quarta-feira, 31 de maio de 2006

Ah!, a vaidade...

Roubo o titulo ao Tatarana, porque depois de alguma ponderação resolvi partilhar com as pessoas que visitam este blog (entre os quais alguns familiares e amigos que estão em terras do além mar) uma boa nova.Fui agraciada pela Associação de Escritores Cabo-verdianos com uma Menção Honrosa na categoria de Conto, Prémio Revelação Orlando Pantera.
Obviamente que estou muito feliz, não só porque é a primeira vez que concorro a um prémio do género, mas também porque creio que significa que alguem viu algum potencial nos meus rabiscos.

Ontem foi a cerimónia de entrega dos Prémios Literários da AEC, no salão da Biblioteca Nacional. Infelizmente reinou a formalidade excessiva, a maioria dos oradores não resistiu a longos discursos e, claro que houve os toques de telemóveis da praxe. Os momentos descontraídos da noite ficaram por conta do meu sobrinho de 4 anos, que durante a longa exposição de Ondina Ferreira sobre o poeta Jorge Barbosa perguntou em alto e bom som: "Ainda não acabou?!", e também resolveu seguir-me para o palco qaundo fui receber o prémio, fazendo o público rir com as suas graças.
Fui a última a receber o diploma e agradeci muito brevemente. Claro que dediquei o prémio à minha querida familia e aos amigos que me incentivam. E num momento com o seu quê de Michael Moore-a-receber-o-óscar-por-Fahrenheit 9/11 desatei a falar em criolo e dediquei o prémio às pessoas com quem me cruzo no autocarro 10, às meninas dos subúrbios de Praia, aos estudantes cabo-verdianos na diáspora, aos quadros que regressam cheios de ambição (por vezes demasiada)...Enfim, àqueles que me inspiraram a escrever os contos com participei. Contos esses reunidos sob o enganador título Fora da Gaveta. Enganador porque, ao contrário do que se possa pensar, não os tinha guardado na gaveta ( os que lá estão são outros). Na verdade, comecei a escreve-los quatro dias antes do fim do prazo para entrega dos textos na AEC.
Não tinha discurso escrito daí que, deslumbrada pelos meus "15 minutos" de fama, esqueci-me de parabenizar a vencedora do primeiro prémio, a sãovicentina Eilen Almeida Barbosa que não só ganhou primeiro prémio na categoria Conto como também na categoria Poesia (grandi pikena!). Não posso deixar de ficar orgulhosa de termos sido duas mulheres a ganhar, já que nestas coisas são quase sempre os homens os agraciados. Mas também não estou convencida de que agora sou uma escritora e que estou pronta para publicar. Apenas estou...mais confiante nas minhas potencialidades.
E chega de narcisismo!
Alguns dos premiados estão aqui.

OVNI (3)

O OVNI de hoje tem assinatura CV, isto é, é um ovni cabo-verdiano. Falo do disco Trás di Son de Djinho Barbosa, lançado no mês de Março.
Eu já tinha aqui falado da música Um BatuKu Xatiadu Si, no tópico "Gosto Também De...", que é a minha favorita, mas não resisto a voltar a esta obra pela qual estou encantada. Tenho inclusive incentivado as pessoas a ouvi-lo e as opiniões que me chegaram são unânimes: estamos perante um trabalho de grande qualidade, a todos os níveis.
Trás di Son é sim um ovni, pela sua refrescante originalidade, pela singularidade dos seus sons, pela poesia genuína das letras, pelos títulos inspirados...
É um ovni porque é primeira vez (se não estou em erro) que um disco de música cabo-verdiana reúne um tão grande número de artistas, entre músicos consagrados e suprendentes talentos-revelação: Princesito, Paulino Vieira, Kim Alves, Nhelas Spencer, Albertino, Annie, Chando Graciosa, Bino, Mário Lúcio e Kaká Barbosa são apenas alguns dos cerca de 35 nomes que participaram ao lado de Djinho Barbosa na criação deste tesouro da música caboverdiana.
Trás di Son tem batuku, morna, coladera, mazurka e tantos outros sons. E todos eles soam a algo de novo, a uma viragem cuja necessidade já se fazia sentir no panorama musical cabo-verdiano. Como se Djinho tivesse encarado como uma missão o desejo expresso por Abílio Duarte (homenageado no belíssimo tema Um Zibiu pa Abílio Duarte) em certa ocasião:"precisamos de um fluído novo na música cabo-verdiana".
Bem, Djinho pode orgulhar-se porque, com Trás di Son, trouxe realmente um fluído novo aos sons de Cabo Verde.
Mais e melhor já foi dito sobre Trás di Son e Djinho Barbosa. Aqui, por exemplo.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Gosto Também De...(17)


Ideal para uma manhã de segunda-feira, especialmente uma em que se acordou ás 4h30. Só que no meu caso, é uma caneca com o triplo do tamanho dessa chavéna (bem forte e com pouco açucar). Felizmente, é uma loucura que só faço de vez em quando.

Coisas "Down"

Mortes aqui, mortes ali e também Syriana(2005, Stephen Gaghan).

