quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Anúncio/Convite

Dia 2 de Janeiro de 2006
2º Aniversário do SoPaFla
Estão todos convidados para as Monumentais Festas de Comemoração!!!

LEITURA EM DIA

( O estado em que se encontra este blog: depois do infeliz post anterior, onde muito se escreveu e pouco se disse, ouso roubar a frase da miss Bomba Inteligente e os parêntesis introdutórios do monsiur Albatrozberdiano. Mais! Ouso afrontar o anônimo chateado que comentou neste post ao voltar a falar de...livros.)

@ Da brasileira Patricia Melo tinha lido Inferno, a impressionante história de um menino de favela carioca que se torna líder do tráfico da área. Um soco no estômago. A história e a escrita de Patricia Melo. Ritimo acelerado e uma linguagem narrativa que nos remete para o universo cinematográfico, familiar á escritora que é também argumentista. As frases curtas, as palavras que se sucedem, são como tiros.

"Sol, piolhos, trambiques, gente boa, trapos, moscas, televisão, agiotas, sol, plástico, tempestades, diversos tipos de trastes, funk, sol, lixo e escroques infestam o local. O garoto que sobe o morro é José Luís Reis, o Reizinho. Excluindo Reizinho, ninguém ali é José, Luís, Pedro, Antônio, Joaquim, Maria, Sebastiana. São Giseles, Alexis, Karinas, Washingtons, Chrisians, Vans, Daianas, Klebers e Eltons, nomes retirados de novelas, programas de televisão, do jet set internacional, das revistas de cabeleireiras e de produtos importados que invadem a favela." - De Inferno, Patricia Melo (2000) -

Agora li a primeira obra, Acqua Toffana. Puro veneno urbano. Patricia Melo disseca a violência em São Paulo através dos relatos da anti-social mulher de um serial killer, que quase sente ciùmes das vitimas do marido, e de um pacato cidadão planeando de mil maneiras o seu primeiro assassinato. Viciante. Mas nota-se um pequeno disiquilibrio entre a primeira e a segunda parte e um certo arrastamento das duas histórias. Fica a impressão de que resultariam melhor como contos (mais curtas). Mesmo assim, já lá está aquela adrenalina de inferno, mas um pouco contida: como águas violentas de uma barragem prestes a rebentar as comportas.

Fiquei com vontade de mais. Estou curiosa por ler as restantes obras, principalmente Matador (de1995 e que foi transposto para o cinema) e o mais recente Valsa Negra.


@ Recebi de presente de natal (eu tenho sorte, ainda há quem me ofereça livros!) A Segunda Era dos Media de Mark Poster. Não poderia receber livro mais útil e adequado á minha situação actual de estudante de comunicação e "bloguista". O livro aborda uma nova interpretação dos média, tendo em conta a teoria crítica(Mark Poster defende que a segunda era dos media está para a nossa época como os meios de produção para os finais do sec. XIX, quando Marx traçou a sua teoria). Em A Segunda Era dos Media o papel dos meios de comunicação nas sociedades actuais é escrutinado e aborda-se também as comunicações eletronicas e as suas relações de diferença com o discruso e a escrita "normais".

Ainda estou a lê-lo por isso guardo mais comentários para depois. Se nenhum visitante se sentir incomodado. Não. Mesmo que algum visitante se sinta incomodado. Eu hoje acordei assim (tau! e vão duas na Bomba Inteligente).

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

PUB made in CV

Publicidade de natal dos TACV(Transportes Áereos de Cabo Verde) para imprensa.

É um facto: a publicidade criada em Cabo Verde evolui positivamente a cada dia. Na televisão, nas rádios, imprensa e pelos outdoors espalhados pelo país, essa melhoria está bem patente. Demorou mas, parece que finalmente a publicidade em Cabo Verde deixou de ser encarada como luxo supérfluo, a que só muito poucos aderiam e que infelizmente tinham que recorrer a profissionais não especializados (soube que já ouve até casos de grandes empresas que entregavam toda a liberdade criativa - toda mesmo ! - ao camaraman da televisão encarregado de filmar o spot publicitário). O que resultava em publicidades mal feitas, campanhas mal lançadas e, claro, que pouco retorno traziam ao anunciante.
Mas, felizmente, o progresso que se registra em Cabo Verde chegou também ao mundo da publicidade. Por fim as empresas, serviços, etc., descobriram o poder da publicidade e finalmente dispõe de pessoas capacitadas para o trabalho.
Claro que continua a existir muita coisa mal feita e a originalidade continua a não abundar (o que é grave pois é o cerne da arte publicitária). Mas já se vê muita coisa boa feita aqui nas ilhas.

Os meios onde se notam mais as melhorias são a imprensa e televisão. A publicidade radiofónica continua a soar toda igual, tentando ter graça mas descambando no ridículo. Eu acho. Desconfio que isso se deve ao facto de que muitos, julgam que a publicidade radiofónica é mais fácil e que qualquer um pode rabiscar um texto “publicitário”. Texto esse que o apresentador de serviço (ou o "actor" contratado) trata de debitar tentando quase sempre ter muita piada e onde o mais importante (o produto a publicitar) acaba por ficar em segundo plano.
Na televisão também ainda subsiste um pouco esta "modalidade". Mas ,graças a Deus, já menos frequente. Vai se ganhando bom gosto. As grandes empresas já apostam em anúncios visualmente atraentes, graficamente bem cuidados, com bons textos e originais q.b.

Onde penso que a publicidade made in CV está melhor é na imprensa. Tenho visto bons anúncios em revistas e jornais. Na sua maioria, são as grandes empresas, com mais recursos, que recorrem a especialistas. Ultimamente achei bem feitas as da CVTelecom que vi nas página do A Semana (aquela última para a televisão com os balões também não está mal) e achei gira a dos TACV, onde se advinha o Pai Natal refastelado num assento de um dos seus aviões. Contudo, já não vi aquilo em algum lugar? Não sei, talvez seja só impressão minha. Ah! As da Sita (tintas) para o natal também estão muito boas (tanto o televisivo, como o para imprensa).
Os outdoors são um caso a parte. Pululam por aí mas a qualidade não abunda. É dificel encontrar um que seja suficientemente chamativo e original. Refiro-me, é claro, aos que trazem publicidade nacional. Não aos da Coca –Cola, SuperBock, Compal e companhia lda, que vieram dar outro colorido ás nossas avenidas e oferecer-nos mais de perto as marcas estrangeiras.

Bem, agora a coisa só pode melhorar. É deixar trabalhar as pessoas certas, formadas na área, gente jovem com ideias inovadoras e principalmente aproveitar o que é nosso, a nossa história, as nossas referencias, a nossa cultura. Só assim teremos publicidade cabo-verdiana genuína e original.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

In Memoriam


Foi há um ano. Ainda se reconstrói aquilo que a fúria das águas levou. O que não pode ser recuparado, recorda-se. Com saudades.
No título, link para a notícia da efeméride.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

DUELO

Todos os anos o duelo repete-se: velhote de pijama vermelho vs. menino deitado na palha. Pelo que tenho visto por aí, o Pai da Tal tem levado a melhor...



Tenho estado down. KO. Doente. Daí o "silêncio". Mas tinha que cá vir deixar os meus votos de Bom Natal. Para quem está com o Santa, muitas prendas no sapatinho. Para os que estão com o menino Jesus, muita luz neste novo renascer.
Ou então, as duas coisas.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Gosto Também De...(4)



Fotografar olhos. De pessoas, de animais, os meus...

Este olho é que é meu. O do lado (lá no perfil) é emprestado.

Estou a olhar para ti. Sim, para ti... :)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

VIAGENS NO AUTOCARRO 10

Volta e meia regresso ao Autocarro 10. Parece que é o meu "assunto" favorito. Para quem não sabe do que estou a falar veja no arquivo os posts Autocarro 10: Calabaceira/Palmarejo (Abril) e Debate no Autocarro 10 (Outubro).
Dizia eu que, o Autocarro 10 parece ter ganho um lugar cativo no meu blog. A verdade é que, as viagens no dito autocarro dariam matéria para milhentas crónicas ao mais desinspirado escriba. Já tinha aqui comentado as surpreendentes "saudades" que sinto destas viagens desde que o escritório contratou serviços privados de transporte para os funcionários. Mas afinal, uma vez por outra, quando me vejo obrigada a fazer serão no escritório em vez de ir para as aulas, o regresso á casa se faz pelo Autocarro 10 (que é o único que sai do Palmarejo e passa pela minha zona). E estas viagens nunca são a mesma coisa.

A viagem ideal no Autocarro é quando ele vai quase vazio, o radio está desligado, o motorista não tem nenhum incêndio para apagar e por isso posso ir com o meu livro da ocasião aberto no colo a ler.Ou então vou vendo o caminho por onde passo. O engraçado é que, apesar de ser sempre o mesmo percurso, há sempre coisas diferentes para ver. Um céu de fim de tarde que hoje está cor-de rosa e amanhã alaranjado; um cão preto a brincar com um cão branco que me faz pensar num dos meus filmes preferidos (Gato Preto/ Gato Branco de Emir Kusturica); o mar visto da marginal, um dia com um bote ao longe no outro um barco de carga grande demais para acostar ao cais.
Mas a maior parte das viages no Autocarro são: música ( quase sempre deca ou choradeira sertaneja) em alto volume, conversas entre passageiros (que quase sempre acabaram de se conhecer) em alto volume, mais passageiros no autocarro do que o permitido, passageiros que atiram lixo pela janela (o esforço que eu faço para me conter e não mandar uma boca ao(s) prevaricador(es) !), motoristas (tão empenhados em ganhar mais um cumbú* para os patrões, que ele são!) que param fora das paragens para deixar entrar mais gente e não param na paragem para deixar descer, a não ser que o passageiro grite bem alto para ele parar ( os nossos autocarros não têm botão para pedir paragem, se tivessem já estariam estragados, claro) entre outras coisas mais. Nos dias em que estou realmente cansada e sem paciência, este tipo de viagem só me stressa mais. Mas se estou bem disposta, faço a viagem de espírito aberto. Observando tudo com atenção e sem preconceitos, tentando compreeder as pessoas menos superficialmente, ouvindo o que elas dizem pois, muitas vezes, o Autocarro é um espaço social onde as passoas manifestam publicamente aquilo que pensam do que vai acontecendo neste nosso país, entre outras coisas.

Depois existem as viagens realmente infernais: o Autocarro a rebentar pelas costuras, musica em volume especial "detonação de tímpanos", motorista surdo e candidato a record de velocidade, passageiros ao berros ( a reclamar do motorista, com razão), cheiros que não são propriamente o Boss in Moction ou Flower by Kenzo...É aí que eu desisto, desço na paragem mais próxima e meto-me num taxi (ou vou mesmo a pé, arriscando um caçu bodi**) porque, por mais que uma pessoa queira cultivar a simplicidade, contribuir para o meio ambiente e principalmente fazer economia...não há condições!


* Dinheiro (calão angolano).
** Assalto (calão cabo-verdiano).



