sexta-feira, 23 de junho de 2006

SoPaFla rests.

Pois é, depois da overdose de posts esta semana, e principalmente hoje, comunico que o SoPaFla vai de férias. Sem data de regresso, mas nunca menos do que umas duas semanas.

Vou aproveitar estas férias para reflectir se isto será apenas uma tentativa de manchar a imagem de Cabo Verde, por pura inveja; se ninguem pensa fazer nada em relação a isto; e se será o caso dos cabo-verdianos seguirem esta dica e se atirarem contra os navios e helicópeteros da NATO em harakiri colectivo.
Também espero encontrar tempo e ajuda para ler bons livros, ouvir música de jeito, ver uns quantos filmes que valham a pena (nota: o cinema na Praia morreu. Há já meses que não estreia nada e ultimamente só o cinema do Bairro tem passado umas repetições chungas. Há dias vi lá o cartaz do Titanic, pode?! Tristeza...), saber o que se passa por esse mundo fora (Alkatiri saiu mesmo?) e coisas assim.
Até Julho. Bazei.

Silly Season V




Os especialistas, os entendidos, os astrólogos e videntes já garantiram que a final da copa 2006 vai ser um Brasil vs. Argentina. Bem, toda gente sabe que são velhos rivais. Lembrei-me agora desses cartazes, por ocasião de uma Copa America, em que uma marca de lubrificantes (a Tulípan) aproveitou para "desabafar" a raiva por uma derrota da selecção argentina face à brasileira. Já estamos a pensar na vingança, lê-se no cartaz eh...sugestivo.


Pois bem, os brasileiros não se ficaram e responderam com o seu humor caracteristico. Perante um rechonchudo B de Brasil ( ou de Bunda) o a da Argentina apresenta-se..."murcho". Não foi a primeira vez. Tãopouco será a última. Brasil 3 X Argentina 1. Foi a resposta.

Será que o duelo vai se repetir no final desta Copa? Se dependesse da torçida, empatava. Maradona, sozinho, equivale à toda a torcida da selecção canarinha. É vê-lo esgoelar-se na arquibancada dos jogos...

SÃO JOÃO

Há uns dias atrás festejou-se Santo António. Na minha rua, que se chama Rua Nhu Santo António, houve festa rija. Não na terça - feira, dia 13 (que foi o dia do santo) mas a partir da sexta dia 16, à noite.
No sábado fez-se um grande banquete ao almoço, com convidados "vipes" e tudo ( o Presidente da Républica himself, esteve lá). Vieram também batucadeiras que sentaram-se no terreiro em frente à casa da anfitriã e fincaram batuku. Cantaram, dançaram e lá iam molhando a garganta com cerveja, já que o calor era grande.
A minha vizinha, organiza esta festa todos os anos. Diz que é uma tradição da familia iniciada pela sua avó e que já dura há oitenta anos.
Mas isso foi Santo António. Amanhã festeja-se São João Baptista, este sim é o meu santo. Não que eu seja devota (outros tempos, agora sou uma pecadora), mas é o meu santo católico favorito e ainda por cima sincretismo de Xangô (aquele que derrotou Ogum para ficar com Yansã, ah saudades de Jorge Amado!).
As festas de São João sempre fizeram parte da minha vida. Na Boa Vista, na zona de onde é a minha mãe e onde eu ia passar as minhas férias de infãncia e adolescência, o santo padroeiro é São João e festeja-se com todos os rituais religiosos e profanos. Vivi parte da minha adolescência no bairro da Várzea onde também era São João o santo padroeiro. A procissão, o rufar dos tambores, a quermese e á noite os bailes.
Por fim, vivi anos em Braga, Portugal, terra onde o santo padroeiro é...São João. Em Braga, e no vizinho Porto, São João foi para mim, as enchentes nas ruas, a distribuir marteladas na cabeça (martelos de plástico, hein), a meter alho porro debaixo do nariz dos menos prevenidos, os manjericos com versinhos para oferecer e as feiras de diversão com as suas monmtanhas russas, roda gigante, carrinhos de choque. Era bem divertido, mas chegavamos em casa de madrugada com os pés moídos.
Mas a minha perferencia por São João, vai para além das festas e romarias. É também uma das personagens biblicas quem mais me fascinam. Talvez seja por causa da humildade associada á rebeldia e coragem.
"Monti di gentis ta baba pa Juon batiza-s. Y Juon ta flaba pa tudu algen y sobritudu pa kes ki ka ta pensaba dretu: " Nhos é mau sima fidjus di kóbra venenozu. N ta dimira módi ki nhos ta pensa ma nhos pode skapa di kastigu ki sta pa ben, ku finjimentu. Primeru nhos ten ki mostra ku kuzas ki nhos ta faze ma nhos ten kurason y vida mudadu, y ka nhos fla pa nhos mé: "Déus ka ta kastiga-nu. Nos é justu pamódi nos é disendentis di Abron". N ta fla nhos ma ti des pédras li Déus pode faze fidjus di Abron."
"Y povu, pamódi es sa ta speraba Misias, es kumesa ta kuda na ses kabésa ma Juon Batista éra Kristu. Má Juon Batista fla tudu es: " Ami, n ta batiza nhos sô ku agu. Má kel ki sta pa ben, E ten más puder ki mi, y ami N kas merese nen ser kel skrabu ki ta dismara kórda di sandalha di se sinhor.""
in Notísia Sabi di Jizus, capitulo 3, versículos 7 e 15. Tradução do Evangelho de São Lucas pela Kumison Kabuverdianu Pa Traduson di Bíblia.(Março de 2004)