E uma pessoa pergunta-se porque chatear-se só porque passou o fim de semana a armar um guarda-fatos.
Já agora, é grave que tenham sobrado parafusos e porcas?

quinta-feira, 25 de maio de 2006

X -Power ou Cantinho Teenager



É hoje a estreia mundial de X-Men: The Last Stand. A adolescente que mora num cantinho da minha alma é fã destes heróis mutantes desde os idos anos do liceu em que devorava as BD da Marvel Comics.

Gostei dos dois primeiros filmes realizados pelo talentoso Bryan Singer (em 2000 e 2003) e, depois de meses a acompanhar o processo de criação de X3, mal posso esperar para ver os mutantes outra vez em acção. E um dos motivos mais fortes está aí em cima: nem Super-Homem, nem Homem-Aranha e nem mesmo Batman. Wolverine é o meu super-herói favorito. Já era desde os tempos dos quadrinhos e depois que deram o papel a Hugh Jackman então... preciso continuar?
Para quem pensa que Jackman é um daqueles actores ocos, só com um palminho de cara e abdominais tipo tábua de lavar roupa, fiquem a saber que ele está no novo filme de Darren Aronofsky ( o realizador de Requiem for a Dream), A Fonte e vai estrelar o próximo filme de Woody Allen (Scoop). Portanto, a carreira dele não se limita a Wolverine. E para provar que ele até tem uma cabecinha pensadora fica um comentário do charmosão:
" Quando soube que Yul Brynner encarnou o monarca de "O Rei e Eu" em 4.500 apresentações na Brodway e uma vez no cinema, e mesmo assim continua imortalizado nas nossas memórias por uma série de papéis, perdi o medo. Um actor só fica preso a um papel se não souber guiar a sua carreira."

Dia d' África

Não encontrei nenhum mapa de África que incluisse Cabo Verde. Procurei mal ou continuamos (literalmente) à margem?


Homenagem

Africa Nossa
Auteur: Teofilo Chantre & Nando da Cruz Interprètes: Cesaria Evora avec Ismael Lo


Africa, Africa, Africa
Africa minha, Africa nossa

Céu ja clareá
Consciença ja desanuviá
Ja tchiga hora, pa enfrentá realidade
Um povo sofredor
Ja calmá sê dor
Pa'l bem vivê, na paz e na progresso
Si nô tiver fê
Na nôs capacidade
Mâe Africa, ta ser feliz um dia

Africa, Africa, Africa
Africa minha, Africa nossa
Africa, Africa, Africa
Berço di mundo, continente fecundo

Diguenté Sénégal ak Cap-Vert mané soréwoul
Soumeu yeugone né niari rewyi ben-la
Sama guente bi magni gnane Yallah wone ma ko
Africa done bene rew n'dakhe yadi sounou Yaye

Africa Africa Africa
Jamma gna yendoo jamma gné fanaan
Africa Africa Africa
Jamma gna yello jamma gné fanaan

Céu ja clareá
Consciença ja desanuviá
Ja tchiga hora, pa enfrentá realidade
Um povo sofredor
Ja calmá sê dor
Pa'l bem vivê, na paz e na progresso

Africa, Africa, Africa
Africa minha, Africa nossa
Africa, Africa, Africa
Berço di mundo, continente fecundo

Domou Africa na niou bolo té djapanté
Bougnou djapanté geuneu am dolé
Kone sama guente bi magni niane Yallah wone ma ko
Africa done bene rew nakhe modi sounou Yaye

Africa Africa Africa
Jamma gna yendoo jamma gné fanaan
Africa Africa Africa
Jamma gna yello Té jamma gné fanaan

Africa - sounou, Africa
Africa minha, Africa nossa
Africa - sounou, Africa
Africa minha, Africa nossa

quarta-feira, 24 de maio de 2006

OVNI (2)