(Páragrafo totalmente á parte e descontextualizado dos anteriores): Alguem reparou e contou quantas reportagens com o nosso primeiro ministro José Maria Neves passaram ontem no Telejornal?!? Eu perdi a conta na nº cinco...Como é que se chama a isto? Ai, como é mesmo? Está-me na ponta da língua...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

iMPRESSÕES

iMargens Marginalizado. O 1º Festival de Cinema e Video dos países de língua portuguesa chega ao fim amanhã, e parece que o saldo não é lá muito positivo. Nas sessões a que assisti até agora as salas estavam vazias (três gatos pingados) e, pelos comentários dos que foram a outras sessões, tem sido mais ou menos assim em todas. Senti-me tentada a culpar o organização de pouca publicidade mas reconheço que não é nada disso. Anunciou-se na televisão (TCV e RTP África), na rádio, há cartazes por todo o lado e também na internet se tem divulgado. O problema está mesmo no público cabo-verdiano.
O quê? Filmes sem heróis musculados aos pontapés e mocinhas curvílineas aos gritos?! Nada de explosões e perseguições?! Não há comédias disparatadas?! Náááá !!! E mesmo os intelectuais e pseudo-intelectuais que polulam por estas ilhas não tem dado as caras. Está tudo a ver um Benfica - Manchester, um Porto - Artimedia. Ou então a encher avenidas em passeatas... Mas, eu caia mortinha se amanhã a gala de encerramento e atribuição dos prémios na AN não vai estar á transbordar de chiques-vipes e intelectualóides. Pois é.


Gilyto, Mr. Entertainer (?!?). Aí está um jovem que sabe bem o que quer e como o conseguir. Gilyto começou a sua carreira um pouco na sombra de Gil Semedo de quem, se não me engano, é primo e em quem "inspirava-se" muito. Agora parece finalmente estar a conseguir o seu lugar ao sol, muito por conta do modo inteligente como tem feito uso de certos recursos.
Gilyto tem há quase um ano um enorme outdoor na avenida mais movimentada da capital, a publicitar o seu CD Diamante Africana ( a ousadia do jovem vai ao ponto de fugir ás regras da gramática para dar título ao seu album). Não sei os custos de tal investimento, mas não deve ser pouca coisa e não é empreitada para qualquer cantorzinho sem padrinhos poderosos.
Agora Gilyto acaba de lançar um DVD que inclui 11 video clips, a sua biografia e comentários de várias personalidades ligadas á música, incluindo Gil e Vado Semedo. Para tal façanha, ainda novidade entre os cantores cabo-verdianos (noutras paragens isso já acontece há muito) Gilyto foi apadrinhado por pesos-pesados como a TACV, a Fnac, a Garantia, a site For CV, entre muitos outros.
Gilyto tem também um site (www.gilyto.com) onde encontramos um pouco de tudo. Desde agenda de concertos (baptizado de Diamante Tour), comentários da imprensa, a apresentação do DVD, fotos e onde se pode comprar os CDs dele.
Não é impressionante? É que aqui em Cabo Verde as pessoas gostam de Gilyto sim, mas ele não é um dos "grandes", ele não tem essa força toda. Parece-me que é lá fora, entre os imigrantes que Giltyto tem começado a atrair mais público. Porém, ele parece estar determinado a conquistar um lugar de destaque. E para isso está a fazer uso da poderosa máquina que é o Marketing e a Publicidade. Tanto que, daqui a uns tempos, ele que nomeou-se a si mesmo Mr. Entertainer começará a ser assim chamado pela imprensa e por todos. Mesmo que para chegar a ser um verdadeiro Mr. Entertainer tenha ainda muita cachupa para comer.


Valorização. Falando em publicidade lembrei-me agora duma coisa "engraçada". Sabem aquela publicidade que anuncia novos edifícios junto ao Palácio do Governo (mas do outro lado da avenida, ao lado do Gimno Desportivo) e refere-se áquela zona como a mais valorizada da cidade? Pois é, não ponho em causa o valor da área mas bem que podiam fazer qualquer coisa quanto ao mau cheiro que por lá há. Uma pessoa passa por lá no seu jogging e quase cai para o lado, intoxicada. Outra área hipervalorizada é o Palmarejo. Sim, as vacas e bois que por lá desfilam durante o dia dão muuuuuito valor ao local. E o cheiro nauseabundo junto aos prédios novos?! Muuuuito valorizante! Sei...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Gosto Também De...(3)

I love you, Porgy
Don't let him take me
Don't let him handle
me
And drive me mad
If you can keep me
I want to stay with you
forever
And I'll be glad
I love you, Porgy
Don't let him take
me
Don't let him handle me
With his hot hands
If you can keep me
I
want to stay with you forever
I like my man
Someday I know he's
coming
Back to call me
He's gonna handle me
And hold me so
It's
going to be like dying, Porgy
When he calls me
But when he comes, I
know
I'll have to go

Billie Holiday - (I LOVE YOU) PORGYGeorge and Ira Gershwin / DuBose Heyward

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

TEMPUS FUGIT

Ser trabalhadora-estudante é isto: há alturas que sobra tempo para muita pouca coisa, inclusive postar como deve ser.
Mas estou atenta. Vou vendo e sabendo das coisas. E heis um pequeno resumé do que tenho captado por aí:


* A nova frase-bordão de José Maria Neves, depois de coisas como " Cabo Verdi sta na moda" e "Cabo Verdi bali pena", é "Cabo Verde dja brancu dja".Oh Deus...bem, não há belo sem senão.


* Já está a acontecer o iMargens, festival de cinema lusófono a que coube a honra Cabo Verde receber. É uma oportunidade imperdível, mas com sessões a começar ás 4 da tarde muita boa gente vai perder.


* Eurico Monteiro e alguns compinchas do PCD (Partido da Convergência Democrática) estão de volta ao MpD para disputar as eleições de 2006. Já ouviram falar daquele suposto filme "O Regresso dos que Nunca Foram"? Há gente latosa!


* Os Ferro Gaita abrilhantaram o encerramento do festival Kalalu World Music Festival. Mais uma conquista da musica caboverdiana, enquanto aguardamos os resultados dos Kora Award para saber se Cise e Johnny Ramos tiveram sorte.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

O Dia Vermelho





Mais um ano. E a Igreja Católica continua a proíbir o preservativo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Gosto Também De... (2)



Praia de Chaves, Ilha da Boa Vista. A invasão ainda não começou, mas já se anunciou...

domingo, 27 de novembro de 2005

FLAGRANTES

Flagrante visto: Numa cidade em constante crise de energia, numa zona onde frequentemente, á noite, as ruas não estão iluminadas...heis que em plena tarde há luz no poste para competir com o sol.






Flagrante ouvido: Soube que no congresso do PRD, ontem realizado na Assembleia Nacional, alguns representantes do círculo de S. Miguel e Santa Catarina ficaram encatados com os elevadores do edifício e trataram de aproveitar ao máximo a descoberta para fazer sucessivas viagens. Ao que pareçe, era um sobe e desce que nunca mais acabava e um dos maravilhados com o engenho chegou a declarar que "sentiu o coração a parar no peito", durante a emocionante subida.

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

"PENSATÓRIO"


Disse Van Gogh que o resultado do pensamento não tem de ser o sentimento mas a actividade. Amilcar Cabral também disse que devemos pensar pelas nossas próprias cabeças.
Vou pensar sobre isto. E outras coisas mais.

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Gosto Também De...


Ná oh Gatinho, ná...

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

CALENDÁRIO





2ª - 14/11
Ainda na ressaca do furacão Awilo Longomba que, ao que parece, agitou a capital. Awilo pôs um Estádio da Várzea cheísssimo a tirar o pé do chão e literalmente levantou poeira.
Ainda na ressaca da grande e merecida vitória de Tcheka no prémio RFI, Musique du Mond. A palavra é mesmo ressaca, porque a vitória foi festejada com champanhe oferecido pelo ministro da Cultura, com direito a passar pelas camaras da TV. Os exageros, ai os exageros...

3ª - 15/11
Desde que o escritório contratou serviços de transporte privado para os funcionários que deixei de beneficiar daquela viagem matinal no Autocarro 10 - Calabacera/Palmarejo. E dou por mim a sentir falta daquelas viagens recheadas de pequenas coisas que me marcavam, daquelas conversas sem dono, dos episódios insólitos...

4ª 16/11

Eu bem tento poupar o pessoal da TCV mas eles não deixam! Saem-se com cada pérola: 1. Há algum tempo, numa reportagem na ilha do Fogo, Filomena Vera Cruz repetiu três vezes bataria, quando o que queria dizer era bateria. 2. Em entrevista a alguns turistas, a próposito da ligação por ferry boat entre Santo Antão e S. Vicente, Eduíno Santos sai-se com esta: do you talk English? Se eu fosse o turista responderia: no, but i speak English. Do you mind? 3. Por fim, Fatinha Almeida - a apresentadora do CV Trash...oops! Digo, CV Fashion - passou a semana inteira a repetir o mesmo erro, por conta de um anúncio ao filme Shakespeare In Love. Na pronúncia de Fatinha o nome do bardo soava assim: Sheicaspire (ler como está escrito). Como dizia certa personagem de Teixeira de Sousa: Djiza Craise (Jesus Christ)!


5ª 17/11
A saga das medalhas prossegue. José Maria Neves e Pedro Pires continuam a competir pela medalha do Maior Medalhador de Cabo Verde e agora começaram a distribuição na diáspora (JMN na Europa e PP em Angola). Eu cá por mim penso que já é tempo de homenagearem e medalharem devidamente o fabricante e/ou fornecedor das medalhas. O sujeito não deve estar a ter descanso para dar conta de tanta encomenda... Os exageros, ai os exageros...

6ª 18/11
No A Semana, José Leite reage ás vozes descontentes com o último nº do seu programa radiofónico, Noite Ilustrada, durante o qual os ouvintes ligaram para dizer em quem tencionam votar nas próximas legislativas. 128 telefonaram para dizer que vão votar no PAICV e apenas 37 dos que vão votar MpD ligaram. Não satisfeito com este resultado, o MpD parece que já ameaçou o jornalista com Tribunal e suspira pela volta ao poder para recomeçar a censura, que foi uma marca particular dos seus dois governos. Paxenxa!
Também no A Semana, a execelente reportagem O Céu é o Limite de Teresa Sofia Fortes, sobre o momento de glória que vive a nossa música e os nossos músicos. Parabéns!

Sábado 19/11
O pequeno concerto do adolescente Djodji no Tabanka Mar foi uma agradável surpresa. Não fui para ouvi-lo e, sinceramente, esperava mais do mesmo (aqueles zouk love caramelizados, com umas letrinhas sem nenhum conteúdo que se aproveite). Mas Djodji apresentou o seu novo repertório, composto de músicas com clara influência da MPB e de R& B (a lembrar o britânico Craig David) mas com o ritimo caboverdiano bem demarcado. O público gostou porque foi bom. A Djodji só falta um bocadinho mais de maturidade interpretativa e autenticidade na postura em palco.

Domingo 20/11
Resolvi dar uma de Chef e apostar na mistura de sabores. Casei o nosso xerém com a moqueca de peixe bahiana. Exótico demais? Eu gostei. E lá em casa ninguem se queixou e não sobrou migalha.

