sexta-feira, 25 de maio de 2007

Sexta - Feira é um bom dia para...

Reunir-se com grupo de amigas num agradável jantar.
Ultimamente (cerca de duas semanas), deu-me para baldar a tudo quanto é evento interessante que tem acontecido na cidade. Não fui a um único concerto da Semana Riba Praia, não fui aos lançamentos de livros recentes (I'm sorry, amigo Albatroz), ainda não fui a nenhum dos programas do Praia.mov, Gamboa passou-me completamente ao lado (mesmo porque eu não estava na cidade)... Normal, eu sempre alterno o meu habitual lado caseiro com periodos de maior actividade social.
Hoje eu vou compensar um pouco. Há jantar de amigas e já se sabe que noite de sexta-feira é looooonga. Só espero que, ao jantar, o prato da noite não sejam namorados e ex-namorados. Homens, quando souberem que nós, vossas mulheres, namoradas, ex-namoradas, amigas, irmãs vão sair em grupo...tremam. AHAHAHAHHA...

Estou a brincar. Somos mulheres modernas e independentes que conversam sobre política, cotação da bolsa de valores, citamos Nietzsche e discutimos as obras de Cézane, por aí fora...
A sério!

Na Cidade Luz e nas luzes da ribalta

Hoje é dia de Àfrica e é também o início da semana cabo-verdiana em Paris. Um mega-evento que vai reunir na capital francesa importantes figuras de vários sectores da cultura cabo-verdiana. No Ilha Nua e no Albatroz, a programação completa.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Das Séries



Heroes. Terminada a segunda temporada de Prison Break (que infelizmente foi perdendo qualidade de episódio para episódio, apenas se salvando o desempenho de Tom Sizemore) descobri Heroes.

Trata-se de uma série inspirada nos comics books, especialmente nos X-Men da Marvel. A premissa é a seguinte: um grupo de pessoas de diferentes pontos do planeta (na verdade, e como não podia deixar de ser, a maioria são americanos) começa a aperceber-se de que desenvolveram capacidades especiais provocadas por mutações noi seu código genético. Há um pintor que consegue ver o futuro e pintá-lo nos seus quadros, que vão formando uma espécie de BD em tamanho XL. Há uma adolescente com uma capacidade de regeneração tal que até ressuscita da morte. Há um candidato a congressista que voa e um japonês capaz de teletransportar-se no espaço e no tempo. Entre muitos outros, há também o irmão do congressista ,que absorve os poderes dos outros e é um dos primeiros a descobrir que estes heróis estão destinados a enfrentar os vilões e salvar o mundo.
Advertência: esta série só conquistará plenamente os apreciadores dos comics. Para mim, que cresci a ler as aventuras do Homem Aranha, a admirar os X – Men e a torcer pelos Vingadores ,apesar de já não pegar num destes livros há anos, é uma delicia ver esta banda desenhada viva que é Heroes.
Sim, porque ao contrário dos filmes dos super-heróis - que têm o compromisso de conquistar também o público não familiarizado com a BD e com a desvantagem de só terem duas horas para desenvolver a história – esta série desenrola-se exactamente como uma BD. Os diálogos, a caracterização dos personagens, as sequências de imagem, e até os monólogos em off. Ficamos até à espera que um balão apareça junto à cabeça dos personagens com os diálogos lá dentro.
Tudo isso acaba por ser a força e a fraqueza da série. Porque, apesar do encanto que qualquer apreciador de BD sinta pela série, não há como não notar que, como nestas, a série também tem momentos em que os diálogos se tornam muito básicos, as acções demasiado forçadas e as soluções simplistas. Mas, como com os comics, o verdadeiro fã perdoa tudo isso e aguarda ansiosamente pela próxima número, digo, episódio, para ver como os seus heróis se safam.



Soltas

Cansaço. É estar a caminho de casa e pedir ao condutor que vire à direita depois da farmácia e a seguir à esquerda. E, depois do olhar que ele te lança, aperceberes-te que hoje não vieste de taxi e sim de autocarro.