Nha Terra, Nha Cretcheu

Há dias estive aqui a comentar, muito ao de leve, os novos programas culturais da TCV. E não poderia ser de outra forma já que, expção feita ao Casa da Cultura, ainda não tinha visto em profundidade os programas referidos. Finason di Kombersu teve o seu segundo número na segunda feira. E ontem foi a primeira vez que vi Nha Terra, Nha Cretcheu do principio ao fim, e sem pausas.
Estamos perante um programa cujo tom é assumidamente de "cartão postal". Durante perto de uma hora o que se vê e ouve é o belo e o bom que Cabo Verde tem para oferecer. Já se mostrou o lado A de Sal, Boa Vista e Fogo (se não me engano, até agora foi só).
O programa de ontem era sobre São Vicente (ou melhor, Mindelo) e estava muitíssimo bem feito a todos os níveis (imagem, edição, textos...).Paisagens lindíssimas, boa música, cor, alegria. Qualquer um chegava ao fim daquele programa com vontade de apanhar um avião e desembarcar em S. Vicente.
Isaura Gomes ( a Presidente da Câmara) surpreendeu pela positiva. Claro que se via que a entrevista que Alvenio Figueiredo lhe fez estava muito bem ensaiada...Mesmo assim, foi Isaura Gomes quem tomou a iniciativa de falar, ainda que de raspão, nos problemas, no lado B de São Vicente: a insegurança e o desemprego ( a pobreza nas periferias de Mindelo, os meninos de rua e os doentes mentais que polulam pelas ruas de Mindelo, acrescentaria eu). Mas nem assim Alvenio Figueiredo pegou na deixa e atreveu-se a aprofundar. Mantendo-se fiel ao guião, conduzia a edil de volta ao lado A, ao cartão postal.Exigências do formato.De certa forma, e considerando que é um programa que passa também num canal internacional, até se compreende a lógica "para turista ver" do programa. É bom que se mostre Cabo Verde desta perspectiva também, é bom que nos orgulhemos das nossas belas ilhas, da morabeza das gentes, da nossa Cultura. Afinal, o lado B passa quase todos os dias no Telejornal ou então sentimo-lo na pele, quando chegamos em casa e não temos luz, por exemplo.
Um aparte sobre o Nha Terra, Nha Cretcheu de ontem: não uma, nem duas vezes, Alvenio Figueiredo referiu-se a São Vicente como a "capital da cultura cabo-verdiana" ou mesmo "o berço da cultura cabo-verdiana".
Eu sei que o que vou dizer agora poderá "levantar ondas" mas isso nunca me deteve antes e não será agora. Essa história de São Vicente ser a capital da cultura...já deu. Get over it. Concordo em toda a linha com um amigo que há dias me dizia que esse foi um discurso criado e muito bem implantado, de tal modo que quase todos nós o compramos e até hoje se veicula essa ideia.Falsa. Falsa sim.
Capital da cultura porquê? De que cultura?Será que a Cultura se resume a exposições, espéctaculos, teatro, festivais, sabura? Se é isso, é bem verdade que durante anos São Vicente foi a ilha onde mais se apostou na divulgação das manifestações culturais. Foi a primeira ilha a empenhar-se na elitização da cultura, digo eu. E não tiveram medo de abrir-se à cultura de outros povos, pelo contrário, absorveram-na em pleno e continuam nesse processo.
Mas, enquanto se faziam coladeiras com gosto de samba, adaptações de peças de teatro inglesas,etc e tal, em São Vicente, em Santo Antão continuavam a se fazer bailes de mazurca, na Boa Vista a olaria de artesanato local funcionava em pleno, as tabankas saiam ás ruas em Santiago e no Fogo empunhavam-se as bandeiras (só para citar alguns exemplos). A Cultura estava nas ruas, existia, mesmo que não se falasse nela e nenhuma elite ainda se tivesse dedicado a ela em pleno, como agora finalmente está a acontecer.
Na minha opinião, São Vicente não precisa de palmadinhas nas costas, e prémios de consolação, como isso de se dizer que é a capital cultural. Mesmo que a Cultura cabo-verdiana se resumisse ao número de eventos culturais, de festas e de artistas que uma cidade tem, isso hoje seria questionável pois, Praia nunca esteve tão efeverscente de acontecimentos culturais como agora.Mas não se trata aqui de embarcar num concurso de "qual ilha é mais isso ou mais aquilo".
Não, não sou bairrista. Reconheço São Vicente como uma ilha fantástica mesmo sem nunca ter lá estado ( e a minha vontade de lá ir só aumenta) e admiro de verdade as suas gentes e toda a riqueza que inserem nesse caldeirão de misturas que é Cabo Verde. Agora, capital da cultura de Cabo Verde...soré.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

OVNI


De vez em quando, no meio da crise de originalidade que se vive em todo o mundo, a todos os niveis, encontra-se algo de novo, diferente, invulgar, fora do comum...Eu adoro isso e chamo a estas coisas - sejam elas pessoas, musicas, livros, filmes, etc - ovnis.
O filme aí ao lado é um OVNI. E este post ainda será a ctualizado para que eu fale um pouco mais das impressões que me deixou este Eternal Sunshine of The Spotless Mind (pelo título já se vê que estamos em território ovniesco).