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

SOLIDÃO II

Passam os carros e fazem tremer a casa
A casa em que estou só.
As coisas há muito já foram vividas:
Há no ar espaços extintos
A forma gravada em vazio
Das vozes e dos gestos que outrora aqui estavam.
E as minhas mãos não podem prender nada.
Porém eu olho para a noite
E preciso de cada folha.
Rola, gira no ar a tua vida,
Longe de mim...
Mesmo para sofrer este tormento de não ser
Preciso de estar só.
Antes a solidão de eternas partidas
De planos e perguntas,
De combates com o inextinguível
Peso de mortes e lamentações
Antes a solidão porque é completa.
Creio na nudez da minha vida.
Tudo quanto me acontece é dispensável.
Só tenho o sentimento supenso de tudo
Com a eternidade a boiar sobre as montanhas.
Sophia de Mello Breyner Andresen - Coral

SOLIDÃO



Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal
Um sinal, uma porta pro infinito irreal
O que não pode ser dito, afinalSer um homem em busca de mais
Afinal, como estrelas que brilham em paz
Lenine - O Silêncio das Estrelas

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

EH NOVIDAD, NHAS GENT !

Lura

@ IN : Tcheca, nomeado para um prémio da RFI, vai participar de um concerto com o brasileiro Lenine (adoro) e gravar um CD com este e outros musicos brasileiros. Lura está nomeada para o prémio BBC World Music. Fantástico! Estes jovens talentosos são motivo de orgulho para o nosso Cabo Verde. Estão a fazer chegar a nossa musica - uma das nossas maiores riquezas - a lugares onde há muito ela devia já estar. Parabéns aos dois, parabéns a Cabo Verde!





@ OUT: Ficamos a saber por Rosana Almeida (Telejornal, 06-11-05) que os cabo-verdianos têm MEDO de falar criolo (!). Mais: Rosana pediu á sua convidada em estúdio dicas para o Governo OBRIGAR os cabo-verdianos a falar criolo (!!!). Pensei que o máximo que o Governo podia, e devia, fazer era incentivar. Mas não, parece que vai ter mesmo que obrigar. E quanto ao medo...pensando bem, é verdade! Quando vou ao mercado as vendedeiras insistem em falar comigo em Português; nos serviços públicos os funcionários olham para mim horrorizados quando falo com eles em criolo e espreitam por cima do ombro, não vá o chefe ouvir; Na escola, eu e os meus colegas fechamo-nos na casa de banho quando resolvemos arriscar a trocar duas palavrinhas em criolo. É o medo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

BLOGUES DE CABO VERDE


A comunidade dos blogues caboverdianos continua a crescer, a rítimo lento, mas a crescer.Segundo Otília Leitão, existiraão cerca de seis dezenas de blogues cabo verdianos (Postal de Lisboa do Asemanaonline de Agosto de 2005)mas, assim como ela, eu não encontrei todos e sim apenas cerca de vinte. Os blogues made in Cabo Verde têm, naturalmente, caracteristicas próprias (como por exemplo, o facto de muitos serem escritos em criolo).Mas a comunidade ainda não mantem relações estreitas, ou seja, o diálogo entre bloggers não é muito frequente como acontece por exemplo em Portugal, onde chega a haver acesas polémicas ou "namoros" apaixonados entre blogues.Outra caracteristica dos blogues de cabo-verdianos é que muitos deles funcionam como cartão turístico das ilhas.
A maioria dos blogues são de "anónimos", como o meu, mas no fim de contas a maioria dos bloguers se conhecem.Há algumas figuras públicas, mas até onde sei não temos nenhum político na blogosfera, nem nenhum blog partidário (ainda bem, digo eu. Eles já monopolizam os jornais e telejornais...).Blogues com tema fixo também quase não existem (alguns sobre jornalismo,outros tantos sobre a cultura caboverdiana de um modo geral, um sobre televisão...). A maioria dos bloggers varia de temas ao sabor da actualidade.
Voltando ao surgimento do fenómeno blog ou blogue (abreviatura de weblog), em Cabo Verde, ele demorou um pouco a acontecer. Daqueles que conheço, o primeiro a surgir parece ter sido o Morabeza, em Julho de 2003, mas com postagens irregulares, numa média de apenas três meses em cada ano. Eu começei o meu SoPaFla em Dezembro de 2003 mas posteriormente eleminei os dois posts escritos nesse ano e iniciei do zero, a 2 de Janeiro de 2004. Sendo que vivia na altura em Portugal escrevia mais sobre o ambiente em que me encontrava do que sobre Cabo Verde.
2004 foi o ano do boom. Em janeiro abria a Casa dos Jornalistas e em Junho a musica e poesia cabo- verdiana encontraram espaço através do Aulil. Em Agosto de 2004 nascerem tres dos melhores e mais famosos blogues de cabo Verde: Lantuna, da produtiva Matilde Dias (colabora em mais dois blogues, se não estou em erro)- uma referência para quem quer se manter informado sobre a cultura de e em Cabo Verde. Os Momentos também aborda a cultura e inclui entrevistas. É dos que tem mais "relações internacionais" (diálogo com blogues estrangeiros).E o incontornável Albatrozberdiano de Filinto Elísio, diário público,desbafos poéticos, leve e no entanto profundo. No final desse ano chegava-nos Nosmédia do tarrafalense Silvino Évora.
Este ano de 2005 tem sido prolífero na blogosfera. O boca-a-boca tem levado muita a gente a interessar-se pelo assunto e, descobrindo-se a facilidade na criação e manutenção de um blogue, muita gente começa a aderir. Em Janeiro de 2005 surgiram o TVCinema (que fala sobre televisão e produção de documentários),o Bága Bága (poesia e musica em criolo)e - um dos meus preferidos, talvez por ser um pouco parecido com o meu - o Pedra Bika, que alterna criolo e português em comentários á actualidade cabo-verdiana e a curiosidades que vai observando.
Um dos últimos a surgir foi, em Agosto, o fotoblog (blogue que em vez de texto usa predominantemente fotografias)Akoka, dedicado á ilha do Sal. Também dedicado a uma ilha - neste caso o Fogo - é o Visit Fogo, que no entanto desde Julho está inactivo.Outro aparentemente extinto é o blogue KaFuka, do cineclube da Praia, que desde Agosto não dá sinal de vida. Pelos diálogos travados nos pop-up's de comentários este foi o espaço mais polémico da blogosfera.
Mais um inactivo, desde Julho - aliás, durou apenas dois meses - é uma experiência chamada Cabo Verde Nos Terra (cujo endereço www.nidiacv.blogspot.com é enganador)que reúne na página textos e fotos retirados de alguns sites sobre Cabo Verde e apresenta o cartão postal das nossas ilhas.Não é original mas cumpre o seu papel.
Aliás,nesta manta de retalhos que é a Cabologosfera a maioria dos blogues são muito bem comportados e politicamente correctos e esforçam-se por mostrar o melhor de Cabo Verde, o que está muito certo e é de se louvar. Mas como alguem tem que ficar com a parte menos agradável e por de vez em quando o dedo na ferida, a critica social e de outro tipo é exercicio que se fica por dois ou três blogues: este aqui, o Inkiet (que é dos poucos Sãovicentinos) e o Pedra Bika.
Existem tambem na blogosfera alguns blogues que não sendo de cabo-verdianos, nem exclusivamente sobre Cabo Verde, dedicam um carinho especial ao nosso país, como é o caso dos excelentes Palavra Imagem e Tatarana.

Este é , do meu ponto de vista, o panorama actual do mundo dos blogues em Cabo Verde. Espero que se desenvolva mais, que apareça mais gente a escrever, em criolo/em Portugues, a falar bem/a dizer mal, sobre musica/sobre estudantes na diápora, diariamente/semanalmente, posts curtos ou longuíssimos, solitários ou em grupo (blogues escritos por mais do que uma pessoa). Que se leia os blogues uns dos outros e se comente. Enfim, sacudir a preguiça de ler e escrever que o cabo-verdiano tem!

Nota: Existem nos EUA cerca de 53 milhões de blogues e no mundo serão cinco mil milhões.

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

O CINEMA ESTÁ A MORRER?



Estou triste e preocupada com as notícias que dão conta de que cada vez menor número de pessoas que se deslocam ao cinema para ver filmes. A crise das billheteiras persiste e afecta não apenas os Estados Unidos mas o mundo inteiro.
Cada vez mais pessoas dispensam o ritual da ida ao cinema e preferem ver os filmes em casa, através do DVD. A febre da "pirataria" se alastrou e ganhou contornos de indústria. Aliada ao encurtamento do espaço de tempo entre a estreia de um filme e o seu lançamento em DVD, este fenómeno pode , a mais curto prazo do que imaginamos, ditar uma revolução na esfera da distribuição cinematográfica. Já há quem diga que, não tarda nada, a maioria dos filmes sairá directamente em DVD e só alguns irão primeiro para as salas de cinema.
Isto é terrivel!Não tenho nada contra as pessoas verem os filmes em suas casas - principalmente se não têm alternativa (como é o caso, aqui em CV)- mas penso que o verdadeiro cinéfilo nunca trocará o escurinho do cinema pela poltrona lá de casa.Há filmes que se podem ver perfeitamente no pequeno ecrã (sei lá,tipo Mr. e Mrs. Smith)e outros que perderiam muito do seu encanto sem o tamanho, som, e qualidade de imagem adequado (a trilogia Lord of The Rings,A Vila ou Psico- só para citar alguns exemplos- vistos no pequeno ecrã definitivamente não são a mesma coisa do que na telona). O pior é que a maioria das pessoas não está a comprar DVD´s oficiais. Compram os piratas ou descarregam os filmes da internet, ficando com produtos de parca qualidade onde se vêm cabeças de pessoas, ouvem-se risos e palmas e a imagem e o som do filme deixam muito a desejar.Isso é para aqueles que apenas se importam com a estória do filme e ignoram toda a estética do mesmo.Acredito que os verdadeiros cinéfilos vão continuar a preferir ir ao cinema.
Há um detalhe que me deixa ainda mais triste nisto tudo: se os outros países que têm salas e distribuidoras como devem ser caminham para um futuro onde a continuidade destes põem-se em causa...então e Cabo Verde? Nós ainda nem chegamos lá e já vamos ficar sem?!? Ou seja, as nossas salas de cinema ainda não tem as condições ideais,os poucos filmes que as distribuidoras (?) trazem raramente são de qualidade...eu tinha esperanças de que as coisas, mais tarde ou mais cedo, fossem evoluir. Mas afinal...parece que antes de chegarmos lá tudo estará acabado.
Deus queira que o cenário não seja assim tão negro. Que esta crise seja passageira e em breve as coisas voltem ao normal.Se não - como dizem os angolanos - tá-se male.

