As férias do SoPaFla estão a alongar-se mais do que o previsto, por diversas razões. Tive que me ausentar durante uma semana e provavelmente voltarei a ausentar-me esta semana.
Passei uma semana entre São Vicente e Santo Antão (o último post foi escrito em Santo Antão) mas, desde que voltei não pude actualizar o blog devido à situação que temos vivido aqui em Santiago.
A electra continua a superar-se e tem presenteado os habitantes desta cidade com apagões diários. Há zonas que chegam a ficar mais de 24 horas sem eletricidade. Noutras, os cidadãos revoltados, correndo risco de vida, refazem a ligação da eletricidade assim que os homens da electra viram as costas, após procederm ao corte.
Compras de mais de cinco contos deitadas ao lixo devido a frigoríficos involuntariamente transformados em armários. Restaurantes e outros serviços á beira da falência. Na minha rua, a cabeleireira fica á varanda com uma expressão de tristeza que mete dó. Uma moça, que é uma espécie de mulher a dias lá de casa, e que também ganha algum dinheiro a vender água gelada no sucupira, disse desanimada que já não tem como vender.
No escritório, fala-se em mudar o horário de trabalho - já que na zona só há eletricidade a partir das 15 horas - pois até instalar-se o gerador (que finalemnte já chegou!) os tabuleiros de expediente estarão cheios até ao tecto.
Praia (principalemnte a zona do Plateau, onde cada loja de chineses têm um motor á porta, ou seja porta sim, porta não) rende-se à poluição sonora pois, quem pode instala um motor à porta para ter um pouco de eletricidade. E o barulho,
a ser música, é das piores que já se compôs.
Entre boatos exagerados e ameaças (há quem diga que os chineses serão os novos donos da electra, a quem fale num apagão total e difinitivo), a EDP/AdP quer ir-se embora, José Maria Neves quer que eles se vão embora e, enquanto eles não se decidem nem chegam a acordo, a vela é bem de primeira necessidade, as lâmpadas fluorescentes recarregáveis esgotam-se nas lojas e os
thugs sentem-se, mais do que nunca, livres para agir. A NATO foi-se embora, já não há PMS nas esquinas. Nem o
romantismo imposto chega para nos levantar o moral.
Para não desanimar, vou voltar atrás no tempo sempre que necessário e, lembrar os dias passados em Santo Antão e São Vicente. Terapia...