quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Anúncio/Convite

Dia 2 de Janeiro de 2006
2º Aniversário do SoPaFla
Estão todos convidados para as Monumentais Festas de Comemoração!!!

LEITURA EM DIA

( O estado em que se encontra este blog: depois do infeliz post anterior, onde muito se escreveu e pouco se disse, ouso roubar a frase da miss Bomba Inteligente e os parêntesis introdutórios do monsiur Albatrozberdiano. Mais! Ouso afrontar o anônimo chateado que comentou neste post ao voltar a falar de...livros.)

@ Da brasileira Patricia Melo tinha lido Inferno, a impressionante história de um menino de favela carioca que se torna líder do tráfico da área. Um soco no estômago. A história e a escrita de Patricia Melo. Ritimo acelerado e uma linguagem narrativa que nos remete para o universo cinematográfico, familiar á escritora que é também argumentista. As frases curtas, as palavras que se sucedem, são como tiros.

"Sol, piolhos, trambiques, gente boa, trapos, moscas, televisão, agiotas, sol, plástico, tempestades, diversos tipos de trastes, funk, sol, lixo e escroques infestam o local. O garoto que sobe o morro é José Luís Reis, o Reizinho. Excluindo Reizinho, ninguém ali é José, Luís, Pedro, Antônio, Joaquim, Maria, Sebastiana. São Giseles, Alexis, Karinas, Washingtons, Chrisians, Vans, Daianas, Klebers e Eltons, nomes retirados de novelas, programas de televisão, do jet set internacional, das revistas de cabeleireiras e de produtos importados que invadem a favela." - De Inferno, Patricia Melo (2000) -

Agora li a primeira obra, Acqua Toffana. Puro veneno urbano. Patricia Melo disseca a violência em São Paulo através dos relatos da anti-social mulher de um serial killer, que quase sente ciùmes das vitimas do marido, e de um pacato cidadão planeando de mil maneiras o seu primeiro assassinato. Viciante. Mas nota-se um pequeno disiquilibrio entre a primeira e a segunda parte e um certo arrastamento das duas histórias. Fica a impressão de que resultariam melhor como contos (mais curtas). Mesmo assim, já lá está aquela adrenalina de inferno, mas um pouco contida: como águas violentas de uma barragem prestes a rebentar as comportas.

Fiquei com vontade de mais. Estou curiosa por ler as restantes obras, principalmente Matador (de1995 e que foi transposto para o cinema) e o mais recente Valsa Negra.


@ Recebi de presente de natal (eu tenho sorte, ainda há quem me ofereça livros!) A Segunda Era dos Media de Mark Poster. Não poderia receber livro mais útil e adequado á minha situação actual de estudante de comunicação e "bloguista". O livro aborda uma nova interpretação dos média, tendo em conta a teoria crítica(Mark Poster defende que a segunda era dos media está para a nossa época como os meios de produção para os finais do sec. XIX, quando Marx traçou a sua teoria). Em A Segunda Era dos Media o papel dos meios de comunicação nas sociedades actuais é escrutinado e aborda-se também as comunicações eletronicas e as suas relações de diferença com o discruso e a escrita "normais".

Ainda estou a lê-lo por isso guardo mais comentários para depois. Se nenhum visitante se sentir incomodado. Não. Mesmo que algum visitante se sinta incomodado. Eu hoje acordei assim (tau! e vão duas na Bomba Inteligente).

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

PUB made in CV

Publicidade de natal dos TACV(Transportes Áereos de Cabo Verde) para imprensa.

É um facto: a publicidade criada em Cabo Verde evolui positivamente a cada dia. Na televisão, nas rádios, imprensa e pelos outdoors espalhados pelo país, essa melhoria está bem patente. Demorou mas, parece que finalmente a publicidade em Cabo Verde deixou de ser encarada como luxo supérfluo, a que só muito poucos aderiam e que infelizmente tinham que recorrer a profissionais não especializados (soube que já ouve até casos de grandes empresas que entregavam toda a liberdade criativa - toda mesmo ! - ao camaraman da televisão encarregado de filmar o spot publicitário). O que resultava em publicidades mal feitas, campanhas mal lançadas e, claro, que pouco retorno traziam ao anunciante.
Mas, felizmente, o progresso que se registra em Cabo Verde chegou também ao mundo da publicidade. Por fim as empresas, serviços, etc., descobriram o poder da publicidade e finalmente dispõe de pessoas capacitadas para o trabalho.
Claro que continua a existir muita coisa mal feita e a originalidade continua a não abundar (o que é grave pois é o cerne da arte publicitária). Mas já se vê muita coisa boa feita aqui nas ilhas.