GUINÉ




A pesar de estar a "dever" este post a um amigo da bloguesfera eu preferia não ter motivo para falar sobre a Guiné. Na verdade, até estava esperançosa de que, a ter que falar sobre a Guiné, fosse para assinalar a estabilidade e evolução (mesmo que lentamente) que se viesse a verificar no país irmão.
Infelizmente,Guiné é outra vez noticia por razões que não agouram nada de bom. Dizer que já se estava á espera que, mais tarde ou mais cedo, as tensões entre "Nino" Vieira e o executivo do PAIGC fizessem estalar o verniz, é mencionar o óbvio. Se já antes das eleições Carlos Gomes Júnior ameaçava demitir-se, caso Vieira ganhasse, já era de se esperar que as relações entre a Presidêcnia e o Governo haveriam de descambar em nova crise.
CGJ não se demitiu, mas também não se conformou com a presença de NV, que acabou por ser quem o afastou. Aparentemente a constituição da Guiné da-lhe esse poder. Mas tenho as minhas dúvidas se terá havido razões válidas para tanto. Também estou confusa (não conheço a Constituição da Guiné) com o facto de NV nomear o novo primeiro-ministro e Governo. É assim que as coisas funcionam? Nestes casos, de Governo demitido, não se costuma convocar novas eleições? E caso não seja assim, é o partido que forma o Governo que tem que escolher os novos elementos do mesmo, ou não?
De qualquer forma, e redendo-me ao meu habitual pessimismo,parece-me que não será a nomeação de um novo governo que resolverá as coisas. Haverá sempre uma ponta solta neste novelo que é a situação da Guiné. E o pior é que enquanto se perde tempo em manobras políticas, em entra-e-sai, bem-me-quer/mal-me-quer, a situação económico/social do país continua estagnada. O povo ainda está a espera que as coisas se ajeitem lá em cima para que se começe a por mãos á obra. Mas a Guiné não tem muito mais tempo para começar a arrumar a casa e mostrar ao mundo, e principlamente aos seus filhos, que tal é realmente possível. Chegará um dia em que a paciência de todos se esgotará.Em que ninguem mais terá fé nesse país tão sofrido.É preciso começar a lutar, não pelo poder, mas sim pela Guiné Bissau. Se não for agora, então quando?

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

EUREKA!

Depois de muito procurar, e já a desanimar, consegui! Consegui ter acesso (não me perguntem como) ao discurso com que, há alguns dias, o representante do PSD nos brindou na televisão oficial de Cabo Verde. Vou ignorar as advertênicas que me fizeram (e então?!Não estou a inventar nada,estou apenas a transcrever! Vão me processar por isso?!?) e transcrever aqui, na íntegra e sem correções, o discurso proferido na Quarta Feira, 26 de Outubro, para lançar a pré-campanha do PSD(Partido Social Democrático) - não confundir com o PSD de Portugal, com o qual, até onde eu sei, não tem quaisquer ligações! - ás legislativas de Janeiro:

" Povo de Cabo Verde! Senhores jornalistas!
Covocamos a imprensa para comunicar ao povo de Cabo Verde que findou a noite e raiou a madrugada.Para dizer aos jornalistas de Cabo Verde que terminou o cativeiro da imprensa em Cabo Verde.Para dizer aos velhos e pedintes das portas dos mercados que chegou a hora de terem uma nova vida. Para dizer ás crianças de rua que é momento de voltar para o novo lar que sempre sonharam.
Convocamos a imprensa para dizer ao povo das ilhas que entramos numa guerra de titans, mas que fé em Deus nosso criador o povo vai sair ileso sob a protecção do Partido Social Democrático, abençoado pela divindade divina.
Estamos cá neste momento tão importante da vida nacional, para dizer ao povo de Cabo Verde que aceitei a honra de ser coordenador nacional do PSD, porque realmente escutei o meu interior e senti que a miséria espiritual e material bateu as portas dos homemns e que é preciso redimir-se e conquistar novamente a confiança do criador, pois é momento de uma nova viragem, contrariamente á proposta de muitos pela mudança entre aspas que não nos tem levado á parte nehuma.
Nós não precisamos de mudar as caras, nós precisamos mudar o interior, as atitudes, o pensamento egocêntrico do Homem ambicionado pelo poder, o Homem cego, que conduz o povo ao abismo e á morte.
Nós queremos sim mudar a ganância dos homens políticos que para chagarem ao poder pisam sobre tudo e todos, não conhecem velhos, não conhecem crianças, não conhecem mãe nem pai,nem filhos nem irmãos e, são capazes de vender a própia alma para chegar ao poder do mundo.
Eu pessoalmente estou cá para demostrar a diferença de um homem que é dotado de sabedoria superior, e de uma verdade espiritual,e, nécios cegos pelo poder, pois, este homem não apenas mais forte que 10 homens e nem apenas mais forte que 10.000 homens, mas sim é mais forte que todos os homens que não a têm, sobressaindo entre eles um poder realmente etéreo e angélico, como que possuísse uma espada do própio arsenal do céu, a que nenhum escudo e nenhuma torre de bronze poderá, afinal, resistir.
Queremos dizer ás vítimas de acidentes rodoviários,ás vítimas de acidentes de trabalho e aos incapacitados por qualquer motivo que Cabo Verde vai ser outro com o PSD no poder, porque virão o aumento das suas pensões que até hoje nem tem dado para comprar uma lata de leite, que mudaremos essa lei infâmea, para que tenham o direito de pelo menos ter um subsídio que lhes são minimamente satisfatório para um pão de cada dia.
Queremos dizer ao povo amendrontado de andar na rua com um telemóvel nas mãos a tranquilidade sonhada já chegou com o PSD no poder, pois proporcionaremos mais segurança, mais estabilidade para que possa circular nas ruas das cidades em paz e os estrangeiros seguros que regressar aos hoteis com as suas carteiras.
Estamos cá para garantir a todos os sem tetos de Cabo Verde e inquilinos sem hipótese de pagar uma renda de casa, que chegou o tempo que todos os cabo-verdianos terão uma parcela de terreno, gratuíto para construirem um quarto de casa para eles e seus filhos.
Viemos cá para dizer ao povo sem trabalho que nós vamos proporcionar mecanismos para que todos possam trabalhar e desenvolver os seus talentos a fim de poderem viver com dignidade como todo o cidadão livre.
Não podemos dizer a pai ou a uma mãe cabo-verdiana que ele ou ela é livre quando chega a noite e não tem nada para dar aos filhos, todos sentados á volta da cama chorando fome, não poderemos dizer a um pai ou mãe que é livre quando não tem trabalho para pagar propina dos filhos na escola, não podemos dizer a uma mãe cabo-verdiana que é livre quando nem comprar uma lata de água porque lhe falta 20$ para a comprar, pois não tem alternativa para adquirir esse dinheiro.
Quero dizer ao povo de Cabo Verde, Cabo Verde e o mundo têm mostrado que precisam de um novo líder. O nosso país e o mundo têm demostrado que precisam mais do que um líder de partidos políticos, algo de mais valia, sem descartar a possibilidade de concorrer as eleições, porque na Democracia, a regra nº um é ser credenciado pelo povo.
Porque não podemos dizer que um líder de um partido político só porque ganhou ou não as eleições já é líder de Cabo Verde. E é isso que os sociais democratas propõe ao povo de Cabo Verde, um líder Nacional, pelos seus valores e caracteres. Porque para ser líder é preciso ter um espírito de liderança,e, um espírito de liderança não se compra, com camisolas, bonés,calcinhas e cartazes, mas sim conquista-se.
Cabo Verde precisa de um líder humilde, manso e de paz, mas não só, precisa de um líder de trabalho, honesto, de um coração sincero e amigo de todos. Um líder que na altura de campanha vai ter com o povo, mas depois de ganhar as eleições tambem volta de novo a ir ter com o mesmo povo que o elegeu a fim de cumprir as promessas.
Que as visitas ao povo não sejam somente para receber o que é do povo, isto é, a soberania de governar, mas também para dar de volta o que pertence ao povo, o DIREITO DE VIVER.
Os governos que nos antecedem sabem somente pedir mas ainda não aprenderam a dar pois não sabem o que é amar. Cabo Verde pracisa de um líder sem repugnância nem complexo de competência de cada um.
Um líder que ama e respeita seus adversários de pensamento, dado que desde o principio foi criado dois caminhos por quem que é Caminho. Mas respeitar os pensamentos dos outros não significa pactuar com a maldade, com vicissitudes, com abuso de poder, com corrupção e desprezo da inteligêmcioa popular.
Com a atribuição do livre arbitrio ao homem, ficou provado a primeira a mais pura e a única democracia da Existência e jamais existirá igual e só estará capaz de governar de verdade aquele que teme a Deus lealmente e não da boca para fora como muitos têm usado o Santo Nome de Deus em vão.
Chega de discórdia, chega de cobiça, - chega de arrogância e de inveja para com os nossos irmãos.
Se a Europa procura unir-se cada dia que passa, para mais benefício dos seus povos, porquê que nós grãos de areia levados ao vento, também não uniremos em torno de um nacionalismo forte, claro que não doentia, que nos leva á cegueira, para um futuro melhor dos nosso filhos.
É preciso colocarmos o objectivo nuclear que é um pão de cada dia para cada casa de familia, a melhoria das condições do nosso povo em primeiro lugar, mas não somente na vida material, mas criar condições outras, para que em consciência os cidadãos possam amar e adorar a Deus sobre todas as coisas visíveis e invisíveis, e amar os nosso semelhantes, porque não existe a vida de uma outra maneira.
Já é tempo de deixarmos de viver só de pedir aos outros, porque, se tem para nos dar é porque trabalharam. É preciso produzir. E para que haja produção é necessário trabalho. Produzir para suportar o consumo nacional e dentro do possivel exportar para fora do país.
Se nós comsumimos até produtos de reciclagens de lixos dos outros, não seremos capazes de pelo menos produzir riquezas para o sustento dos nossos filhos?
O nosso problema é sempre o mesmo, continua sendo - Cabo Verde é pobre não temos nada.
Que mentira mais descarada!
Não temos nada e vivemos de ajudas, tudo bem - mas os melhores carros é aqui que os encontramos; boates repletos todas as semanas sem lugare de colocar os pés; prédios e prédios todos os dias a erguerem-se, etc... Membros do Governo mesmo depois de deixarem os cargos, continuam sendo os mais ricos e podres de dinheiro, os partidos políticos, mesmo depois de perderem as eleições ostentam riquezas para qualquer tipo de campanha, mas somente político, porque para apoiarem na educação cívica, só para citar um exemplo já não há dinheiro. E perguntamos com que dinheiro?
Porque não apostar nas riquezas do nosso MAR?Toda gente sabe que é possível produzir riqueza com tudo o que o mar nos oferece. É preciso haver fábricas, indústrias e outras formas de produção, para que haja mais postos de trabalhos e aumento de riquezas.
É preciso apostar na qualidade, na espécie perfeita e no aumennto de produção.
Temos experiências suficientes a essa respeito. Somos tradicionalmente um povo emigrante, isto é, existem conhecimentos acumulados sobre como fazer mais e melhor.
Quem disse que a criação de gado organizado em Cabo Verde não fornece riquezas? SOCOFIL em Santa Cruz foi um exemplo vivo e Ribeira de Vinha em termos agrículas através de regas gota a gota, etc..., não fica atrás.
O nosso problema é que vêm os estrangeiros ensinam-nos, mostram-nos como se faz e, tudo fica a funcionar sem problemas. Basta regressarem aos seus paises, já nada funciona, o que se produzia já não se é mais capaz de fazer e tudo volta á estaca zero, com todos os prejuizos adjacentes.
A Sagrada Divindade envergonha-se dos Governantes desta terra e muitos do mundo.
É preciso deixarmos de ser parasitas para que os nossos filhos não venham a ser a mesma coisa que nós. Tudo constrói-se com trabalho. O trabalho criou o homem, é um bem necessário e um direito dos humanos.Tornou-se já hábito pensar que dar trabalho a alguem é um favor. Tudo isso por causa da nossa maldade e crueldade e do nosso egoísmo.
É preciso crescermos no espírito para depois sentirmos grandes, porque a grandeza somente material é perecivel,acaba juntamente com o desaparecimento físico do homem, mas a riqueza espiritual, isto é, em, amarmos os nossos próximos, sentirmos os seus problemas e os ajudarmos a resolve-los é de extrema importância.
Lógicamente que o homem precisa de um bom amigo, pois todos nós precisamos de ajuda, mas é preciso valorizar as ajudas que recebemos.
Mas para sermos francos o hábito de pedir dos cabo-verdianos tornou-se um vício crónico, é preciso banirmos essa epidemia mortífera.
Mas mais triste ainda é quando pedem, se lhe dão e, não se dá valor posteriormente.É só vermos tantas infra-estruturas construídas com as ajudas de fora que estão todas estragadas, sujas, deterioradas e abandonadas e, tudo isso dói para quem vê riquezas desperdiçadas e deitadas fora.
É preciso mais consciência, mais humildade, mais trabalho, mais confiança em nós próprios e acima de tudo mais responsabilidade.
Para o bem de Cabo Verde e do mundo
.
"

Escuso-me de fazer comentários. Mas a quem ler, be my guest...

