quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Da Manifestação

Ontem lia o Expresso das Ilhas online e chamou-me a atenção uma notícia sobre uma marcha de estudantes para protestar contra a criminalidade e, mais particularmente, contra a morte de um colega (assassinado durante o festival que aconteceu fim de semana passado na Gambôa). Segundo o texto, houve uma participação massiva e, como não podia deixar de ser, estabelece comparação com a manifestação contra a violência organizada por um grupo de cidadãos e publicitada nos blogues.
Por razões de natureza pessoal ,eu ( que já tinha saído de casa a caminho do ponto de encontro) não fui a manifestação, para a qual cheguei a preparar o meu cartaz, e só na segunda-feira ao ver imagens da RTP África comprovei a fraca participação. Mesmo assim não acho que tenha sido um fracasso total porque pelos menos falou-se no assunto e mesmo quem não foi não terá ficado indiferente à coisa.
Alguem que comentou o texto do Expresso disse que dirigia-se ao local com amigos para participarem mas quando perceberam que a pessoa X estava à frente da manifestação desistiram...
Bom, claro que é lamentável que alguem desista de apoiar uma causa em que acredita só porque não morre de amores por alguem que está metido no assunto. Mas isso levou-me a pensar naquilo que eu já tinha referido: tentar não fazer destas iniciativas uma coisa de uns quantos (maioritariamente estigmatizados com o rótulo de elite) e sim engajar devidamente toda a população. Porque não envolver a Pró-Praia e outras associações e ONGs, as escolas, os líderes comunitários, as igrejas...
No entanto, é vergonhoso que as pessoas fiquem em suas casas e escritórios porque quem está à frente da iniciativa é "aquela malta do costume, que quer estar metida em tudo". Putz.
E também não ajuda nada estarem a associar estas iniciativas a motivos políticos. Era o que faltava: agora não se pode protestar contra caçu-bodi sem se ser rotulado de agitador político?!

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