Brasil 4 - Dabate sobre Música Cabo-Verdiana 1

Este foi o resultado de outro jogo que se travou ontem. O pessoal do Centro Cultural Françês não se lembrou do "pequeno detalhe" do jogo Brasil/Japão e marcou o debate sobre a situação da música cabo-verdiana para ontem às 18 horas. Esqueceram-se de que o Brasil (com as suas novelas e o futebol) é vaca sagrada aqui em Cabo Verde.
Daí que eramos apenas umas quinze pessoas (se tanto) que optamos por deixar de lado um jogo de uma equipa que já está escalada para os oitavos ( portanto haverá outros jogos para ver) para ir tentar trocar umas ideias sobre algo que é nosso. E nestas quinze pessoas havia uma brasileira e, pelo menos, um músico torcedor fervoroso do Brasil, que abriram mão de ver o jogo para ir falar e ouvir falar de música da nossa terra.
A maioria das pessoas presentes eram estrangeiras. Músicos, haviam uns três ou quatro. Eu? Fui de atrevida mesmo. Queria ouvir a discussão, ouvir as diferentes opiniões, saber dos caminhos que a nossa música tem tomado.
Mesmo sem a quantidade de gente desejada o debate aconteceu. Foi menos profundo e participado do que eu esperava. E notei demasiada preocupação em estarmos todos de acordo. Não temos que estar. Mas foi bom, foi instrutivo e espero que tenha sido também um primeiro passo.
Que venham outros debates. De preferência, num dia sem futebol para que os músicos , os entendidos que polulam por aí e pessoas que apenas gostam da nossa música possam aparecer e participar.
( Eu ia actualizar este post para falar mais sobre o encontro de ontem mas o Son di Santiago já disse um pouco daquilo que penso, pelo que...)

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Vergonha

À minha volta há gente a ler. Uma colega minha está a ler 11 Mintuos do Paulo Coelho (...), outra um autor japonês do qual não fixei o nome. Um amigo está a ler Memórias das Minhas Putas Tristes (do Gabriel Garcia Marquez).
E eu? Ainda atracada ao Espião Perfeito ( de John Le Carré)! Pode?! Desde Fevereiro, parece-me. Eu já devia ter desistido e partido para outra mas, não quero render-me. Eu nunca deixei um livro por acabar e este nem é tão mau assim. Só que...pego nele quando me aparece um tempinho, leio no máximo uma página e depois não consigo continuar. Estes dias deu-me para começar a lê-lo e logo a seguir pô-lo de lado e agarrar no Notisia Sabi Di Jizus. É a tradução do envangelho de S. Lucas realizada pela Comissão para a Tradução da Bíblia para a Lingua Caboverdiana (penso que é esse o nome).
Engraçado, no natal passado ofereci um exemplar a uma amiga. No dia da entrega dos prémios da AEC, no mês passado, um elemento da Comissão ofereceu-me o exemplar que agora tenho. Rica prenda.

Yeah, right...