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

DEBATE NO AUTOCARRO 10

Um dos "pontos altos" da minha rotina diária é sem dúvida a viagem de regresso a casa, após um dia de trabalho, no autocarro 10 (o mesmo de que eu já falara no post AUTOCARRO 10: CALABACERA/PALAMREJO).Naqueles 15/30 minutos de percurso vê-se e ouve-se de tudo. Ontem, por exemplo, tivemos direito a um debate político. Isso mesmo!
Espicaçados pela emissão radiofónica das discussões no Parlamento que se fazia ouvir no autocarro, alguns passageiros começaram a deixar escapar desbafos. Estes logo se transformaram em aceso debate, liderado por três mulheres e um homem(uma das mulheres revelou que era empregada doméstica, os restantes fiquei sem saber qual era a sua ocupação).
Logo de inicio uma das mulheres declarou que desta vez não ia votar em ninguem, no que foi logo secundada por várias pessoas.Disse ela, que não valia a pena votar porque, viesse quem viesse, para os pobres as coisas iam continuar sempre na mesma. Outra acrescentou que os politicos só se lembravam dos pobres em vésperas de eleições e que insistiam em fazer promessas que depois não cumpriam. E muitos outros argumentos do tipo foram apregoando.
O homem tentava convence-las de que não deviam deixar de votar pois abster-se não ia resolver as coisas, mas elas mantiveram-se irredutiveis e uma até acrescentou que, recensiar era coisa que nunca deixava de fazer pois era uma obrigação (!) mas votar era uma opção (!).
Por altura da Terra Branca o debate voltou-se para o aumento dos preços dos bilhetes de autocarro. As mulheres estavam todas de acordo em que a culpa disso também era do Governo. O homem tratou de explicar que tinha a ver com o aumento do preço dos combústiveis mas elas retrucaram : e de quem é a culpa do aumento dos combustiveis, se não do Governo?! Ele ainda arriscou: é a inflação... Mas um coro de protestos cubriu as suas palavras. A empregada até o acusou de armar-se em inteligente e entendido.
Conforme o autocarro ia se aproximando do Plateau, mais acessa a discussão ficava, com as mulheres a atacar o homem, dizendo que se ele não estava a reclamar do estado das coisas era porque ele devia ser rico, não tinha falta de nada. Perante isso, ele declarou: nem todos podem ser ricos, que os pobres são necessários.Escusado será contar a balbúrdia que tal afirmação causou.

Na paragem junto á Electra, entrou uma mulher que, depois de 20 segundos ouvir a conversa, resolveu participar do debate lançando um novo aspecto: segundo ela a cúpula política de Cabo Verde é toda ela formada por sampadjudus (cabo-verdianos que não são de Santiago). Todos os envolvidos na discussão concordaram e houve quem acrescentasse que é porque os sambadjudos são mais unidos enquanto que os badius (cabo-verdianos naturais de Santiago), em vez de se ajudarem, tratam de dificultar a vida uns aos outros e ainda por cima, quando chegam ao poder, chamam os sampadjudos em vez dos colegas badius.
Aproximando-se do Plateau a discussão evoluiu para o problema dos géneros. Uma das intervenientes garantiu que não votava mais em homens porque eles eram todos iguais. Alguem lhe disse que então ela ia ficar mesmo sem votar, a não ser que fosse a S. Vicente "votar na Isaura Gomes".
O homem tentou mais uma vez acalmar os animos, sem sucesso. Na paragem do Plateau, desceu. A mulher que entrara junto á Electra, e que era das mais exaltadas,disse que ele fugira. E depois acrescentou: "deviamos era ter-lhe dado uma sova! Sim,se não estivessemos dentro do autocarro juntava-mo-nos e davamos-lhe uma carga de porrada".
E nesse espírito de raiva e volência vieram até Fazenda, onde desci e por isso fiquei sem saber se o debate prosseguiu ou não.




NOTA:Foi a terceira vez, esta semana, que na minha viagem de regresso a casa, ouvi alguem a fazer ameaças de resolver as coisas na base da violência. Nas outras duas vezes, uma mulher prometeu facadas a um comerciante chinês e a outra foi um adolescente que garantiu que nesse dia ia partir a boca a um vizinho). Na paragem onde desci, junto á Escola "capelinha" duas crianças estavam engalfinhadas aos socos e pontapés.
Que se passa com esta gente?!?

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

WHAAAAAAAAAATTTT??!!!?

ALGUEM SABE ME DIZER O QUE FOI AQUILO ONTEM A MEIO DO TELEJORNAL DA TCV? AQUILO DO PSD ( o nosso) ERA A SÉRIO??!!?
RESUMINDO:É PARA RIR OU PARA CHORAR?

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

AQUILA NON CAPIT MUSCAS



@ É latim e a tradução para português dá mais ou menos isso: A Àguia não caça moscas. Quer dizer que um espírito grande - glorioso - não se contenta com ninharias. Não, a Àguia não caçou moscas. Caçou um dragão. E que bem que soube trucidar este dragão no seu próprio covil. Mesmo que catorze anos depois. Não importa, o gosto da vitória ninguem nos tira. E soube ainda melhor ver um certo lagartinho ser esborrachado por estudantes. E Nuno Gomes a mostrar aos que já o declaravam acabado, que a dança só acaba quando termina a música.
A pesar de ser um jogo de grande risco,não tive conhecimento de nenhuns confrontos entre adeptos. E com certeza que não houve mortes.Isso em Portugal. O país a que pertencem as duas equipas em jogo. Foi aqui, neste pequeno país plantado na costa d'África que, na ilha de Santiago,na vila de São Miguel, um individuo tirou a vida de outro com um tiro. Por causa do jogo Porto- Benfica. Triste, não?




@ Amanhã é a estreia do recém-instituído Dia da Cultura Cabo Verdiana. Para celebrar, com pompa e circunstância, haverá homenagem a cerca de 90 personalidades e instituíções,lançamento da primeira pedra do monumento à Raboita di Rubom Manel (Revolta de Ribeirão Manuel) e o concerto UniVersus de Mário Lúcio e Luis Represas no Auditório Nacional.


segunda-feira, 10 de outubro de 2005

PECADOS DE UNS E OUTROS



@ SIN CITY. Vi há dias o filme de Robert Rodriguez.Á primeira não me convenceu totalmente. Tive que ver mais vezes para me render.É, para já, uma das adaptações mais fiéis de banda desenhada (Sin City de Frank Miller) que se tem visto nesta onda de adaptações de Comics que tem varrido Hollywood. Mas, deixando de lado a comparação com a BD que deu origem ao filme (de que aliás não sou grande conhecedora), Sin City é um regalo para os olhos.Toda a imagética do filme, apostando num cromatismo raramente visto nas telas, marca inegavelmente o juízo que fazemos do filme. Quero dizer,se o filme não tivesse apostado naqueles efeitos visuais, teria muito a perder. Mas, independentemente da força que esse cromatismo e outros efeitos visuais dão ao filme, a forma como este se desenrola também me agradou.Faz lembrar um pouco os clássicos filmes noir dos anos 30/40, com dectetives durões e gangsters sinistros. Sin City é pura banda desenhada em movimento. Está lá tudo: os monólogos interiores dos heróis durões (Hartigan, Marv e Dwigth),heroínas cheias de curvas, os diálogos marcados, os vilões absurdamente poderosos (os Roarks) e os vilões freaks (Kevin, Jacky-Boy e Yellow Bastard), os nomes emblemáticos dos personagens... e depois há o negrume da Sin City, a puxar um pouco pela Gotham City de Tim Burton (Batman, e Batman Regressa), o que não admira pois Frank Miller foi autor da BD Batman durante alguns anos. É um filme para quem gosta de BD's negras. E há outra coisa: eu nunca poderei desgostar de algo a que o nome de Quentin Tarantino esteja associado! Ele participou como realizador convidado e rodou uma das cenas da película. Com tanto sangue e vísceras a jorrar pelas ruas de Sin City, não me admira nada que o realizador de Kill Bill tenha simpatizado com o projecto.



@ INTOCÁVEL. Há coisas por aqui que são quase que intocavéis,de que não se pode dizer mal, tal é a aura de perfeição que as envolve. Mas eu vou arriscar. Longe de mim dizer que A Semana não é um bom jornal. Mas acredito que é sobrevalorizado. Tenho a forte impressão que ultimamente o semanário mais bem sucedido destas ilhas está a resvalar para o sensacionalismo, criando ou procurando criar polémica onde ela não existe.Uma manchete chamativa vende. Mas de que vale imagens chamativas e títulos garrafais a anunciar a polémica se quando se vai ver a reportagem o conteúdo deixa a desejar a todos os níveis.
E agora é a moda dos títulos/chavões em criolo de Santiago. Há tempos foi " Mo na mi faca na nhôs", . A semana passada " Mau pa filme". Que se segue? "Dja ca dá"? "Ca tem tadju"? Acho de mau gosto recorrer a esse tipo de gíria popular e, ainda por cima, tem que se ter em conta que A Semana é um jornal nacional, que se lê em todas as ilhas (e também no exterior). Mas o criolo usado é o de Santiago. Ora aí está um exemplo de como isso da oficialização do criolo vai dar pano para manga. Porque devagarinho-devagarinho já se vai notando que é o criolo badiu que vai se vai impor.É só ver os cartazes de comemoração dos 30 anos da nossa independência que ainda continuam pendurados. O slogan é Kabo Verdi nos orgulhu nos sertéza. Não me parece que se escreve da mesma maneira em crioulo de Santo Antão, Boa Vista ou Brava, por exemplo. Mas pode ser que A Semana, o Governo e outros que tais, tenham já dicidido que o seu criolo "oficial" é o falado e escrito em Santiago.Aí...

terça-feira, 4 de outubro de 2005

VERDE, LIVROS, TREVAS




@ Estive uns dias no Tarrafal. O percurso Praia - Assomada- Tarrafal está mais lindo do que nunca. Esta é a altura em que o nome desse nosso país faz um pouco mais de sentindo. Está tudo verde. Os montes, os vales, as almas cheias de esperança.O milho cresce bem.Em algumas zonas já há espigas crescidas. Noutras ainda estão rasterinhos porque foram plantados mais tarde, quando os agricultores se deram conta de que afinal este ano até tem chovido bem (aqui em Santiago, pelo menos).

