sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Finalmente Debate

Tenho seguido os comentários ao filme Cabo Verde, Nha Cretcheu na bloguesfera e fora dela. E embora tenha sido chamada ao assunto pelo Abraão ( a propósito, toda gente já deve estar cansada de me ouvir dizer que eu não me assumo como outra coisa que não seja cinéfila. Especialista? Quem me dera :) ), só agora dicidi participar na discussão online.
Primeiro devo dizer que agora sim, o Abraão escreveu um texto de opinião. Desde o inicio que eu me perguntava como é que o Abraão que tem capacidade de escrever bons textos tinha escrito um texto daqueles. Não se trata da opinião que ele tem do filme - ele é livre de gostar ou não - mas da maneira como ele a expôs; logo ele tão exigente e vigilante em relação à qualidade da obra dos outros.
Se por um lado concordo com ele quando deixa perceber que não alinha pela politica da defesa de tudo o que é feito por cabo-verdianos, independentemente da sua qualidade, por outro não posso deixar de lembrar ao Abraão que, com certeza os seus quadros de hoje não tem a mesma qualidade que os primeiros que ele fez. Não há outra maneira de se melhorar do que ir experimentando. E para saber o que tem que ser melhorado tem que se mostrar o trabalho feito. Agora, a maneira como se apontam as falhas, essa também, é importante.
Quanto à preocupaçaõ do Abraão em relação à imagem de Cabo Verde que o filme poderá levar para fora, eu não me preocuparia. Afinal sempre temos quem, volta e meia, vá lá fora mostrar o lado sofisticado de Cabo Verde, como é o caso do próprio Abraão.
Algo que o Tide disse me chamou a atenção: "Nos mentalidi di bairru, di konxi tudu algen, di sabi di vida di tudu algen ka ta dexanu entra na mundu sima sta."
Não sei se é exactamente isso que ele quis dizer mas eu interpretei como aquela mania bem cabo-verdiana de diminuir e receber com desconfiança o trabalho dos outros só porque o autor é "o fulano que mora aí na esquina ao lado" ou "sicrana com quem andei na escola".
Não estou a dizer isso aplicando ao caso em questão (o tal filme) e nem partindo do principio que é essa a atitude do Abrãao (creio que não). Estou a falar de uma atitude habitual de muitas pessoas que parecem valorizar mais uma obra quanto mais distante o autor estiver do seu quotidiano.
O meu comentário ao filme está no A Semana de hoje. Não é uma critica completa e inclusive gostaria de ter tido a oportunidade de ver o filme mais vezes (como faço quando escrevo criticas) para comentar com mais propriedade.

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