé de Tarrafal do inicio ao fim. Foi quase perfeito. Quase.
Porque depois anunciaram Gil Semedo.E foi a loucura total. Houve de tudo: gritos, empurrões,emocionados que nem sabiam o que fazer...E ás sete da manhã quando Gil se despediu o público ainda queria mais. Mas lá teve que voltar a casa. Cansados, mas felizes.
Pessoalmente, eu até prefiro Beto Dias como compositor e interpréte, mas tenho que reconhecer que Gil é um enterteiner nato. Viu-se que a sua actuaçaõ foi pensada ao pormenor, desde a entrada ao palco, até ao fim. Ele é um verdadeiro show man e isso viu-se também na entrevista que os três artistas deram a seguir á Rádio de Cabo Verde(a que tive o privilégio de assitir in loco). Beto(tímido e humilde),Gil(o mais extrovertido dos três) e Grace (muito simpático) estavam cansados mas satisfeitos com a recepção que tiveram do público. Um público que, diga-se a verdade, só estava a espera deles para vibrar em pleno.



*Um Certo Olhar.

Nesse Gamboa 2005 viu-se de tudo. O areal daquela praia e as calçadas da marginal foram palcos de cenas de todos os géneros: cómicas, dramáticas, romanticas, etc.
Um dos pontos mais positivos deste evento foi a segurança. A coordenação entre a POP, a PM e os Bombeiros resultou em pleno. Houve disturbios, claro, mas eles foram sempre sanados pela pronta intervenção dos policiais.O público, de um modo geral, até que se portou bem. Fora o lixo, com que ninguem se preocupou em deitar ao sitio certo(algo habitual nesta cidade).
Notória foi a separação (fisica) entre o povo e aqueles que se auto- denominam a elite(!) desta cidade. Era ve-los junto ao hotel Mar e Sol, sem apreciar nada do festival, recusando-se a misturar com o zé povinho, e com aquela atitude de quem já foi lá fora e voltou, por isso são diferentes. Um dia destes vos falo mais sobre este fenómeno.

Mesmo no fim, as sete e tal da manhã, quando já nos preparavamos para vir embora, depois das entrevistas dos tres artistas à RCV e Inforpress, um homem (provavelmente bêbado) aproxima-se de Gil e pergunta-lhe de chofre:

- Gil é verdade que cantaste no festival da Gamboa?

E Gil, meio encabulado, lá respondou:

- Sim, é verdade...

4 comentários:

Silvino Évora disse...

Gostei muito da forma como narraste a "estória" da Gamboa, neste artigo. Parabéns

Kamia disse...

Obrigada pelo teu comentário, Silvino. Fico contente que tenhas gostado.

Anónimo disse...

Kamia confesso que tenho lido assiduamente os teus artigos e tenho adorado!Continua assim...Beijos

Kamia disse...

Muita gente não percebeu este diálogo entre Gil e o bêbado.
Gente, depois do "escândalo" que se fez com a actuação do Gil alguem ir lá perguntá-lo se ele cantou... é dose! Eu achei a maior piada.