"Você o chamado show de bola. Para si ganhar não é suficiente. É indispensável fazê-lo com arte. Gosta de ser o centro das atenções e de impressionar tudo e todos com as suas habilidades. Vive a vida descontraidamente e nunca faz drama, mesmo que surja uma situação mais delicada. É optimista por natureza, mas quando não consegue o que quer cai o carmo e a trindade e é um drama de novela! "

Bah! Não sou nada o Brasil! Sou a Itália. A parte de "fazer com arte" até pode ser verdade.Mas não gosto nada de ser o centro das atenções, pelo contrário. Faço dramas, sim senhor (mas não sou exctamente uma drama queen) e não sou nada optimista.

Estes testes são uma treta. Tenho a certeza de que sou a Itália, ganhe o Mundial ou não.

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Jaguares e ...gatas.

Até agora, a operação Steadfast Jaguar 2006 da NATO está a ser um sucesso. Tirando o episódio infeliz do caçu bodi, em São Vicente, os contactos com a população local estão a correr bem. O grosso das tropas está estacionado nas ilhas de Santo Antão, São Vicente e Fogo. Em Santiago, funciona a sede administrativa.
Desde que se soube dos exercicíos da NATO em Cabo Verde, que têm circulado nas conversas de ocasião comentários mais ou menos brincalhões, a fazer piadas sobre o interesse das meninas nos soldados.Pois bem, parece que, pelo menos em Santo Antão, as coisas começam a tomar rumos preocupantes.
Notícias dão conta de que as jovens de Ponta do Sol têm mantido os jaguares debaixo de forte assédio, de tal modo que chegam a perturbar o curso dos exercícios. Inclusive, algumas das gatas rivais, já andaram a unhar-se na disputa pelos bravos rapazes.
A continuar assim, confirmar-se-á o vaticínio do outro: daqui a nove meses teremos um baby boom em Cabo Verde.

Silly Season


Henrik Larsson, camisola 11 (Suécia)
Eu ontem estava a torcer pela Inglaterra, mas sem grande entusiasmo. No fim, gostei mesmo do golo de Larsson. Um cheirinho a Cabo Verde na copa. E fiquei com a impressão que ele esteve endiabrado durante o jogo, a procura do golo, que finalmente conseguiu.
Portanto, a Inglaterra já não ganha à Suècia desde 1968. E Beckham não esteve nada de especial. Pff...
Larsson anima o blog com os seus peitorais bronzeados e punho erguido. Gratulera! É suéco, e quer dizer "parabéns". Por conta do meu job, já vou aprendendo umas coisinhas, hein!
Entretanto, Maniche já marcou por Portugal, que enfrenta o México. Angola ainda não marcou, mas já rematou á baliza. E espero que o número de faltas que já levam significa que estão a atacar sem piedade. Força!

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Cinemania

A Love Song for Bobby Long (de Shainee Gabel, 2004). Título português, Uma Canção de Amor.
Com Jonh Travolta (o Bobby Long do título), no seu melhor papel desde há muito. Scarlett Johansson (Purslane, que em português é o nome da planta Baldroega), a dar provas de que, juntamente com Nataly Portman, é das melhores atrizes da sua geração. E o semi- desconhecido Gabriel Match (Lawson), de quem fiquei com boa impressão.
Os três formam uma "familia" disfuncional, algures em Nova Orleans, a partir do momento em que Purslane chega, tarde de mais, ao enterro da mãe e fica a saber que esta lhe deixou uma casa que terá que dividir com Bobby Long e o seu assitente Lawson. A relação conflituosa entre Purslane e Bobby intensifica na medida exacta do seu interesse romântico por Lawson.
O filme é um tanto quanto pretensioso, mas não faz mal porque não desaponta. A história consegue prender a atenção até ao fim e o elenco é bastante competente. Mas para mim o melhor é a banda sonora ( música original de Nathan Larson) e os cenários. Os sons e os lugares de Nova Orleans (uma terra que eu tenho a certeza de que amaria) despidos de artificios mas ainda assim carregados de poesia.
Diálogo:
Bobby Long: Lawson is not in love with you.
Georgianna: Bobby, I don't think thats any of your damn business.
Bobby Long: I've seen him with a woman that he can't get enough of. A woman that's crawled into every molecule of his being. That consumed his every thought and turned him into a creature of devotion and obsession.(turning to Lawson) I have the scars of that love on my face, have ya told her about that? Have you told her about the difference between true love and a warm bed to pass the time away?
Engraçadas, as pequenas similitudes entre este filme e A Home at The End of The World (de Michael Mayer, 2004). Titulo português, Uma Casa no Fim do Mundo.Baseado no romance homônimo de um autor que eu admiro, o vencedor do Prémio Pulitzer e autor de As Horas, Michael Cunningham.
Também aqui forma-se uma família disfuncional, mas que desta feita forma também um triângulo amoroso: Colin Farrell( mais um Bobby) num desempenho pejado de sensibilidade e contenção dramática). Dallas Roberts (Jonathan), mais conhecido da TV. E Robin Wright Penn (Clare) , excelente atriz, sub-estimada em Hollywood, mas felizmente podemos vê-la de vez em quando em filmaços como este).
Nos finais dos anos 60, Bobby, ainda criança, perde seu idolatrado irmão. Alguns anos depois conhece Jonathan de quem se faz amigo e acaba por ir viver em sua casa depois dos seus pais falecerem. A relação entre Bobby e Jonathan torna-se mais intima chegando a envolverem-se fisicamente. Já nos anos 80, depois de algum tempo sem se verem, Bobby vai ter com Jonathan a Nova Iorque e conhece Clare, amiga/amante de Jonathan, com quem acaba por envolver-se. Os três refugiam-se então numa casa isolada onde pretendem criar juntos o filho que Clare espera.
A força do filme não reside tanto no seu argumento (desconfio que a adaptação - a pesar de feita pelo próprio Cunningham- poderia ter saído melhor) mas nos desempenhos dos actores. Sissy Spacek (sempre excelente) consegue tirar o melhor do trio protagonista, sempre que estes contracenam com ela.
Outro ponto em comum com A Love Song for Bobby Long: execelente banda sonora ( música original de Duncan Sheik).
Diálogo:
Clare (Robin Wrigth Penn): Is there anything you can't do?
Bobby (Colin Farrell): I can't be alone.