Rescaldo de um fds prelongado

O feriado do dia do municipio já lá vai, e os três dias de Gamboa também. Parece que este ano o Festival da Gamboa esteve melhor do que nunca, pelo menos a nível da organização e de actividades paralelas. Do que tenho ouvido até agora, foi um sucesso. Lura, Netinho de Paula, Dom Kikas e Gylito fecharam o festival com chave de ouro, fazendo o publico vibrar da uma ás 7 da manhã.
Eu é que este ano não estive praí virada e só passei na Gamboa de raspão. Estes dias passei-os a trabalhar e a descansar. Ildo Lobo (Intelectual) e Miles Davis (Kind of Blues) fizeram-me companhia. Também aproveitei para matar saudades de velhos filmes.
Fui ao video clube disposta a trazer Syriana mas, dei de caras com Era Uma Vez na América (Sergio Leone, 1984) e não resisti a trazer Noodles, Max e companhia para casa. Quem sabe era desta vez que eu ia perceber aquele sorriso de Robert de Niro no fim do filme. Ah, que saudades dos bons tempos de De Niro. Quando será que alguem volta a lhe dar um bom papel? Martin Scorsese agora só tem olhos para o Di Caprio...
No outro dia estava mesmo decidida a trazer Syriana mas também não foi dessa vez. Tinha resolvido que o que eu queria mesmo ver era uma comédia das boas. Já desanimava frente ás escaparates, pronta a conformar-me com uma comédia romantica qualquer, quando oiço pela TV do video clube aquela música tão deliciosamente disparatada do genérico...Era mesmo Life of Bryan ( A Vida de Bryan, de Terry Jones, 1979)! Quem diria!
Claro que pedi logo á empregada do video clube se poderia leva-lo. Ah, o nonsense dos Monthy Piton...o que me ri com aquela hora e meia. Aquela cena do centurião romano e ensinar as declinações a Bryan...continua a ser a minha favorita. Claro que nem toda gente acha piada a que se parodie Jesus Cristo. Mas se prestassem atenção ao filme, não há como não se rir de um Pilatos que troca os rs por ls, do descaso que se faz das crucificações e de como os apedrejamentos correspondiam ao entretenimento mais escapista dos dias de hoje.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Trivialidades

Ontem estive a ver pernas...digo, futebol! Sim, estive a ver um pouco de futebol. Vitória suada a do Barcelona. Suada, merecida e bonita.
Gosto de ver homens a chorar. Desculpem, mas gosto. Principalmente se for de felicidade.Não estando lá o Benfica (ui, ui) e não sendo a equipa inglesa nem o Manchester nem o Liverpool, gostei que tivesse ganho o Barça.

Voltando á questão das pernas e olhando para as pernonas de Ronaldinho, quem vai se importar com os dentões? Bem...já inventaram transplante de dentes, ou não?

Mau!


Ao que parece, o tão aguardado O Código da Vinci, de Ron Howard é mau. Estreado ontem em Cannes, o filme, adaptado do polémico livro de Dan Brown, estrelado por Tom Hanks, está a ser arrasado pelos jornalistas e críticos que assistiram á primeira exibição. Li que, durante uma das mais importantes cenas do filme, o público reagiu com... gargalhadas.
Estava na dúvida se o filme estava assim tão mau ou se era apenas sabotagem do pessoal mas, a levar em conta comentários de críticos de cinema sérios, como João Lopes do Cinema 2000, O Código da Vinci é um flop. Estas foram as primeiras impressões de João Lopes sobre o filme:
" (...) estamos ao nível do mais rudimentar thriller televisivo, ornamentado de vedetas (pobre Tom Hanks, sem matéria dramática para trabalhar) e instalado numa lógica rudimentar de jogo de vídeo, académico e ultra-prevísivel."
Damn!

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Discriminada

A minha popularidade entre amigos e conhecidos tem decaído consideravelmente. Já não me bastava ser uma pessoa que não usa relógio (e talvez por isso eu seja adiantada em vez de atrasada) como ainda por riba não tenho telemóvel. Livrei-me dele há já algum tempo porque não sentia realmente necessidade dele. Quando sentir, compro um cartão novo, e talvez aí já não seja dos da CV Telecom.
Mas parece que vou esperar sentada pois, ao contrário do que muitos de nós pensávamos, a Telecom, com certos jogos de cintura, vai conseguindo manter-se como senhora e dona do pedaço. A páginas tantas, vamos mesmo ter que aguentar com os seus preços "salgados" até 2021.Putz!
Voltando á questão da popularidade/telemóvel (que, claro, estou a exagerar um pouco), lembrei-me agora de um episódio engraçado, de quando estive na ilha do Fogo. A filha da amiga em cuja casa eu estava hospedada, estava a brincar com o telemóvel da mãe e outro de uma outra amiga minha. De repente, aproxima-se e pede-me o meu telemóvel. Quando eu lhe disse que não tinha um ficou um instante, parada, a olhar para mim com uma expressão de confusão.
Pareceu-me que, na sua cabecinha de 3 aninhos um adulto vem sempre acompanhado de um telemóvel. E o facto de eu não ter um tornava-me uma...aberração? :)

Cultura CV

A cultura é agora a menina dos olhos da TCV. Recentemente, estrearam três programas onde a cultura cabo-verdiana é destaque: Casa da Cultura (N' ta mora li!), Nha Terra, Nha Cretcheu e agora Finason di Kumbersu. Têm cada um a sua abordagem e formatos diferentes mas coincidem na vontade de trazer a nossa cultura para o primeiro plano, dar a conhecer aquilo que se tem feito, dar voz aos artistas, e mostrar um pouco aquilo de que é feito o nosso país e as nossas gentes.
No entanto, junto a minha voz ao colega blogger do Son di Santiagu, na esperança de que estes programas consigam ir mais além. Mais além do que se faz na Praia e no Mindelo, mais além das pessoas que habitualmente dão a cara neste tipo de programas. Há mais, muito mais para mostrar. Mais lugares, mais talentos, mais expressões culturais por descobrir.
De qualquer maneira gosto dos três programas. Casa da Cultura melhorou muito, a nível técnico. Nha Terra, Nha Cretcheu têm cenários lindíssimos e Alveno Figueiredo e Silva é um bom entrevistador. Finason di Kumbersu só precisa de um pouco mais de ritimo.

