sexta-feira, 6 de julho de 2007

Aplausos

Apesar de já vir tarde gostaria de deixar registrado o quanto gostei do texto do César Schoffield no A Semana, sobre o estado em que se encontra o Palácio da Cultura. Para além de pôr o dedo na ferida e denunciar uma situação verdadeiramente vergonhosa, Schoffield ainda enfeita o texto com deliciosas tiradas de humor.
Na verdade e infelizmente, situações a pedir denúncia e exposição pública (para ver se quem de direito toma vergonha na cara) abundam. Eu, por exemplo, estou pelos cabelos com o atendimento público que se faz nesta cidade (falo desta cidade porque é aqui que vivo). Já nem falo do atendimento nas repartições públicas porque isso é um clássico que resiste a crónicas de desabafo, formações em atendimento, etecétera e tal.
Fico mais surpreendida é que essa situação persista no atendimento nos serviços privados, nomeadamente no comércio. Toda gente sabe que, quando se tem concorrência, a qualidade da oferta tem que aumentar mas também a do atendimento, certo? Uma ova! A grande maioria dos gerentes e funcionários de casas comerciais, restaurantes e afins teimam em ignorar essa lógica e o que tenho constatado ( e várias pessoas já me manifestaram essa mesma sensação) é que o que acontece na maior parte das vezes é serem tratados nos estabelecimentos comerciais como se estivessem a incomodar quem os atende, como se ao nos darem a mínima atenção estivessem a fazer-nos um grande favor.
A solução óbvia para esse problema seria apostar na formação, sensibilizar os agentes do atendimento público. Mas, tratando-se de estabelecimentos privados, quem vai convencer o proprietário a gastar dinheiro nessa formação? Principalmente quando ele mesmo não a tem e também não sabe lidar com os clientes nem percebe a importância que isso tem.
Um país obcecado com o turismo não pode dar-se ao luxo de ignorar este problema. Mas atenção, o bom atendimento não pode nem deve ser só para o turista.

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