Dancemania

Preparem a guilhotina, a cruz, sei lá. Porque, desta vez, andei a sacudir o esqueleto ao som de Funk e Disco!Taty Quebra-Barraco, Bonde do Tigrão, Madonna (Confessions on a Dancefloor) e umas tais de Pussycat Dolls (Dont T'Cha). Heresia! Heresia! Mas como todo o pecado, sabe bem pra caramba.
A seguir, penitenciei-me a ouvir Ninna Simone:My Baby Just Cares For Me, Mississipi Godamn, I Put a Spell on You, Ne Me Quite Pas e...


Summertimme
Summertime and the livin's easy,
Fish are jumpin', and the cotton is high.
Oh yo' daddy's rich and yo' ma is good lookin',
So hush, little baby, don' yo' cry.

One of these mornin's you goin' to rise un singin',
Then you'll spread yo' wings an' you'll take the sky.
But till that mornin', there's a-nothin' can harm you
With Daddy and Mammy standin' by.
(1935) DuBose Heyward, George Gershwin
O verão devia ser sempre assim. E esta música era perfeita para estar na banda sonora deste filme...

sexta-feira, 16 de junho de 2006

Silly Season III

Selecção Angolana ou Maltas Pernonas

Hoje ás 18h, a torcida é por Angola, que enfrenta a selecção mexicana. Vamos esperar que a mala suerte fique com os chicanos e que Angola não tenha que começar a arrumar as malas.

Pernas não faltam aos Palancas Negras. Que as usem para defender bem e principalmente para fazer gols.

Debate em criolo/Criolo em debate

Há dias o ministro da cultura Manuel Veiga esteve na universidade, para o encerramento do nosso Seminário de Criolo. Foi uma conversa informal, sobre criolo e em criolo.
O ministro fez a esperada defesa da oficialização do criolo e fiquei a saber que é dele a proposta de no ensino se adoptar apenas duas variantes, as de Santiago e São Vicente.
Foi-nos permitido intervir e eu, entre outras coisas, manifestei a minha opinião (já aqui exposta) de que não concordo com essa ideia de se impor às outras ilhas o criolo de Santiago e S. Vicente. Disse também que, por ser esta questão da Lingua Cabo-verdiana algo que nos diz respeito a todos, e sendo Cabo Verde um país tão orgulhoso da sua democracia, dever-se-ia por uma vez fazer uso do referendo nacional, para que o povo de cada ilha decida que criolo os seus filhos devem aprender nas escolas.
Um colega meu, indo pelo caminho inverso, defendeu a imposição, pela força mesmo (não fisica), de uma só variante do criolo, para acabar de vez com a discussão.
Perguntei-lhe: " se for escolhido o criolo do Fogo para essa imposição, aceitas sem problemas?" Ao que ele explodiu: "Ná, credo!". Pois é...ele, badiu de Assomada, já tinha em mente a variante de Santiago quando fez a sua proposta.
Ah! Perante a minha supracitada opinião, o ministro perguntou-me de onde sou eu. Parece que o meu criolo de Santiago não pesou mais do que a minha recusa de ceder a bairrismos. Mas lá respondi-lhe, bem-humorada: Ami é di li, n'ta mora li!*
*Este é o slogan do programa Casa da Cultura da TCV, que vários artistas e figuras públicas aparecem a dizer, inclusive o ministro Manuel Veiga.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Gosto Também De... (18)