Por falar em Son di Santiagu...Obrigada.(embora esse olho, não seja meu. Queria trocá-lo por este que é o meu, mas não sei fazê-lo).

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Eu hoje acordei assim©


A espreitar para esta segunda-feira tipo Garfield: I hate mondays. E ansiosa por quinta-feira á tarde...Oh, benditos feriados colados aos fins de semana!
*Anónimo-que-reclamou-que-eu-não-posto-fotos -minhas, temos progressos. Depois de ter postado um olho em Janeiro, evoluimos para dois. Mas não se anime, não se seguirão orelhas, nariz e boca. Fico por aqui.

Paradoxos

O fim de semana foi assim:

Sábado: a dançar, com Shakira. Afinal, Hips don't lie.
Domingo: triste, porque ainda não foi desta que apanhei o jackpot do Jocker.

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Gosto Também De...(16)

Das músicas (di)Trás di Son. Para já, esta é a que mais me toca.


UN BATUKU XATIADU SI
Música: Djinho Barbosa Letra: Princesito
Arranjos: Djinho Barbosa, Princesito,Paulino Vieira, Kizó e Raul “Houss”
Tema pa Santiago


ka por si
ki mi n´naci negru
n´fazedu scrabu
n´ganadu marmi
goci djan ganha...

fica screbedu
na céu di mundu
ma nós ê más forti
ki pedra diamanti
nton nu ta limia

Cannes 2006

*O presente texto deveria ter sido publicado na edição de ontem do jornal Horizonte. Por razões alheias á minha vontade tal não foi possível.
No próximo dia 17 vai se iniciar mais uma edição do Festival de Cannes, um dos maiores certames do mundo do cinema que tem lugar na cidade francesa de Cannes. O Festival Internacional de Cinema de Cannes é o mais prestigiado festival de cinema do mundo, constituindo-se não meramente numa competição de filmes mas também numa mostra e mercado de cinema.
O Festival de Cannes é constituído por três secções: a Selecção Oficial, a Semana da Crítica e a Quinzena dos Directores. A Selecção Oficial incluiu as longas-metragens em competição, longas-metragens fora de competição, curtas-metragens em competição, e ainda Un Certain Regard (Um Certo Olhar, que dá espaço a filmes de várias proveniências) e Cine – Fundação. Incluiu-se também na Selecção Oficial o Cannes Classics, onde são passados documentários sobre cinema.

Os prémios atribuídos em Cannes são na sua maioria para as longas-metragens em competição: Palma de Ouro para o melhor filme, Grande Prémio para o filme mais original e com maior espírito de pesquisa, Prémio de Interpretação Feminina, Prémio de Interpretação Masculina, Prémio do Júri (que faz as suas escolhas pessoais). Existem também a Palma de Ouro para melhor curta-metragem e o Prémio do Júri para curta-metragem e por fim a Câmara de Ouro para o melhor primeiro filme de todas as secções.
Os Estados Unidos é o país que até hoje venceu o maior número de prémios (18), seguido pela Itália (12), França (9), Reino Unido (8), Japão e Dinamarca (4 cada).

A edição deste ano decorre de 17 a 28 de Maio e a abertura será com o muito aguardado e já polémico O Código da Vinci (de Ron Howard, com Tom Hanks e Audrey Tatou), fora de competição. Em competição estarão obras de cineastas de várias proveniências onde sobressaem os nomes de Pedro Almodovar (com Volver), Sofia Coppola (com Marie Antoinette), Guillermo del Toro (El Laberinto del Fauno), Alejandro González Iñarritu (Babel), Nanni Moretti (Il Caimano) e o português Pedro Costa (com Juventude em Marcha).
A secção Un Certain Regard abre com o filme Paris, Je T’Aime, uma colectânea de pequenos filmes realizados por diversos realizadores, que mostra o seu olhar sobre Paris. Fecha com Gwai Wik (Re-cycle) dos irmãos chineses Oxide e Danny Pang.
No Cannes Classics passam, entre outros, os documentários Marcello Una Vita Dolce (de Mario Canele e Annarosa Morri) e Requiem for Billy The Kid (de Anne Feinsilber).
O júri deste ano inclui os nomes dos chineses Wong Kar Wai (realizador) e Zhang Ziyi (actriz), da italiana Monica Bellucci (actriz), do americano Samuel L. Jackson (actor) e do inglês Tim Roth (realizador/actor), entre outros.

O festival incluiu ainda, como já vem sendo hábito, um Atelier de Cinema que inclui personalidades do mundo do cinema das mais variadas proveniências (como Haiti, Chile, Índia, Israel, Africa do Sul e Croácia).
Durante uma semana terá também lugar a rubrica Tous Les Cinemas du Monde. O objectivo deste painel é mostrar a diversidade cultural do cinema do mundo. Este ano sete novos países são incluídos, entre os quais a Tunísia, Suiça, Singapura e Venezuela.
Paralelamente ao festival, ocorre o Mercado de Cinema com produtores, distribuidoras, agentes internacionais de mais de 80 países, onde se efectuam compras e firmam-se acordos de co-produção.

