Heroes. Terminada a segunda temporada de Prison Break (que infelizmente foi perdendo qualidade de episódio para episódio, apenas se salvando o desempenho de Tom Sizemore) descobri Heroes.
Trata-se de uma série inspirada nos comics books, especialmente nos X-Men da Marvel. A premissa é a seguinte: um grupo de pessoas de diferentes pontos do planeta (na verdade, e como não podia deixar de ser, a maioria são americanos) começa a aperceber-se de que desenvolveram capacidades especiais provocadas por mutações noi seu código genético. Há um pintor que consegue ver o futuro e pintá-lo nos seus quadros, que vão formando uma espécie de BD em tamanho XL. Há uma adolescente com uma capacidade de regeneração tal que até ressuscita da morte. Há um candidato a congressista que voa e um japonês capaz de teletransportar-se no espaço e no tempo. Entre muitos outros, há também o irmão do congressista ,que absorve os poderes dos outros e é um dos primeiros a descobrir que estes heróis estão destinados a enfrentar os vilões e salvar o mundo.
Advertência: esta série só conquistará plenamente os apreciadores dos comics. Para mim, que cresci a ler as aventuras do Homem Aranha, a admirar os X – Men e a torcer pelos Vingadores ,apesar de já não pegar num destes livros há anos, é uma delicia ver esta banda desenhada viva que é Heroes.
Sim, porque ao contrário dos filmes dos super-heróis - que têm o compromisso de conquistar também o público não familiarizado com a BD e com a desvantagem de só terem duas horas para desenvolver a história – esta série desenrola-se exactamente como uma BD. Os diálogos, a caracterização dos personagens, as sequências de imagem, e até os monólogos em off. Ficamos até à espera que um balão apareça junto à cabeça dos personagens com os diálogos lá dentro.
Tudo isso acaba por ser a força e a fraqueza da série. Porque, apesar do encanto que qualquer apreciador de BD sinta pela série, não há como não notar que, como nestas, a série também tem momentos em que os diálogos se tornam muito básicos, as acções demasiado forçadas e as soluções simplistas. Mas, como com os comics, o verdadeiro fã perdoa tudo isso e aguarda ansiosamente pela próxima número, digo, episódio, para ver como os seus heróis se safam.