Tarrafal num fim-de-semana e Tarrafal durante a semana são coisas diferentes.Aos fins-de-semana é a multidão de forasteiros, vendedeiras de água de coco, miúdos a pedir moedas, cães, bolas por todo o lado... Eu prefiro o de durante a semana. Na praia não se vê quase ninguem (principalmente de manhã). Quietude. Paz. Mesmo o que eu estava á procura.




@ Voltei para Praia antes do que desejava, mas não quis perder a abertura da Feira do Livro . O de sempre: discursos que as pessoas ouvem sem nenhuma paciência, multidão a acotovelar-se, corrida desenfreada quando se abrem as portas, que a oferta é pouca. E era. Toda gente a quem ouvi a opinião disse o mesmo: está cada vez mais pobre em quantidade a Feira do Livro (talvez porque agora há outros destinos para a realização da Feira, mas não custa nada encomendarem mais livros). Diversidade há. Mas também pecam pela desactulidade. Poucos livros recém editados. Principalmente no que toca á literatura estrangeira e algumas áreas técnicas.
Mas nem tudo foi mau. Kafka, Sartre,Marguerite Duras,Oscar Wilde, Jonh Le Carré, Hemmingway e vários outros, vendiam-se a duzentos e trinta escudos ( cerca de 2.60 euros).

Do que mais "gostei" foi dos comentários que ia ouvindo enquanto percorria o recinto. Ouvi de tudo. Desde um senhor a declarar que não comprava nada de Oscar Wilde por este ser gay (!), a uma senhora desesperada por já não ter encontrado nenhum exemplar do Cádigo da Vinci - havia uma "máfia" ali a funcionar que açambarcou todos os exemplares antes do público invadir a sala - que, segundo ela, era o que a tinha levado ali (!!!). Depois ouvi uma jovem a declarar para a amiga que já tinha um exemplar de um livro da Zélia Gattai e agora queria um do marido dela, o Paulo Coelho (!?!). Tive que me segurar muito (não sejas atrevida!)para não interferir: "Querias dizer Jorge Amado, não é?".
Bem, foi no mínimo uma experiência interessante.




@ Por falar em experiências interessantes...há dias tive uma verdadeiramente memóravel. Estive a escolher filmes num videoclube a luz das velas. Enquanto percorria as prateleiras com o coto de vela na mão não consegui parar de sorrir. Isto é demais, não?
Praia continua a funcionar a meio gás, com cortes diários de energia. De manhã aqui,á tarde ali e á noite acolá. Ontem a Televisão chamou o ministro João Pereira Silva para dar explicações aos praienses.É a defesa da versão "A Culpa é do Governo". Existem ainda a versão "A Culpa é da Eletra", a versão "A Culpa é do MPD" e ainda a teoria da conspiração do Pacto Secreto Eletra/MPD com o fim de custar as próximas eleições ao PAICV (Governo).

Organiza-se amanhã, ás 17 horas, uma manifestação de protesto.Sugestão: levem velas ou lanternas, porque ao voltarem para casa (com os normais atrasos e o passo lento da marcha já deverá ser noite nessa altura)vão precisar delas para iluminar o caminho e acertar no buraco da fecahdura da porta de casa.

terça-feira, 27 de setembro de 2005

O CINEMA POR CÁ


@ Lá fora começam as estreias da chamada rentrée cinemátográfica, que marca a passagem dos blockbusters da silly season para os filmes mais "sérios" do Outono, que normalmente perfilam-se como potenciais candidatos aos óscares. De entre os títulos mais aguardados contam-se King Kong de Peter Jackson (com Naoimi Watts e Adrien Brody) - vi o trailler há dias e a coisa promete - , Elizabethtown ( de Cameron Crowe),Capote (filme indepemndente com Phileppe Saymmor Hoffman e Catherine Keener),A History of Violence (de david Cronenberg), entre outros.

Aqui em Cabo Verde vivemos em permanente verão cinematográfico. Já cá estou há um ano e pelas salas continuam a suceder-se "filmes para pipocas". São na sua maioria filmes de acção, dividindo-se entre a vertente mais leve, de série A (como é o caso de Man on Fire com Denzel Washington,Sahara com Mathew Macaunahgey e o mais recente War of the Worlds com Tom Cruise) e a mais dura ( com estrelas do género, como é o caso de Jet Li e Van Damme). Também tivemos a nossa dose de terror q. b. (A Vila, Underworld,Alien vs Pradedor...), comédias para adolescentes (Mean Girls). Enfim, já perceberam, não?

Títulos mais "sérios" de filmes que receberam boas críticas e ganharam prémios internacionais ficaram por estrear. Exemplos: Million Dollar Baby, Ray, Hotel Rwanda,Closer, Sin City, Charlie and The Chocalate Factory...

No meio deste cenário, salvou-nos o Kafuka Cineclube da Praia que , tendo entrado nos eixos, proporcionou ao público acesso a um outro tipo de cinema, exibindo clássicos de diversas nacionalidades, filmes de autor, cinema independente e também filmes infantis.

Bem, resta-nos o DVD. Abdicando da panôramica do grande ecrã e de uma maior fidelidade sonora, temos pelo menos a possibilidade de asistir a títulos " frescos". Pondo de lado os escrupulos, embarcamos na pirataria ( é o que nos oferecem os videoclubes,que remédio...). No meio dos milhentos que polulam por aí, oferecendo cópias de péssima qualidade (daquelas em que se vê as cabeças das pessoas na sala de cinema e se ouvem os risos), eu tive a sorte de descobrir um videoclube onde a maioria dos DVDs são originais e mesmo os que não são, são descarregados da internet com grande qualidade e trazem os extras todos, e o menu inclui opções audio e de legendas.

Só assim, para se ficar a par dos momentos cinematográficos que vão marcando o ano ( como a vibrante composição de Ray Charles by Jammie Fox, a "dança" de Clint Eastwood em frente a um ecrã de televisão assistiondo a uma luta de box, o transformismo de Gael garcia bernal em Lá mala Educacion...Momentos imperdíveis.

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

ACONTECE


@ Já vai a meio a edição de 2005 do MidelAct, cada vez mais prestigiado e, diga-se de passagem, merecidamente. De ano para ano, o único festival de teatro de Cabo Verde ganha mais visibilidade, qualidade e apreço do público. O evento tem crescido bem e começa a ramificar as actividades que oferece a outras vertentes que não só a exibição das peças teatrais. Por exemplo, este ano, o MindelAct envolve também uma mostra fotográfica cuja temática são as peças exibidas em anteriores edições.
Tenho pena de não poder lá estar e, mais ainda, de que não se faça nada parecido cá na Praia. Aliás, porque não trazer o MindelAct um dia destes á Praia? Sim, uma visita...
Temos que dar mão á palmatória de que o teatro em Santiago está a léguas do que se faz em São Vicente. Continuamos a insistir em teatro com temática social ( peças pedagógicas sobre alcoolismo, sida, droga,etc) e que, obrigatoriamente, tem que resvalar para a comédia, para assim agradar ao público. Mas, felizmente, este estado de coisas parece estar a mudar com o surgimento de novos grupos de teatro que começam a apostar numa nova abordagem. Contudo, daí até ter grupos internacionais a actuar aqui...



@ Como tinha prometido, deixo aqui o meu comentário a Equador, o primeiro romance de Miguel Sousa Tavares. Talvez mesmo por ser o primeiro, MST não se arrisca muito no que se refere á escrita em sí. Não temos em Equador nenhum rasgo de génio, nenhuma técnica original que deixe marcas e crie escola. Mas a estória compensa. A riqueza da discrição espácio-temporal e a composição dos personagens, provavelmente frutos da intensa investigação da época retratada, consegue nos transportar e agarrar a uma estória que do principio ao fim nos deixa um travo amargo na alma mas da qual não nos conseguimos desprender até ao fim. Um fim, diga-se, que faz lembrar exactamente os romances trágicos e fatalistas do Romatismo português.
Gostei de Equador. Lê-se bem. Mas, arriscando-me a ser "crucificada", palpita-me que daqui a três anos não me vou lembrar deste livro, assim, sem nada que mo faça lembrar...percebem o que quero dizer?



@ Na Holanda, discute-se a estreia de um novo reality show onde um casal de lésbicas irá escolher o doador de esperma ideial para engravidar a "mãe de aluguer" por elas contratada.
Em Portugal, a SIC prepara-se para estreiar um programa que transformará homens casados em travestis.A mesma SIC, apresentou em directo a implosão de duas torres em Tróia, estragando várias camaras para conseguir diferentes angulos e planos da destruição.
E assim vai a televisão pelo mundo.Pergunto-me, é o público que está sedento deste tipo de conteúdos (respondendo as televisões aos seus anseios), ou são estes os conteúdos que as televisões lhe impõe (criando neste hábitos e exigências de gosto duvidoso)?

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

MÚSICA PARA A ALMA


@ Ando um bocado depré com as desgraças que vão por este mundo fora (New Orleans, Iraque, Paris...)e procuro conforto na música. Como muitas vezes acontece, sinto que a minha "cedeteca" está a carecer de novidades, por isso faço uma nova aquisição. Preconceituosamente (admito), não sou muito de comprar CD's originais cabo-verdianos. Mas esta foi uma das excepções, e estou contente por a ter feito.
O CD de Vadú, Nha Raíz,é a prova acabada do seu talento.Sem uma grande voz, que marque a diferença, Vadú tem, no entanto, uma força interpretativa, uma adrenalina, que contagia.As composições são muito boas e embora, com pena minha,ele não toque guitarra no CD, está muito bem servido de músicos que ele, humildemente, reconhece serem melhores que ele.
Passei o fim de semana a cantorolar Sosiedadi, Ladridja bu Lagadji, Chalina e Xibioti. Estas duas últimas ainda não tinha ouvido. Amei.


@ Navego na net e descubro sítios onde posso ouvir a música que não tenho e que nem tão facilmente encontro aqui na Praia. Frank Sinatra a cantar Tom Jobim (disco Francis Albert Sinatra e Antonio Carlos Jobim). Girl from Ipanema na voz do "Blue Eyes" é delicioso mas, continuo a preferir a versão original de Garota de Ipanema. Depois, passo para Diana Krall e deleito-me, não com os CD mais actuais mas, re-descobrindo When I look in Your Eyes.