De desenhar. E dantes era capaz de roubar umas horas do meu tempo para dedicar-me a este prazeroso hobbie.

Era todo um ritual. Primeiro esvaziava o mais possível a mesa onde ia instalar-me para desenhar. Depois distribuía o material pelo espaço: de um lado, a resma de papel branquinho, a estalar de novo; de outro, os lápis de carvão (eram pelo menos dois: um com a ponta afiadinha e outro com a ponta grossa, para os diferentes tipos de traços); tinha que haver também borracha, lápis de cor (caso optasse por desenhar a cores), régua (para um ou outro traço geométrico). Por fim, lápis encostado ao queixo, uns minutos a buscar inspiração e então, lançava-me à tarefa. Podia ficar horas naquilo, esquecida do mundo, leve, leve...

Acho que tenho algum jeito,mas isso é o que menos importa, já que desenho por prazer e guardo-os para mim. Sou melhor nos retratos, mas faço vários tipos de desenho, alguns até abstractos.

Infelizmente, agora é muito raramente que abdico de uma qualquer outra coisa que esteja a fazer para me dedicar a este ritual. A última vez que me sentei para desenhar foi quando fiz um retrato da minha mãe, para oferecer-lhe no Dia da Mãe. Parece-me que ela gostou.

Silly Season II



Iker Casillas, guarda-redes (Espanha)
Confesso: em 2004 vi todos os jogos da Espanha no Euro só por causa deste chico. É um bom guardião das balizas da selecção espanhola, pena que os defesas não o ajudem muito.
O guapo foi refrescar-se um pouco, antes do jogo de logo mais com a Ucrânia, pois as temperaturas continuam a subir.
Torço por ele. Digo, pela Espanha :)

OVNI (4)

segunda-feira, 12 de junho de 2006

Silly Season

Fabio Canavaro, camisola 5 (Itália)

É verão, a chamada silly season, das coisas leves, bonitas e triviais. Para dar um ar estival e light ao blog, esta nova rubrica.

Nesta primeira "edicção" uma homenagem à Copa 2006 de Futebol, a ver se me entusiasmo com a coisa. Na foto, vê-se o jogador da selecção italiana (que joga logo contra o Gana) em pleno exercícios de aquecimento. Para já, as temperaturas aqui no SoPaFla aqueceram bastante :)


Morno


Morno. O meu entusiasmo pela Copa. Aliás, não há entusiasmo nenhum.Não vi ainda mais do que cinco minutos seguidos de nenhum jogo. Não vi o Angola/Portugal, nem estava muito interessada em saber quem ganhou. A lista das equipas que eu ia apoiar, postada algures aí em baixo, é fajuta. Estou na verdade me marimbando para quem ganha, quem perde, quem é eliminado ou quem vai levar a taça no fim.
Não sei o que se passa, não sei o porquê do meu desinteresse, nem estou preocupada com isso. Não é o fim do mundo.
Morno. O "casamento" Mário Lúcio/ Shukayaya (é assim que se escreve?). O espéctaculo no Auditório Jorge Barbosa, na sexta feira, foi bom. Quando Mário Lúcio actuou sozinho e quando as meninas do Shukayaya actuaram sozinhas. Mário Lúcio esteve bem. Cada vez filosofa mais entre as músicas mas, ninguem resiste quando ele agarra-se ao violão e enche o vazio com a sua voz. As pikenas do Shukayaya têm power. Está bem que a batucada é brasileira e pouco tem de original mas mesmo assim elas deram um show ( soaria melhor num espaço maior ou aberto). Mas não achei que resultou a mistura. A voz de Mário Lúcio perdeu-se no meio da batucada potente das meninas e as novas versões das músicas cantadas não resultaram. É melhor que fique cada um no seu território.
Morno. O filme Memórias de Uma Gueixa (Rob Marshal, 2005). Tinha tudo para ser um filmaço, mas a história nunca ganha grande fôlego. Promete, promete, promete...até nos darmos conta de que não passará disso: uma bela promessa desperdiçada. Salvam-se a fotografia de Dion Beebe (virei fã dele desde Collateral) e a banda sonora de Jonh Williams. Aqueles solos de violino prenderam-me a atenção. Apetecia-me ouvi-los agora, nessa manhã de Junho que mais parece um dia de início de inverno, daqueles lugares longínquos onde inverno.