Aventura. É meteres-te numa hiace para o Tarrafal e a meio do percurso alguem te pedir que deites pela janela a sua lata de cerveja vazia. Aí tu respondes, educadamente, que és contra deitar lixo ao chão e por isso não o vais fazer. Percebes a seguir, que a dúzia de passageiros que te rodeia quer te deitar pela janela a fora.


Surpresa. É levantares-te da cama com o som habitual das manhãs de sábado. Vestires-te a correr e sair porta a fora para, finalmente, ires ver quem é o tocador da gaita de foles que te acorda com coladeras, funanás e até mesmo músicas brasileiras. E ficares estupefacta ao te deparares com um miúdo de doze anos que nos outros dias da semana berra palavrões aos amigos.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Round Up The Usual Suspects (16)

Versão internacional é aberta em instantes.



Sorrateiramente, o Tatarana ressurgiu e, discretamente (sem as trombetas que se fazem soar neste blog, por exemplo), comemorou o quarto aniversário. Gostei do new look. A boa qualidade dos textos mantem-se.

Bónus: New Blogs on The Block - Como que para nos compensar das saudades que nos deixou durante a (felizmente) breve paragem, o Jorge, que tem paixão por esta terra crioula, criou o No Pó Da Ilha Nua (reparem que é um verso do hino nacional de Cabo Verde). Uma belíssima declaração de amor que, salvo as devidas diferenças, vem preencher uma lacuna deixada pelo saudoso Lantuna. Belo blog.
E na minha primeira visita, já uma boa novidade: tenho estado em dia com a programação de Cannes e contudo esta tinha-me escapado. É o segundo ano consecutivo que Pedro Costa leva Cabo Verde a Cannes. No ano passado apresentou o filme Juventude em Marcha sobre os jovens da segunda geração, filhos de imigrantes caboverdianos em Portugal.


Gosto muito do Alexandre Soares Silva, intelectual brasileiro que, aparentemente, tem zero gramas de pretensiosismo e uma deliciosa capacidade de rir-se de sí próprio. ASS faz um blog inteligente, irónico e com uma abordagem refrescante e humorada aos temas mais maçudos que se possam imaginar. Atenção, esse blog vicía.
Estive lá a fazer um round up e, pelo título de um dos posts, me lembrei que este ano tivemos direito a dois Dia da Mãe. Como há quem chame a estas coisas de neocolonialismo... os neocolonizados por Portugal e resto da Europa festejaram no primeiro domingo de Maio, os neocolonizados pelo Brasil (que nos últimos anos parece-me ser a maioria) festejaram no segundo domingo. O mundo é estranho.


No Bomba Inteligente anuncia-se mais um Falar de Blogues. É um encontro que se realiza regularmente (não sei a periodicidade) - como muitos outros que se fazem em Portugal e pelo mundo a fora - para, como diz o nome, falar de blogues.
Nós por cá tivemos uma única experiência do tipo. É pena, mas blogue é coisa que em Cabo Verde continua a ser encarada por muitos com pouca seriedade. Os intelectuais da praça ignoram-no; muitas pessoas encaram-no como uma coisa light, tipo hi5; eu própria já fui acusada de viver demasiado intensamente esta coisa dos blogues (não foi dito exactamente com estas palavras mas foi no tom de isso não é nada de sério). Foi na altura em que o meu entusiasmo pelo blog andava no auge e que eu - à semelhança do que fazem agora e Margarida e o Filinto - andava num frenesim, metendo contadores, liberando os comentários e fazendo insursões ao google analytics (é verdade, já não espreito aquilo há séculos).
A minha mensagem para as pessoas em Cabo Verde que não levam os blogues a sério é que ponham os olhos no Son Di Santiagu, no Albatroz, n' Os Momentos, no Blog do Paulino, no Nos Media e em outros tantos. Esses são blogues sérios, que têm um tema e uma missão (seja ela divulgar a música caboverdiana, expressar a intelectualidade crioula, divulgar e comentar a cultura, dar a conhecer uma ilha, analisar os media, etc.). Não são blogues lights, sobre 'nada", como o meu.
Não estou a ser autodepreciativa. Há por aí meia dúzia de pessoas que gostam do meu blog (alguem me disse que é genuíno, eh eh eh) e eu sou uma delas, embora algumas vezes perca a pachorra :)
Bem, o que eu queria dizer é que aguardo pelo dia em que se falará sobre blogues em Cabo Verde sem aquele tom vamos-lá-falar-dos-blogues-mas-nada-de-levar-isto-a-sério.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Barulho Bom