Os representantes do Festival de Cannes defendem que esse continua fiel aos seus princípios e filosofias: privilegiar o cinema de autor, procurar por “novas vozes” de diferentes culturas, incentivar a qualidade na realização e a pratica do cinema como arte.
No entanto várias são as vozes que se erguem para criticar o festival que acusam de cada vez mais ceder ao domínio americano. Outros ainda criticam o carácter competitivo e a industrialização do Cinema.
Esta 59ª edição de Cannes apresentará 55 filmes representando 30 países. Em competição estarão 20 filmes de 13 países. Os prémios serão anunciados na cerimónia de encerramento no domingo, 28 de Maio.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Gosto Também De...(15)



Gosto de manhã cedo, quando passa a Mulher do Pão da minha rua e, num pregão que é quase uma canção, anúncia num tom que por certro acorda os retardários: Fatinha dja bem!

E as pessoas começam a emergir, uma a uma, com os seus sacos de pão na mão e um bom dia para dar.

* Fiz uma tentativa de aproximar a fotografia a uma pintura mas, está claro que tenho muito que aprender nestas coisas de trabalhar imagens.

Round Up The Usual Suspects...(5)

"Prefiro cineastas cuja acçäo visual e de sentido é acompanhada pelo trabalho de luz e näo necessariamente pelos movimentos de câmara."

O cinéfilo do Tempo de Lobos .

SABOTAGEM/RESISTÊNCIA

Parece que os blá blá blás que ando a escrivinhar por aqui têm incomodado alguem. A ponto de tomar uma atitude (infeliz). Eu já tinha recebido um ou dois hatemails, que não eram bem mensagens de ódio, mas sim mensagens de alguem "preocupado" com o meu futuro. Dizia esse alguem que, como Joana Ninguem que sou, eu não devia dar-me a luxo de disparar em todas as direcções, uma vez que estamos num país-ovo, onde toda gente conhece toda gente, portanto o meu futuro não seria muito brilhante se eu continuasse a mandar bocas a quem tem a faca e o queijo na mão.
Bem, não sei se terá sido esta mesma pessoa ou um dos muitos anónimos que por cá aparecem, mas desta vez o Sopafla@gmail.com recebeu um "cookie" envenenado. Um cartão postal que eu ingenuamente abri e que por algumas horas deitou-me a internet abaixo. My bad. Mas, a situação já está resolvida. O "atentado bombista" não causou grandes danos e cá estou eu para continuar a mandar bocas. É que eu acredito na liberdade de expressão. So pa fla...

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Entretanto...

Acabou a greve. Felizmente.No entanto...

Se é verdade que extremismos são soluções perigosas, outra verdade que fica é que Cabo Verde estava a precisar de um abanão desses. Foi preciso uma medida extrema para que as vozes desses dois cidadãos fossem uvidas. Espero que agora, cada um pense duas vezes antes de cometer injustiças e praticar desmandos.

Closer: a tal música

Fica aqui a letra da musica que passa no começo e fim de Closer. É de Damien Rice de quem ainda quase nada sei. Poderá ser o novo génio musical do momento ou o novo herói do estilo água com açucar/melosura/choradeira, tipo James Blunt. Whatever. Gostei da música e não consigo parar de ouvi-la.

The Blower's Daughter

And so it is
Just like you said it would be
Live goes easy on me
most of the time

And so it is
the shorter story
no love no glory
no hero in her skies

I can't take my eyes off of you

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
most of the time

and so it is
the colder water
the blower's daughter
the pupil in deniel

I can't take my eyes off of you

Did i say that i loathe you
Did i say that i want you
leave it all behind?

I can't take my mind off of you
...
'til i find somebody new

Perto, mais perto

Closer (Mike Nichols, 2004, baseado na peça de Patrick Marber)