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Dramas

Dramático/Extraordinário (o momento que o país vive)
Ontem,o sr. primeiro ministro esteve no Telejornal a explicar-se perante a onda de descontentamento que tem varrido a sociedade cabo-verdiana,depois do anúncio dos aumentos dos preços, da previsão do aumento salarial e também devido á situação da Electra.
Como sempre,José Maria Neves falou bonito, esbanjou charme e explicou por A+B porque que o aumento não pode ser superior aos 3% já anunciados. E até conseguiu explicação para a renovada frota de Prados dos ministérios e direcções gerais.
No que toca á Electra, o primeiro ministro fez cara de zangado e explicou que tinham alugado o tal gerador por seis meses para dar tempo á Electra de resolver os problemas e que agora, findo os seis meses e visto que a Electra não resolveu os problemas,estão a estudar os meios jurídicos de se livrarem dessa batata quente, uma vez que existe um contrato entre o Governo e a Electra.
Eu me pergunto: mas porquê que só agora se começam a estudar as saídas jurídicas para o imbróglio Electra/Governo?! Porquê que durante os seis meses de prazo dados á Electra-em que a cidade da Praia aguentou-se com um gerador alugado- eles não foram já estudando saídas para quando chegasse a hora e a Electra não cumprisse (como já é hábito) se passasse já à acção,em vez de perder mais tempo a estudar formas de dar um chuto na Electra?
Isto é, estou a pôr as coisas em seis meses mas isto já se arrasta há muito mais tempo. Já era hora de haver um plano limpinho e bonitinho em cima da mesa para resolver de uma vez por todas esta situação vergonhosa.


E entretanto...(escapa-se uma discussão pertinente)
Continua no Asemanaonline, a polémica em volta da entrevista de Abrãao Vicente a este jornal online. Tudo porque o jovem pintor/fotógrafo/apresentador declarou que: "Temos bons artistas/executantes, mas ainda não temos de um modo generalizado um pensamento para a arte, uma cultura de consumo material e simbólico de obras de arte. Não pode haver um verdadeiro campo artístico sem um dialogo frutífero entre a comunidade artística e um público. A nossa classe alta, quer a intelectual quer a económica é quase totalmente destituída de cultura artística. Os nossos intelectuais são de uma maneira geral bastante bairristas e limitados, os caboverdianos devem ter uma aspiração mais universal. "
Penso que não interessa discutir a personalidade de Abrãao Vicente. Gostar ou não gostar dele é irrelevante para a discussão pertinente que se podia ter gerado. Mas em vez disso...
Detendo-me nessa sua afirmação, pensando e reflectindo, eu concordo com o que Abrãao disse. Concordo e muito.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Round Up The Usual Suspects...(6)

"No Brasil e Portugal este complexo colonial da pele mais clara é fortíssimo...e mesmo em Cabo Verde camufladamente estão lá...quiçá, restos na mentalidade, do tempo da escravatura...levada pelos portugueses…para as Ilhas, durante séculos. E o mais curioso e triste é que tanto em Portugal como no Brasil este complexo parece ter atingido até a classe política e dirigentes alguns dos quais de origem mestiço-negróide."

Leia-se tudo no Pululu.

Quase, quase

Amanhã é a abertura desse acontecimento sem comparação á escala mundial: a Copa do Mundo.
Íncrivel a loucura que por aí vai por causa do maior evento (futebolístico) do mundo...
A nossa loucura parece que vai ser o horário único na função pública. Parece que já está quase decidido os funcionários públicos, durante a copa, irem trabalhar ás 7h30 da manhã para poderem sair às 14h30.
Por azar, isso coincide com a entrada em vigor do "pulso de ferro", isto é, o controle rigido dos horários de entrada e saída dos funcionarios determinado pelo ministro João Serra.
Será que o pessoal vai conseguir estar ás 7h30 no local de trabalho depois das noitadas nos bares a discuitr os resultados dos jogos do dia?
Eu já sei que não vou ver todos os jogos (uns porque não posso, outros porque não quero) mas já tenho por quem torcer. Estes são os meus favoritos, por ordem de preferência:
Itália
Gana
Angola
Inglaterra
Portugal
Brazil
Não me peçam explicações, nem me condenem por Portugal, Angola e Brasil não estarem á cabeça. É futebol, não uma Schindler List.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Um Pouco de Humor Para Relaxar