Moro numa rua barulhenta, do lado B da cidade. Na minha rua todos os sons soam alto: o rebuliço das brincadeiras das crianças, o ruído dos carros que passam, o barulho dos adolescentes que se insultam uns aos outros, o ladroar infernal dos cães nas madrugadas e até mesmo as fofocas das comadres.
Mas há na minha rua um barulho bom. É aos sábados de manhã. As manhãs de sábado, na minha rua, são enexplicavelmente silenciosas. O único barulho que se ouve é o de uma gaita que vezes sim, vezes não, é acompanhada de um ferrinho.
Da janela do meu quarto, não consigo ver o tocador da gaita. Apenas me deixo ficar um bocado à janela, olhando na direcção de onde me chega o som. Som de barulho bom.

Gosto Também De...(26)

...Aimee Mann, cujas músicas eu sempre achei que fossem como que pedaços de histórias. Short stories que bem podiam ser sobre a da nossa vida, um capítulo escrito com uma sensibilidade limpida (bem contado e bem cantado).
É verdade que as músicas de Aimee Mann têm uma tendência em ser tristes. São sobre o lado mais escuro das nossas vidas, aquele que todos tentamos negar que existe mas que, num momento ou noutro, acaba sempre por vir à tona. Mas então...alguem tem que cantar as coisas tristes. E, felizmente para nós, Aimee carpe as tristezas de um tal modo que nos deixa a alma confortada.
Oiçam e leiam, aqui.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Coceira nos Dedos



Saio para fim de semana com uma terrivel coceira nos dedos e nas pregas da massa cinzenta: apetece-me escrever. Imensamente.

Tenho mil ideias a fluirem e o bloco de notas aqui em cima da minha mesa enche-se de arebescos e gatafunhos (gatabescos e arefunhos...).

Nada disso seria um drama, não fosse o facto de estar sem computador em casa no momento (alguem terá por aí uma placa-mãe na despensa?). Manuscritos? Pois saibam que eu, que demorei horrores a transferir a escrita a mão para as delícias do teclado, agora não tenho paciência e perco a "fluência ao escrever a mão.

Portanto, será uma longa noite de insónia. O melhor é sair para a borga.

Cannes 2007


Apesar de só arrancar oficialmente no diA 16, o festival mais prestigiado de cinema mundial já mexe. Em cima o fabuloso cartaz desta que é a 60/a ediccão (leia-se 'edissão", ai este teclado!). Bruce Willis, Samuel L. Jackson, Pedro Alomodovar, Juliete Binoche e Gerard Depardieu, entre outros.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Boas Novas

Capa do livro de Glaucia Nogueira

Cartaz do Praia.mov 2007
As férias impostas pela CVTelecom acabaram já há uns dias, mas eu continuei muda e queda por mais uns tempos. Agora é hora de voltar a conectar-me. E estava tão out que só agora soube da reabertura da Kasa Bela, noticia que muito me agradou. Vão voltar as tertúlias e otras cositas mas!
Outra boa noticia é o Praia. mov 2007, que como podem ver pelo cartaz re-inventou-se como Encontro de Arte Contemporânea.
Hoje, os apreciadores da música caboverdeana e interessados na sua história não podem perder o lancamento do livro Notícias Que Fazem História - A música de Cabo Verde pela imprensa ao longo do século XX, de Glaucia Nogueira, que vem investigando a nossa música há cerca de 10 anos. É no auditório da Garantia, às 18:30h.
Outra coisa boa, mas já no passado, foi a encenacão teatral de Mulheres na Laginha no Centro Cultural Português.Hilário. Uma bela comédia, bem encenada e com um elenco nota 10. O único senão, na minha opinião, é a sequência inicial demasiado longa. Mas o resto compensa.