quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Contar Cabo Verde

Pouco a pouco, estou a voltar à chamada socialização. Ontem estive no lançamento dos novos contos de Fátima Benttencourt: Mar - Caminho Adubado de Esperança (uma edição do Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro).
Pela primeira vez, desde há muito tempo, estive no lançamento de um livro como acho que todos os lançamentos deviam ser: com uma certa dose de informalidade, descontração e muita emoção e calor humano. Nada daquela fria informalidade e pomposidade. Gostei muito da intervenção de Vera Duarte, uma das apresentadoras, que empunhou corajosamente a bandeira do género (nestes tempos em que não fica bem defender e marcar posição pelas mulheres pois logo se é acusado de feminismo) e da análise que fez da obra.
Uma das coisas que Vera Duarte referiu, e que me prendeu a atenção, foi sobre a leitura literal que muita gente faz daquilo que lê. Isto é, é mais comum do que podemos pensar num primeiro momento, acontecer a uma pessoa ler uma obra e identificar algum personagem - ou pelos menos sentimentos e situações vividos por algum personagem - como sendo próprios do autor ( principalmente quando escritos na primeira pessoa mas não só).
É triste, mas há sim pessoas assim limitadas.
Do livro em sí não posso ainda dizer muito, porque ainda apenas lhe dei uma leve vista de olhos. Mas achei charmosa a ideia de cada conto ser precedido da letra de uma música, músicas que como os contos de Fátima Bettencourt narram a odisseia da emigração do povo caboverdiano.

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