Tenho feito algumas experiências neste site engraçadissimo, onde podemos incluir legendas nossas em filmes indianos. O resultado, dependendo da criatividade do "legendador", pode ser hilariante.
Eu aproveitei a polémica da semana aqui no blog (ou já posso dizer do dia?), com o anónimo "Caçador de Racistas", para fazer uma brincadeira. Espero que todos os anónimos tenham sentido de humor suficiente para aguentar a brincadeirinha...

Kamia Pictures Introduces...
And


Aceitam-se críticas e quem sabe, indicações ao Óscar.

Bloguesfera cabo-verdiana cresce!

Poiso
Muzika di Tera
E também uma Baby Blogguer

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Darkness


Cabo Verde pugna por entrar na lista dos Países de Desenvolvimento Médio e no entanto quer fazê-lo sem perder o direito ás ajudas e outras regalias próprias dos países em vias de desenvolvimento.
Pergunto-me se haverá no mundo muitos países de desenvolviemento médio cuja capital passe o fim-de-semana às escuras...E a Electra ainda só está a aquecer.
Para além de tudo o resto o preço da eletricidade e da água aumentou (10% e 20%, respectivamente). Aumento salarial: 3%. Estamos ou não num PDM?

Entretanto, lá fora, o Irão faz ameaças aos EUA relativamente á extração petrolífica no Golfo Pérsico. Claro que o preço do crude aumentou logo.
Tempos negros...

domingo, 4 de junho de 2006

Alegria! Alegria!

Aleluia! Veio por fim o messias a este blog e, seguindo eu os seus sábios conselhos, heis que a glória voltou a esta casa. Ou... este blog está finalmente com um ar mais digno, pois as informações na barra lateral voltaram ao sítio.
Muito obrigada criolinha!
Também agradeço ao Kafé que já me tinha dado esta dica mas, não sei porquê, não cheguei a seguir as suas instruções (provavelmente esqueci-me...).

Irremediavelmente Franca, pois então.

Constou-me que poderá haver gente disiludida com este blog/comigo devido ao teor do post anterior. E esta, hein?
Pensei um pouco no assunto e cheguei a algumas conclusões:
1. Que, por mais que eu goste que as pessoas visitem o SoPaFla e - não vou fingir que não - goste que ela apreciem o que aqui vou postando, o SoPaFla continuará a ser escrito em primeiro lugar para mim mesma, como tem sido desde o primeiro dia que o criei . Não é pelo facto de estar consciente de que há muita gente a visitar este espaço, e de que já não sou tão "anónima" como quando comecei (isto é, uma parte das pessoas que lêm este blog já me conhece) que me vou auto-censurar para não defraudar expectativas que se possam criar.
Quem não gostar do blog em geral, ou de um post em particular, pode manifestá-lo na caixa de comentários e/ou limitar-se a não lê-lo mais. Garanto que há muitos blogs por aí sérios, cultos, bem comportados e doces e de gente com gosto refinado, que não dedicará um post a declarar que gosta de dançar Zouk.
2. Que não mudarei o estilo dos meus posts para adaptá-lo ao gosto de quem visita este estaminé. Este blog é, entre outras coisas, sobre os MEUS gostos e felizmente tenho gostos ecléticos e não tenho vergonha de assumi-los: tanto aprecio um Kubrik (ah! ontem vi numa revista uma senhora que parecia mesmo o Alex de Laranja Mecânica!) como me rio com os irmãos Farrely (vi há dias Agarrado a Ti, hilário!); diverti-me com o Código da Vinci (Dan Brown) e estou sempre com vontade de re-ler As Horas (Michael Cunnigham) ou Chuva Braba (Manuel Lopes); todos os que já lêm este blog há algum tempo sabem do meu gosto por Jazz, pelas músicas de Lura, Tcheka, Cise, Nancy Vieira, Ildo Lobo mas, na minha alma cabe também o bom zouk, hip hop, rock e tantos outros.
3. Que não compreendo que alguem possa julgar um blog de 2 anos e meio por um único post assim como me arrepia que alguem julgue conhecer toda a personalidade de uma pessoa por um único gosto ou opinião que ela manifeste e mesmo, que alguem julgue que um blog é a "cara chapada" da pessoa que o escreve. O que vem sendo postado neste blog desde Janeiro de 2004 (por favor, vide Djam Flá Dja lá em baixo à esquerda) é uma pequena parcela daquilo que eu sou e a esta pequena parcela chamo de Kamia. Eu, Chissana, sou um pouco mais do que apenas o SoPaFla, sou mais do que apenas a Kamia.
Há já muito tempo que tenho uma impressão, uma espécie de teoria, de que me lembrei agora: parece-me que a maioria de nós (humanos) temos a mania de querer que toda gente seja igual a nós, faça as mesmas coisas que nós, tenha as mesmas opiniões e principalmente que tenha os mesmos gostos que nós. Isso porque lá no fundo pensamos (quase) todos, que os nossos gostos é que são os melhores, nós é que estamos certos e temos razão...ou então é apenas por querermos nos sentir ajustados, não sei. É uma ideia que tenho, posso estar errada. Afinal, não sou psicóloga.
Se esta passagem do samba de Caymmi fosse levada ao pé da letra, ilustraria bem aquilo que estou a tentar dizer. E eu até gosto de samba :)