@ No momento em que escrevo estas linhas, descobri uma "ilha" neste mar que é a web, onde posso ouvir as Selmasongs inteirinhas. Selmasongs é o CD da Bjork, banda sonora do filme Dancer in the Dark (1999, do dinamarques Lars Von Trier, do movimento Dogma). Não sei porquê, nunca saiu da minha lista de CD's a comprar para a minha modesta "colecção" de Bandas Sonoras. Mas ainda há tempo. E, entretanto, vou ouvindo por aqui mesmo a Duende Islandesa ,com a sua voz de menina, a cantar I've Seen it All.


@ Para um amigo meu, que disse uma vez que tenho mania de "sabichona" (moi??!? Sabichona?!?)aqui fica a prova de que, se a minha humildade não chega para declarar (como o outro) que Só sei que nada sei, pelo menos, tenho plena consciência de que há um MUNDO de coisas que não sei.Por exemplo, não fazia ideia do que era Lounge Music. Aliás, descobri há bocado que já tenho ouvido (e gostado), só não sabia lhe dar nome. E também já tinha ouvido o termo mas não sabia a que se referia.Bem, reconhecida a minha ignorância, tratei de procurar respostas.E fiquei a saber que a Lounge Music foi criada nos anos 50 como música para bares de hotéis de luxo e que já foi chamada de música de elevador.Ganhou o mundo através de CD's lançados pelo famoso Buddha Bar de Paris e o Café Del Mar.É tipo Chill Out Music.




@ Bem, o fim de semana também dediquei-o á leitura. Já vou a meio do Equador de Miguel Sousa Tavares.Deixo os cometários para quando o terminar. Mas...ou MST descreve com verdadeiro realismo a atmosfera sufocante de São Tomé e Príncipe ou Praia está realmente quente demais. Nem depois da chuva arrefece! Como diz um conhecido meu, "é do pecado". Há demasiado pecado nesta cidade.LOL. Praia, Sin City?

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

FIM DE FÉRIAS


*Depois de uma ausência de cerca de três meses o SoPaFla está de volta. Sim, para felicidade geral da nação,a partir de hoje retomo aos meus posts! E começo por pedir desculpas por esta longa ausência, estas férias que não foram exactamente programadas.Peço desculpas, principalmente, por ter sido uma ausência não anunciada.Devo dizer que fiquei lisonjeada com as abordagens directas e os e-mails que recebi de pessoas a querer saber se esta paragem era definitiva e a incentivarem-me a continuar.
Pois bem, para o bem e para o mal, o SoPaFla está de volta e, se Deus quiser, veio para durar.


*E então, o que tem acontecido desde que esta escriba arrumou o teclado? Deixa ver... houve o Caso Querido (que misteriosamente desapareceu da imprensa nacional, desde então), houve as monumentais festas da comemoração dos 30 Anos de Independência de nação,aconteceu um pseudo-Festival da Juventude, Cabo Verde foi considerado o País mais Bem Governado de África em 2004,debateu-se o estado da Nação,as chuvas chegaram (e esperemos que continuem até á altura devida), nasceram novos municipios (e, a partir de amanhã, teremos uma nova cidade),rebentou mais um escandalo político (foi assim que o pintaram) envolovendo uma violação ou pseudo-violação,a Electra continua a nos "beneficiar" com apagões fracassou o Baía das Gatas... enfim, muito mais tem acontecido por aqui e por além. E mais há para acontecer, por isso assunto não me há de faltar.


*Eu tinha planeado voltar as lides com um post a falar sobre o estado da Nação, do meu ponto de vista. Mas tanto se tem falado sobre isso, tanto são os estados que já se pintaram desta nação, que resolvi me abster. Mas não posso deixar de comentar o retrato feito por José Maria Neves e Agostinho Lopes. Como não podia deixar de ser, os dois têm opiniões absolutamente diferentes sobre o estado em que Cabo Verde se encontra: para AL estamos em oito e para JMN em oitenta.
Ora, o MPD não se decide. Diz que o país está péssimo como nunca esteve,aponta os buracos da governação do PAICV mas depois,como que reconhecendo que afinal há progressos, vem dizer que estes só existem por causa das bases deixadas pelo MPD, quando esteve no poder.Bem, parece-me que quando dizem que o que de bom tem acontecido é resultado das sementes que plantaram estão a reconhecer que afinal nem tudo está tão negro como o pintam.É então uma questão de autoria. Mas por essa lógica, temos que parar um minuto para pensar que se as coisas positivas são herança do passado ventoínha, ás más também não o serão (estou a pensar, por exemplo,na situação da Electra)?
Por outro lado, temos o discurso de JMN, que não consegue disfarçar a vaidade ao dizer que o país está num estado auspicioso, que Cabo Verde está na moda e enumera, vezes sem conta, os ganhos que - verdade seja dita - o país obteve. Mas, devo dizer que, se eu fosse o cidadão que chega á noite em casa e econtra-a ás escuras como na noite anterior (e como por certo estará daí a dois dias), se eu fosse o estudante que depois de um ano a esfalfar-me para ter boas notas e depois não conseguisse uma bolsa ou vaga para continuar os estudos nem um trabalho, se eu fosse aquele que mora num buraco de cimento numa "rua" sem calçada, sem luz e cheia de lixo, se eu fosse o recem - licenciado que fica longos meses á espera de um emprego enquanto uns e outros acumulam cargos... se eu fosse qualquer uma destas pessoas, até raiva sentiria ao ouvir o orgulho com que o nosso PM diz que o país está num estado auspicioso.

Portanto, calma. Contenção. Sim, é verdade que estamos a progredir. Mas, contenhamos-nos um pouco ao lançar foguetes, quando muito não seja para mostrar um pouco de solidariedade com aqueles que não estão a beneficiar deste estado de graça em que CV se encontra. Porque o sol não pode brilhar só para alguns.
Eu, que há meses senti-me um tanto revoltada com o retrato feito de Cabo Verde numa reportagem internacional, confesso que senti vergonha quando, há dias, passei por um painel a anunciar lotes para venda num futuro resort de luxo. Portanto, chegamos lá. O fosso está a se alargar. Vamos ser a nova Angola dos PALOP, com milionários instalados em condomínios de luxo e favelas desencatadas ao longe.
Mas deixa lá, é o desenvolvimento.Agora somos PDM. Para o bem e para o mal.

segunda-feira, 23 de maio de 2005

GAMBOA 2005

* O Quê Que o Gil Tem?

Sim, o quê que o Gil tem, que fez com que cerca de 70 mil pessoas ficassem á espera até ás seis da manhã de Domingo para ver actuar este jovem cantor caboverdiano?
Digo-vos, foi impressionante de se ver. Quando cheguei a Gamboa o público vibrava ao som dos Ferro Gaita. E logo a seguir o entusiasmo começou a esmorecer com a fraca actuação de Norberto Tavares. Nem os antilhanos Exile One e nem mesmo os brasileiros Raça Negra conseguiram por os praienses a mexer. Só com a entrada em palco de Grace Évora o público voltou a vibrar. E quando o intérptrete de Lolita deu lugar a Beto Dias, Gamboa foi ao rubro. Beto conseguiu recuperar a adrenalina do público que aplaudiu o Codé de Tarrafal do inicio ao fim. Foi quase perfeito. Quase.
Porque depois anunciaram Gil Semedo.E foi a loucura total. Houve de tudo: gritos, empurrões,emocionados que nem sabiam o que fazer...E ás sete da manhã quando Gil se despediu o público ainda queria mais. Mas lá teve que voltar a casa. Cansados, mas felizes.
Pessoalmente, eu até prefiro Beto Dias como compositor e interpréte, mas tenho que reconhecer que Gil é um enterteiner nato. Viu-se que a sua actuaçaõ foi pensada ao pormenor, desde a entrada ao palco, até ao fim. Ele é um verdadeiro show man e isso viu-se também na entrevista que os três artistas deram a seguir á Rádio de Cabo Verde(a que tive o privilégio de assitir in loco). Beto(tímido e humilde),Gil(o mais extrovertido dos três) e Grace (muito simpático) estavam cansados mas satisfeitos com a recepção que tiveram do público. Um público que, diga-se a verdade, só estava a espera deles para vibrar em pleno.



*Um Certo Olhar.

Nesse Gamboa 2005 viu-se de tudo. O areal daquela praia e as calçadas da marginal foram palcos de cenas de todos os géneros: cómicas, dramáticas, romanticas, etc.
Um dos pontos mais positivos deste evento foi a segurança. A coordenação entre a POP, a PM e os Bombeiros resultou em pleno. Houve disturbios, claro, mas eles foram sempre sanados pela pronta intervenção dos policiais.O público, de um modo geral, até que se portou bem. Fora o lixo, com que ninguem se preocupou em deitar ao sitio certo(algo habitual nesta cidade).
Notória foi a separação (fisica) entre o povo e aqueles que se auto- denominam a elite(!) desta cidade. Era ve-los junto ao hotel Mar e Sol, sem apreciar nada do festival, recusando-se a misturar com o zé povinho, e com aquela atitude de quem já foi lá fora e voltou, por isso são diferentes. Um dia destes vos falo mais sobre este fenómeno.

Mesmo no fim, as sete e tal da manhã, quando já nos preparavamos para vir embora, depois das entrevistas dos tres artistas à RCV e Inforpress, um homem (provavelmente bêbado) aproxima-se de Gil e pergunta-lhe de chofre:

- Gil é verdade que cantaste no festival da Gamboa?

E Gil, meio encabulado, lá respondou:

- Sim, é verdade...

sábado, 21 de maio de 2005

QUESTIONÁRIO: As Minhas Respostas

* Por motivos alheios á minha vontade tive que re-editar o presente post, QUESTIONÁRIO: As Minhas Respostas.

Uma colega blogger mandou-me este interessante questionário que anda a circular pelos blogs e que eu respondo agora, com muito prazer.

1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

* (Vão me desculpar mas, quero lá saber do Fahrenheit 451!)Bem, nunca tinha pensado em ser um livro. Um personagem talvez... Mas, fazendo de conta, se calhar sofreria de dupla personalidade, porque decididadmente quereria ser o "Vinte poemas de Amor e Uma Canção Desesperada" de Pablo Neruda e - sim! - quereria ser "O Diário de Brigitte Jones" de Helen Fielding.

2. Já alguma vez ficaste apanhadinha por uma personagem de ficção?

* Apanhadina em que sentido?!?? Bem, quando estava a ler Crime e Castigo não parava de pensar no Raskolnikov porque a sua angústia é tão palpável que acabava por me afectar um pouco. Há tantas personagens que me marcaram... Nana (de Zola), Teresa Batista (de Jorge Amado) e mais recentemente uma personagem da obra A Rainha do Sul (de Arturo Perez-Reverte) a que chamam A Mexicana e outra da obra Inferno (de Patricia Melo) chamada Reizinho. E vão me desculpar, mas adoro de paixão o Calvin da tira Calvin e Hobbes!

3. Qual foi o último livro que compraste?

* Um dos últimos que comprei foi o Cem Anos de Solidão mas, tiraram-mo...

4. Qual foi o último livro que leste?

* Acabei agora de re-ler O Código da Vinci e antes tinha lido Eragon de Christopher Paulini( pois, ás vezes não se escap ás modas...)e o já citado A Rainha do Sul de que gostei muito.