Os meios onde se notam mais as melhorias são a imprensa e televisão. A publicidade radiofónica continua a soar toda igual, tentando ter graça mas descambando no ridículo. Eu acho. Desconfio que isso se deve ao facto de que muitos, julgam que a publicidade radiofónica é mais fácil e que qualquer um pode rabiscar um texto “publicitário”. Texto esse que o apresentador de serviço (ou o "actor" contratado) trata de debitar tentando quase sempre ter muita piada e onde o mais importante (o produto a publicitar) acaba por ficar em segundo plano.
Na televisão também ainda subsiste um pouco esta "modalidade". Mas ,graças a Deus, já menos frequente. Vai se ganhando bom gosto. As grandes empresas já apostam em anúncios visualmente atraentes, graficamente bem cuidados, com bons textos e originais q.b.

Onde penso que a publicidade made in CV está melhor é na imprensa. Tenho visto bons anúncios em revistas e jornais. Na sua maioria, são as grandes empresas, com mais recursos, que recorrem a especialistas. Ultimamente achei bem feitas as da CVTelecom que vi nas página do A Semana (aquela última para a televisão com os balões também não está mal) e achei gira a dos TACV, onde se advinha o Pai Natal refastelado num assento de um dos seus aviões. Contudo, já não vi aquilo em algum lugar? Não sei, talvez seja só impressão minha. Ah! As da Sita (tintas) para o natal também estão muito boas (tanto o televisivo, como o para imprensa).
Os outdoors são um caso a parte. Pululam por aí mas a qualidade não abunda. É dificel encontrar um que seja suficientemente chamativo e original. Refiro-me, é claro, aos que trazem publicidade nacional. Não aos da Coca –Cola, SuperBock, Compal e companhia lda, que vieram dar outro colorido ás nossas avenidas e oferecer-nos mais de perto as marcas estrangeiras.

Bem, agora a coisa só pode melhorar. É deixar trabalhar as pessoas certas, formadas na área, gente jovem com ideias inovadoras e principalmente aproveitar o que é nosso, a nossa história, as nossas referencias, a nossa cultura. Só assim teremos publicidade cabo-verdiana genuína e original.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

In Memoriam


Foi há um ano. Ainda se reconstrói aquilo que a fúria das águas levou. O que não pode ser recuparado, recorda-se. Com saudades.
No título, link para a notícia da efeméride.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

DUELO

Todos os anos o duelo repete-se: velhote de pijama vermelho vs. menino deitado na palha. Pelo que tenho visto por aí, o Pai da Tal tem levado a melhor...



Tenho estado down. KO. Doente. Daí o "silêncio". Mas tinha que cá vir deixar os meus votos de Bom Natal. Para quem está com o Santa, muitas prendas no sapatinho. Para os que estão com o menino Jesus, muita luz neste novo renascer.
Ou então, as duas coisas.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Gosto Também De...(4)



Fotografar olhos. De pessoas, de animais, os meus...

Este olho é que é meu. O do lado (lá no perfil) é emprestado.

Estou a olhar para ti. Sim, para ti... :)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

VIAGENS NO AUTOCARRO 10

Volta e meia regresso ao Autocarro 10. Parece que é o meu "assunto" favorito. Para quem não sabe do que estou a falar veja no arquivo os posts Autocarro 10: Calabaceira/Palmarejo (Abril) e Debate no Autocarro 10 (Outubro).
Dizia eu que, o Autocarro 10 parece ter ganho um lugar cativo no meu blog. A verdade é que, as viagens no dito autocarro dariam matéria para milhentas crónicas ao mais desinspirado escriba. Já tinha aqui comentado as surpreendentes "saudades" que sinto destas viagens desde que o escritório contratou serviços privados de transporte para os funcionários. Mas afinal, uma vez por outra, quando me vejo obrigada a fazer serão no escritório em vez de ir para as aulas, o regresso á casa se faz pelo Autocarro 10 (que é o único que sai do Palmarejo e passa pela minha zona). E estas viagens nunca são a mesma coisa.