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Dancefloor


A música que tenho dançado estes dias é a de Slai, ce garçon dessus. Zouk do bom, para dançar e descontrair. Vive la sensualitée!


Ne rentre pas chez toi ce soir
Ma puce reste avec moi ce soir
Reste avec moi car il est tard
Ne rentre pas chez toi ce soir
(...)

Um cheirinho aqui.

Pontas Soltas

O tempo voa e há coisas que ficam por dizer e fazer. Aqui no SoPaFla também.
Não disse, por exemplo, que o texto sobre Cannes, que está num dos posts abaixo afinal foi publicado no Horizonte na semana seguinte. E por falar em Cannes, não me lembrei de reagir aqui aos prémios atribuídos.Nada de grave, diga-se.
Ainda não actualizei o post em que fiquei de fazer a crítica de Eternal Sunshine(...) e explicar porque é um ovni.
Também, por vezes, acontece de alguem comentar um post muito lá em baixo e eu só me dar conta tempos depois. Ás vezes são coisas que pedem respostas e eu não respondo logo. Estou a tentar por-me em dia.
Por falar em comentários, tenho que esclarecer umas coisas, devido a um e-mail que recebi. Quem quiser comentar não é obrigado a ter um blog para fazê-lo. Há na caixa de comentários uma opção entre blogger e anónimo que diz Outro. É para quem não tem blog e não quer ser anónimo (clica-se lá e escreve-se o nome). Quem quiser continuar a ser anónimo está no seu direito. É verdade que eu gostaria que as pessoas assinassem, mesmo porque faz-me confusão, fico sem saber se este anónimo foi o que escreveu aquilo, se o anónimo do dia 13 é o mesmo do dia 26, enfim...No entanto, reafirmo que não permitirei que os anónimos façam uso dessa condição para "baixarias". Todos sabemos que o anónimato dá ânimo a certas pessoas para certas atitudes que não tomariam sem "máscaras".
Continuando com as pontas soltas...Lá no post Coisas "Down" (que título pateta!), não quis dizer que Syriana é um mau filme e/ou que não gostei. Pelo contrário! A pesar de um certo esquematismo no argumento, está muito bem filmado e alguns dos actores têm desempenhos assombrosos. Só que o filme deixa-nos um gosto amargo na boca, uma triste sensação de impotência...daí te-lo incluído no leque de coisas down.
Por fim, sempre tive as melhores intenções relativamente aos erros ortográficos (alguns deles involuntários, coisas de se escrever com teclado...). A minha ideia era sempre tirar um tempo e voltar aos posts com erros para corrigi-los mas...ou por falta de tempo ou por preguiça não o tenho feito.
Ah! Mais uma coisa: continuo á espera dum messias da bloguesfera que me ajude a recolocar as informações da barra lateral no sitio certo! Até lá, quem quiser espreitar a barra lateral tem que descer lá em baixo. Actualizei os links nos Usual Suspects porque havia lá muitos blogues "mortos" e outros que eu já não visitava assim tantas vezes. E no Ta Flam Algum Kusa também houve mexidas.
Por certo há mais pontas soltas e pelos vistos vão continuar assim...