5. Que livros estás a ler?

* Como disse acabei (hoje) de re-ler a obra de Dan Brown( também estive a fazer uma leitura diagonal a um dos meus livros favoritos, A Insustentável Leveza do Ser)e ainda não comecei nada...Sugestões?

6. Que cinco livros levarias para uma ilha deserta?

* Ui! Só cinco?!Bem, certamente não levaria O Deus das Moscas (de William Golding) porque ficaria a espreitar por cima do ombro, com medo de ver aparecer criancinhas.Levaria antes o belíssimo O Deus das Pequenas Coisas (da indiana Arundhati Roy); A Ilha Fantástica (de Germano Almeida) porque se passa na minha ilha favorita, Boa Vista; Uma colectânea de poesias de Fernando Pessoa, Pablo Neruda,Florbela Espanca,Sophia de Mello Breyner,Vinicius de Morais e Caetano Veloso(Sim), Garcia Lorca, Eugenio Tavares e Mário Lúcio (se tal existisse); Capitães da Areia (de Jorge Amado); O Mundo de Sofia (de Jostein Gaarder) e... pois, são apenas cinco. Mas eu teria que levar as tiras de Calvin e Hobbes (de Waterson).

7. Três pessoas a quem vais passar este testemunho.

* Tem que ser a bloggers? Se sim, passo ao blogger do www.albatrozberdiano.blogspot.com ,a um amigo um pouco preguiçoso do www.katemtadju.blogspot.com e...não sei a mais quem.

SOLTAS

* Praia acordou hoje cinzenta. Como que na ressaca do primeiro dia do Festival da Gambôa. Ainda não tive coragem de ir lá espreitar e fui espreitando pela televisão. Talvez vá hoje...
Entratanto, ouço as bocas habituais contra a organização do dito festival. Argumentam que é um desperdício de dinheiro. Concordo que se gasta dinheiro a mais nesse evento e também sinto que se tira proveito político do mesmo. Mas, parece-me que a sua não realização deixaria mais gente descontente do que os que agora protestam. Já imaginaram o que seria de Filú se não desse ao povo da Praia o Gambôa?O praiense nunca aceitaria ficar atrás dos mindelenses, dos salenses...


* Não posso deixar passar em branco a loucura á volta do último episódio de Star Wars e Cannes. Hoje, dia 21, será divulgado o palmarés daquele que continua a ser o maior festival de cinema do mundo. Ultrapassando a simples entrega de prémios, como acontece com os Oscares, e contemplando o cinema de várias proveniências, o Festival de Cannes mantem intacto o seu prestigio. Tenho acompanhado os comentários de João Lopes no Cinema 2000 e despertou-me a curiosidade por alguns filmes.
Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith está a bater todos os records devido á loucura dos fãs da saga de George Lucas. O filme conseguiu, só no dia de estreia, 50 milhões de dólares e está a salvar as receitas das bilheteiras americanas, que nos últimos tempos tem decaído. Por outro lado, a última parte da saga de Anakin Skywalker parece já estar a circular pela internet em cópia pirata, desde poucas horas depois da estreia da mesma na 5ª feira, dia 19.

* Vi há dias em DVD, Prozac Nation, com Christina Ricci a viver o personagem de uma jovem que é resgatada a uma terrivel depressão pelo medicamento que dá nome ao título. Ricci faz bem o seu papel. O filme é dela, ou antes dos seus olhos, enormes, expressivos e que enchem o ecrã. Qualquer outra que fosse a actriz escolhida para levar o filme ás costas e este não seria mais do que um drama pastelão, pretexto para publicitar a pilula salvadora daqueles que não tem forças para lutar contra as mazelas da vida. Terá sido encomendado por farmaceuticas com stock acumulado? O filme garante que não, que a América é a terra onde mais se consome o famoso anti- depressivo e é mesmo a Nação Prozac.

* Tivesse respondido agora ao inquérito do post anterior e talvez incluisse na minha bagagem de livros para a ilha deserta o Dentada em Orelha de Cão de Miguel Carvalho, repórter da Visão. Reportagens em jeito de literatura. Factos e verdades contados com alma. Lição de jornalismo e mesmo de um certo modo de estar, de ver com olhos de ver. Um presente e tanto.

segunda-feira, 2 de maio de 2005

SEXTA Á NOITE, NO AUDITÓRIO JORGE BARBOSA

Quem na 6ª feira preferiu o programa do costume - ficar em casa a ver novelas e depois ir para a discoteca - não sabe o que perdeu ao faltar á pequena gala promovida pela Associação Zé Rocha, para apoiar seropositivos e doentes do SIDA. Foi simplesmente...maravilhosa.
Um palco, um banco ao centro, uma guitarra. E os talentos sucederam-se uns aos outros. Num ambiente intimista fomos presenteados com momentos de puro génio:

Edson Dany, com o seu humor genuíno e a cantar tão naturalmente como respirar; A adrenalina contagiante de Vadú; A técnica perfeita e a excelente presença em palco de Tcheka; E a fecahsr a noite com cheve de ouro, todo o encanto e talento de Mário Lúcio.
Mas a noite não foi só música para cantar. também foi de música para dançar...com os Raiz di Poilon. Palavras para quê?O grupo de Manu Preto é simplesmente...espééééééétacular!
E depois...Princesito.Foi o apresentador de serviço, co-adjuvado pela Miss Santiago. E encantou a todos com com o seu sentido de humor nato, a simplicidade e alegria que emprestou á tarefa de conduzir o evento.
Foi um privilégio partilhar daquele momento, ainda por cima contribuindo para uma causa que é de todos nós.Penso que todos saimos de lá a sentir-mo-nos especiais. Como se fossemos dos poucos que partilharam uma experiência única e maravilhosa. E que soube a pouco.

sábado, 16 de abril de 2005

AUTOCARRO 10: CALABACEIRA/PALMAREJO

Este foi o percurso que fiz há dias.Meti-me no dito autocarro - não armada em antropóloga e já com a ideia de investigar,longe disso - e ao longo do percurso fui observando o ambiente de cada bairro.
Devo dizer que foi uma viagem deprimente do inicio ao fim.E embora eu não tenha descido e pisado o terreno, a minha viagem no autocarro 10 foi suficiente para perceber o fosso, cada vez maior, entre a pobreza de uns e a riqueza de outros.
Calabaceira.Ruas sujas,valas cheias de lixo que as lixeiras da Camara Municipal queimam num dia e no outro "renasce" no mesmo lugar.Dezenas (ou serão centenas?) de cães vadios a conviver de perto com crianças magras e mal vestidas.Casas humildes(algumas inacabadas) ou casas boas, mas mais gradeadas que a cadeia de Alcatraz.Botequins montados na rua, com mesas e cadeiras quase na estrada e outros feito de tábuas.
E nas paredes por onde ia passando, escrito a cores berrantes, as marcas das sucessivas campanhas, do tempo em que os políticos se lembram daquela gente (Vota MPD, Vota PCD, Vota Filu...).
O autocarro 10 seguiu o seu caminho a transbordar de passageiros a maior parte com destino ao Palmarejo: serventes de obra, empregadas domésticas, seguranças...) e já perto do seu destino cruzava com os jeeps dos de Palmarejo a caminho dos seus empregos no Plateau, Achada Sto. António, etc.

Palmarejo.Quanto mais fundo se penetra no bairro mais o luxo salta á vista.Ruas calcetas e limpas.Vivendas de luxo e mansões de marmorite.Escola particular para as criancinhas para onde os pápás as levam de carro.Lanchonetes catitas e restaurantes confortáveis.Seguranças á porta de casa e até polícias nas ruas(!). Enfim,parece o paraíso.Será?
Todos sabemos da violência que tem assaltado esse bairro ultimamente.Bom, não me admira.Ou será que pensam que os capos do narcotráfico caboverdeano vivem nas "Calabaceiras" desta cidade?
Bem, já vai sendo hora de sossegar os meus dedos.O que eu tinha a dizer já disse.Ou será que só falei e não disse nada?Pode ser...


PS: A descrição que fiz de Calabaceira na verdade encaixa-se em muitos outros bairros da pereferia da cidade da Praia.Inclusive lá mesmo perto do Palmarejo falaram-me num bairro em piores condições a que chamam "Palmarejo B".

sábado, 9 de abril de 2005

NOVOS COMEÇOS

* Depois de umas férias, So Pa Fla está de volta com algumas novidades.O link para comentário está de novo activo (é só clicar onde diz comments, escrever o seu comentário, escolher anonymos e clicar em publish comment). E nova organização.Haverá três diferentes tipos de posts :

Gostos...Ás vezes também se discutem ( para falar dos filmes,livros,programas de Tv,etc)
Croniquíces(cronicas sobre os mais variados temas)
Foi e Será(noticias,novidades,etc.)

Hoje como podem ver no cimo da página ,começo pelos GOSTOS.


@ As minhas leituras durante as férias da Páscoa incluiram a primeira obra do jovem autor Christopher Paolini.O livro, Eragon fez furor quando foi publicado e destronou Harry Potter e a Ordem da Fenix de J.K. Rowling nos EUA, país natal do autor.
Paolini não esconde a influência de Tolkien (autor da trilogia O Senhor dos Aneis) e recorre ás personagens mitolégicas do mesmo,como anões,elfos,feiticeiros,etc. Leva-a ao ponto de dividir a sua obra também numa trilogia, de que Eragon é o primeiro livro.
A pesar de todo o entusiasmo que a obra despertou, eu sinceramente achei o livro interessante mas nada por aí além. Falta-lhe um engridiente crucial: originalidade. E em algumas passagens a leitura torna-se francamente aborrecida.
Já tenho lido outras obras inspiradas em Tolkien bem mais interessantes, como é o caso de A Arvore do Verão, da trilogia A Tapeçaria de Fionavar de Guy Gavriel Kay.


@ O Tesouro estreou agora por estas bandas.Lembro-me de ter lido qualquer coisa a dizer que o filme tentava plagiar algumas ideias de O Código da Vinci de Dan Brown. Bem, a palavra é mesmo essa:tenta.Porque, embora a comparação entre livro e filme não seja algo que eu goste muito de fazer, devo dizer que se realmente tentaram "inspirar-se," ficaram-se pela tentativa.O filme não chega ao nível de emoção e adrenalina gerado pela obra de Brown.A caça ao tesouro é menos emocionante,as pistas não são tão inteligentes e o desfecho (que deixa adevinhar uma sequela) poderia ser um poucochinho mais elaborado.
Mas eu até gostei do filme. Jerry Brukheymer ultimamente tem-se saído bastante bem na sua área de produção de cinema-entretenimento, com obras como este Nationasl Treasure e Piratas das Caraíbas (sem esquecer a produção da execelnte série CSI,em exibição na SIC), a nos fazer esquecer coisas como Bad Boys II.
Ao Nicolas Cage faltou-lhe alguma da fúria dos seus personagens de acção mais emblemáticos (como o Poe de Con Air ou o Castle Troy do excelente Face Of). Mas não esteve mau de todo.E o mesmo digo do filme.Não é mau,mas falta lá qualquer coisinha.E se a pretensão era ser um novo Indiana Jones, como diz um amigo meu, então é pretensão a mais.