Closer conta a história de quatro pessoas cujas vidas se cruzam em Londres dando origem a um quadrado amoroso. Dan (Jude Law) conhece Alice (Natalie Portman) e os dois passam uma manhã a apaixonar-se. Um ano depois Dan e Alice vivem juntos e ele conhece Anna (Júlia Roberts) por quem se apaixona durante uma sessão de fotografia. Passa-se outro ano e Dan reencontra Anna que entretanto está a namorar com Larry (Clive Owen, so charming!). Larry, por sua vez, sente-se atraído por Alice. Um ano depois os dois descobrem que estão a ser traídos por Dan e Anna. Estes deixam os respectivos companheiros para ficarem juntos. E as trocas entre os dois casais sucedem-se até que Dan volta para Alice e Anna para Larry. Mas...
O filme fala de amor, de sexo, das mentiras e verdades de que vivem (e morrem) as relações. Qual é o momento em que nos apaixonamos? É possível estar apaixonado por uma pessoa enquanto se ama outra? Porque se trai? Como? Há um momento em que é possível evitar a traição. Quando? O sexo com outro/a sem amor é mais ou menos traição do que amar esse outro/a? Deve-se contar a verdade? Há mentiras que devem se manter? Pode a verdade matar o amor? É-se capaz de deixar alguém que se ama? Essas e outras são as questões que Closer levanta (pelas vozes e pelas atitudes dos seus personagens).
Closer é um filme/teatro magnificamente filmado em Londres, cujos diálogos são de uma riqueza e ritmo empolgantes. E é exactamente nos diálogos que sobrevive a essência de peça teatral que dá todo um encanto especial a Closer. A interpretação do quarteto de actores é fabulosa, se exceptuarmos Júlia Roberts que não consegue deixar de ser ela mesma. Nunca pensamos que estamos a ver e ouvir Anna, e sim Júlia Roberts a fazer de Anna, percebem? Natalie Portman confirma todo o seu talento e carisma, tão peculiares, numa interpretação…desarmante. Clive Owen também é muito bom e ilumina o tom cinzento da história com um delicioso humor subtil, nada forçado. Tem com Portman um dos melhores momentos do filme numa cena memorável numa private room de um bar de streep .
Um aparte para a música que abre e fecha o filme. Arrepiante. Viciante. E tão bem casada com o filme. Será sempre impossível pensar no filme sem lembrar a canção/choro de Damien Rice e vice-versa.

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Apoio

Manifesto aqui a minha solidariedade aos senhores que, em protesto, estão em greve de fome há já 15 dias. Só agora tomei conhecimento de uma manifestação de apoio que se iria realizar ás 13h30 (não sei ainda se foi realizada ou não) no Plateau. Tenho pena de não ter podido estar presente.
Esta situação toda já chegou a um ponto em que dificilmente qualquer dos envolvidos sairá incólume. Eu acho vergonhoso que só agora o primeiro ministro e o presidente se manifestem. Isto é, acho vergonhoso que tenham que ser os grevistas moribundos a deslocarem-se aos gabinetes luxuosos de cada engravatado (como já contecera com o lider parlamentar do MPD). Poderão responder-me que foi uma opção deles. Mesmo assim, vergonhoso.
Mas afinal, estamos num país onde a manchete do A Semana é sobre um rombo nos cofres da TACV (pois, mais um..), quando há dois cidadãos a morrer na praça pública. Mas nem me vou alongar quanto ao A Semana, porque eles têm dentro de portas quem lhes diga verdades na cara. É preciso ser um Germano Almeida para escrever de forma bem subtil e elegante: então quando o MPD desatou a privatizar tudo vocês escarrapacharam na primeira página que estavam a vender o país, mas vem um David Chow e compra o Ilhéu de Santa Maria e é chamado de "investimento". Por outras palavras, foi isso que ele escreveu na sua cronica de há duas semanas. É por isso que eu gosto do Germano Almeida. Nesta terra de muito se queixar nas costas, ele é dos poucos que publicamente diz o que pensa que está mal, mesmo que seja de gente com quem ele simpatiza.

Djarfogo III e prometo que já me calo com o assunto


Praia D'Aguada, o barco em que viajei. Muito confortável.


Já deve ter transparecido aqui o quão encantada fiquei com esta ilha, e o encantamento começou logo á chegada quando fui recebida com tanta simpatia pela minha hospedeira. As pessoas da ilha do Fogo são o exemplo acabado da afamada morabeza crioula. Gentes simples e tão, tão simpáticas. Em cada rua um bom dia dado com verdade. Pessoas que nunca vi a sorrir para mim calorosamente. Se perguntava uma direcçã recebia solicitude, disponibilidade, simpatia, simpatia, simpatia...
Em tantos dias de festas não houve registros de incidentes graves. Dois rapazes engalfinharam-se durante uma das actuações musicais, mas foram prontamente separados. Eram daqui de Santiago. Ah, houve sim uma briga entre duas raparigas que disputavam o mesmo namorado :) Mas acabou tudo em bem.
As ruas de São Filipe são tão limpas e as casas tão bonitinhas, bem arranjadas e pintadas que o centro da cidade - a que chamam Bila Baxu- parece um cartão postal, com as suas pracinhas encantadoras. A maior delas é o Presídio. É bonito, tem uma vista soberba com o mar a perder-se no horizonte e vê-se a pequena ilha Brava ao longe (perto!). Gostaria de ter podido conhecer o Presídio come ele era. As pessoas de lá parecem estar satisfeitas com as obras recentemente feitas embora, uma ou outra voz se levante para falar de destruição de património. Bem, eu senti-me emocionada mesmo assim, por estar no Presídio tantas vezes descrito por Teixeira de Sousa nos seus livros. Mas, realmente, neles nunca falou de um chão azulado e de grades nos murros.
Os sobrados (as casas antigas de estilo colonial) são outros dos ex-libris de São Filipe. Belos. Um deles é a Casa da Bandeira onde estive por duas vezes. Ali, no quintal várias mulheres atarefavam-se na preparação do almoço para os convidados ou simples curiosos que lá foram conhecer. Mas o almoço oficial da Casa da Bendeira, no dia 1 de Maio ( patrocinado pela familia que neste ano era a detentora da bandeira de S. Filipe) era mesmo só para os convidados. Achei tão peculiar que, enquanto os convidados percorriam as longas mesas cheias das mais diversas delicias, os batucadores no meio da sala rufavam os tambores, tocando o colá de Nhô San Filipe.
Na rua, uma pequena multidão acotovelava-se para tentar entrar. Parece que as gentes de S. Filipe não ficam muito satisfeitas de que o almoço seja privilégio apenas de uma certa "elite" e maioritariamente de gente que vai daqui de Santiago. Ouvi reclamações e comentários que me deixaram a impressão de que no Fogo, talvez por ser um meio mais pequeno, há muito essa coisa de guentis importanti, familias grandes.
Outra impressão negativa que trago desta viagem prende-se com a promiscuidade. Deu para sentir. Há muita e envolve meninas muito novinhas, quase púberes. Mas a promiscuidade, nestes dias de Nhô San Filipe, também foi de barco e avião.
Ainda assim o meu encanto por São Filipe, ultrapassa as festas. Sei que gostaria de lá mesmo sem as festas. E é por isso que quero voltar, com mais tempo. E dessa vez, ir ao vulcão!