A viagem ideal no Autocarro é quando ele vai quase vazio, o radio está desligado, o motorista não tem nenhum incêndio para apagar e por isso posso ir com o meu livro da ocasião aberto no colo a ler.Ou então vou vendo o caminho por onde passo. O engraçado é que, apesar de ser sempre o mesmo percurso, há sempre coisas diferentes para ver. Um céu de fim de tarde que hoje está cor-de rosa e amanhã alaranjado; um cão preto a brincar com um cão branco que me faz pensar num dos meus filmes preferidos (Gato Preto/ Gato Branco de Emir Kusturica); o mar visto da marginal, um dia com um bote ao longe no outro um barco de carga grande demais para acostar ao cais.
Mas a maior parte das viages no Autocarro são: música ( quase sempre deca ou choradeira sertaneja) em alto volume, conversas entre passageiros (que quase sempre acabaram de se conhecer) em alto volume, mais passageiros no autocarro do que o permitido, passageiros que atiram lixo pela janela (o esforço que eu faço para me conter e não mandar uma boca ao(s) prevaricador(es) !), motoristas (tão empenhados em ganhar mais um cumbú* para os patrões, que ele são!) que param fora das paragens para deixar entrar mais gente e não param na paragem para deixar descer, a não ser que o passageiro grite bem alto para ele parar ( os nossos autocarros não têm botão para pedir paragem, se tivessem já estariam estragados, claro) entre outras coisas mais. Nos dias em que estou realmente cansada e sem paciência, este tipo de viagem só me stressa mais. Mas se estou bem disposta, faço a viagem de espírito aberto. Observando tudo com atenção e sem preconceitos, tentando compreeder as pessoas menos superficialmente, ouvindo o que elas dizem pois, muitas vezes, o Autocarro é um espaço social onde as passoas manifestam publicamente aquilo que pensam do que vai acontecendo neste nosso país, entre outras coisas.

Depois existem as viagens realmente infernais: o Autocarro a rebentar pelas costuras, musica em volume especial "detonação de tímpanos", motorista surdo e candidato a record de velocidade, passageiros ao berros ( a reclamar do motorista, com razão), cheiros que não são propriamente o Boss in Moction ou Flower by Kenzo...É aí que eu desisto, desço na paragem mais próxima e meto-me num taxi (ou vou mesmo a pé, arriscando um caçu bodi**) porque, por mais que uma pessoa queira cultivar a simplicidade, contribuir para o meio ambiente e principalmente fazer economia...não há condições!


* Dinheiro (calão angolano).
** Assalto (calão cabo-verdiano).



(Páragrafo totalmente á parte e descontextualizado dos anteriores): Alguem reparou e contou quantas reportagens com o nosso primeiro ministro José Maria Neves passaram ontem no Telejornal?!? Eu perdi a conta na nº cinco...Como é que se chama a isto? Ai, como é mesmo? Está-me na ponta da língua...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

iMPRESSÕES

iMargens Marginalizado. O 1º Festival de Cinema e Video dos países de língua portuguesa chega ao fim amanhã, e parece que o saldo não é lá muito positivo. Nas sessões a que assisti até agora as salas estavam vazias (três gatos pingados) e, pelos comentários dos que foram a outras sessões, tem sido mais ou menos assim em todas. Senti-me tentada a culpar o organização de pouca publicidade mas reconheço que não é nada disso. Anunciou-se na televisão (TCV e RTP África), na rádio, há cartazes por todo o lado e também na internet se tem divulgado. O problema está mesmo no público cabo-verdiano.
O quê? Filmes sem heróis musculados aos pontapés e mocinhas curvílineas aos gritos?! Nada de explosões e perseguições?! Não há comédias disparatadas?! Náááá !!! E mesmo os intelectuais e pseudo-intelectuais que polulam por estas ilhas não tem dado as caras. Está tudo a ver um Benfica - Manchester, um Porto - Artimedia. Ou então a encher avenidas em passeatas... Mas, eu caia mortinha se amanhã a gala de encerramento e atribuição dos prémios na AN não vai estar á transbordar de chiques-vipes e intelectualóides. Pois é.


Gilyto, Mr. Entertainer (?!?). Aí está um jovem que sabe bem o que quer e como o conseguir. Gilyto começou a sua carreira um pouco na sombra de Gil Semedo de quem, se não me engano, é primo e em quem "inspirava-se" muito. Agora parece finalmente estar a conseguir o seu lugar ao sol, muito por conta do modo inteligente como tem feito uso de certos recursos.
Gilyto tem há quase um ano um enorme outdoor na avenida mais movimentada da capital, a publicitar o seu CD Diamante Africana ( a ousadia do jovem vai ao ponto de fugir ás regras da gramática para dar título ao seu album). Não sei os custos de tal investimento, mas não deve ser pouca coisa e não é empreitada para qualquer cantorzinho sem padrinhos poderosos.
Agora Gilyto acaba de lançar um DVD que inclui 11 video clips, a sua biografia e comentários de várias personalidades ligadas á música, incluindo Gil e Vado Semedo. Para tal façanha, ainda novidade entre os cantores cabo-verdianos (noutras paragens isso já acontece há muito) Gilyto foi apadrinhado por pesos-pesados como a TACV, a Fnac, a Garantia, a site For CV, entre muitos outros.
Gilyto tem também um site (www.gilyto.com) onde encontramos um pouco de tudo. Desde agenda de concertos (baptizado de Diamante Tour), comentários da imprensa, a apresentação do DVD, fotos e onde se pode comprar os CDs dele.
Não é impressionante? É que aqui em Cabo Verde as pessoas gostam de Gilyto sim, mas ele não é um dos "grandes", ele não tem essa força toda. Parece-me que é lá fora, entre os imigrantes que Giltyto tem começado a atrair mais público. Porém, ele parece estar determinado a conquistar um lugar de destaque. E para isso está a fazer uso da poderosa máquina que é o Marketing e a Publicidade. Tanto que, daqui a uns tempos, ele que nomeou-se a si mesmo Mr. Entertainer começará a ser assim chamado pela imprensa e por todos. Mesmo que para chegar a ser um verdadeiro Mr. Entertainer tenha ainda muita cachupa para comer.


Valorização. Falando em publicidade lembrei-me agora duma coisa "engraçada". Sabem aquela publicidade que anuncia novos edifícios junto ao Palácio do Governo (mas do outro lado da avenida, ao lado do Gimno Desportivo) e refere-se áquela zona como a mais valorizada da cidade? Pois é, não ponho em causa o valor da área mas bem que podiam fazer qualquer coisa quanto ao mau cheiro que por lá há. Uma pessoa passa por lá no seu jogging e quase cai para o lado, intoxicada. Outra área hipervalorizada é o Palmarejo. Sim, as vacas e bois que por lá desfilam durante o dia dão muuuuuito valor ao local. E o cheiro nauseabundo junto aos prédios novos?! Muuuuito valorizante! Sei...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Gosto Também De...(3)

I love you, Porgy
Don't let him take me
Don't let him handle
me
And drive me mad
If you can keep me
I want to stay with you
forever
And I'll be glad
I love you, Porgy
Don't let him take
me
Don't let him handle me
With his hot hands
If you can keep me
I
want to stay with you forever
I like my man
Someday I know he's
coming
Back to call me
He's gonna handle me
And hold me so
It's
going to be like dying, Porgy
When he calls me
But when he comes, I
know
I'll have to go

Billie Holiday - (I LOVE YOU) PORGYGeorge and Ira Gershwin / DuBose Heyward

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

TEMPUS FUGIT

Ser trabalhadora-estudante é isto: há alturas que sobra tempo para muita pouca coisa, inclusive postar como deve ser.
Mas estou atenta. Vou vendo e sabendo das coisas. E heis um pequeno resumé do que tenho captado por aí:


* A nova frase-bordão de José Maria Neves, depois de coisas como " Cabo Verdi sta na moda" e "Cabo Verdi bali pena", é "Cabo Verde dja brancu dja".Oh Deus...bem, não há belo sem senão.


* Já está a acontecer o iMargens, festival de cinema lusófono a que coube a honra Cabo Verde receber. É uma oportunidade imperdível, mas com sessões a começar ás 4 da tarde muita boa gente vai perder.


* Eurico Monteiro e alguns compinchas do PCD (Partido da Convergência Democrática) estão de volta ao MpD para disputar as eleições de 2006. Já ouviram falar daquele suposto filme "O Regresso dos que Nunca Foram"? Há gente latosa!


* Os Ferro Gaita abrilhantaram o encerramento do festival Kalalu World Music Festival. Mais uma conquista da musica caboverdiana, enquanto aguardamos os resultados dos Kora Award para saber se Cise e Johnny Ramos tiveram sorte.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

O Dia Vermelho





Mais um ano. E a Igreja Católica continua a proíbir o preservativo.