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Djarfogo II: as fotos

Este belo painel encontra-se numa praça de São Filipe e representa os momentos e tradições da festa do padroeiro: o colá (com os batucadores e as coladeiras), o pilon (em que se prepera o milho para os deliciosos djagarcida e xerém) e que envolve também cantos e danças), as corridas de cavalos, a procissão, os bailes...Infelizmente só fotografei o lado do painel que fica numa ruazinha apertada e por isso não consegui um bom enquadramento. Quando ia fotografar a parte maior , do lado da praça, fiquei sem bateria (triste...).

A procissão é um dos momentos altos das festas. A imagem de Nhô San Filipe (ao centro) percorre as ruas da cidade, passando pelos sobrados, acompanhada por populares e padres. Alguns figurões também desfilaram debaixo do sol escaldante ou protegidos por guarda-sóis.


A procissão é acompanhada tanto pelos adultos como por jovens. A seguir é a missa, que antes era realizada na Igreja Matriz (há anos em obras...).


Cavaleiros a caminho da corrida das argolinhas, seguidos de perto por crianças. A corrida das argolinhas é diferente da outra, em que os cavalos competem através da velocidade. A primeira realiza-se no centro da cidade e a segunda num descampado.


* Infelizmente perdi várias das fotos que tirei na viagem, e também não me lembrei de carregar as pilhas. Por isso, estas são as únicas com o mínimo de condições para serem postadas. As fotos do pantagruélico almoço na Casa da Bandeira, das festas e concertos não vão ser postadas, claro. Porquê? Eu estou nelas, e já sabem da minha "fobia" a ser figura publica (eh eh eh).

Clique nas fotos para vê-las maiores.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Djarfogo I

Caros amigos e leitores, 12 dias depois, dou por terminada as férias do SoPaFla justamente porque há muito pa fla (que é como quem diz, para dizer). Muito obrigada a todos pelas mensagens aqui no blog e por mail, a desejar boas férias e rápido retorno.
Os últimos dias destes 12 foram de férias, não só para o blog, mas também para mim, que fui á ilha do Fogo festejar o padroeiro da cidade de São Filipe. Foi um sonho realizado. No inicio deste ano, uma das coisas que planeei foi fazer por merecer o titulo de cabo-verdiana e partir á descoberta da minha terra. Fogo,Maio, São Vicente, Santo Antão, São Nicolau e Brava são as ilhas que não conheço (ou seja, não conheço nada do meu país!), e este ano propus-me a partir á descoberta pelo menos das quatro primeiras. Uma já lá vai.
Mas uma coisa é certa, esta viagem a Fogo terá que ser repetida assim que surgir uma oportunidade porque soube-me a pouco. Na verdade eu só conheci a cidade de São Filipe, onde decorriam as festas. Ou seja, fui a Fogo e não vi o vulcão! É o mesmo que ir ao Vaticano e não ver o João Paulo II (oh, espera agora está lá outro...e parece-me que não tem havido assim tanta gente a querer ir vê-lo).
Bem, aviso aos visitantes deste recanto que, por mais uns pares de posts, vão ter que me aguentar com o assunto Fogo. Vou tentar passar para aqui as minhas impressões desses deliciosos 3 dias passados nessa ilha fantástica de gentes tão simpáticas e serenas que nos deixam saudades quando voltamos para uma cidade onde, a cada dois passos, ouve-se: "Cuidado que ainda te dão um caçu bodi", "soubeste que fulano de tal foi assaltado?", "ouvi dizer que houve 5 caçu bodis só na Terra Branca".
Enfim...vou esforçar-me ao máximo por manter as impressões da viagem o mais vivas possiveis, durante muito tempo. Por exemplo, estive a ler isto e agora só me apetece ir ver as fotos da viagem outra vez. Eu sei, é pura negação.