sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Fechado para (breve) Balanço

Ontem em conversa com um amigo confessamos um ao outro a vontade que às vezes dá de apagar o blog. E no Blogger isso é tão fácil. Há, numa das opções do menu, um botão onde diz "Apagar este blog?".
Vezes sem conta, já lá fui com o rato, um só click e pronto. Mas depois hesito, desisto. Lembro-me de que posso sempre ficar sem postar o tempo que quiser (embora a minha vontade de apagar o blog não tenha propriamente a ver com disponibilidade/vontade de postar). Outras vezes isto acontece com um post. Criamos o post mas depois desviamos o cursor e em vez de clicar Publicar postagem, salvamos como rascunho. Isso não me acontece muitas vezes. Geralmente, eu não me censuro (devia) e publico tudo e mais alguma coisa que escreva. Mas hoje guardei como rascunho a Parte 2 do tal balanço do ano que estava a fazer.
Vou antes fazer um balanço a este blog e pensar o que faço dele em 2007. Não, não vou clicar o "Apagar este blog". Feliz ou infelizmente, não tenho essa intenção. Ainda.
Boas Festas a todos, boas entradas em 2007.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Cabo Verde em 2006: Rewind (Parte I)

Três dias para o final de 2006. Que ano, hein? Enquanto não chega o balanço do So Pa Fla, não resisto a cair no lugar comum e fazer um balanço do ano ao país. Isto é, é um balanço de acordo com o meu sentir, a minha opinião. Por isso não estranhem certos destaques que poderão não parecer lá muito dignos de nota ( e também está um pouco a puxar por Praia, pouco sobre o resto do país). Mas se alguem quiser acrescentar algo: Flá També, nos comentários ou no Sopafla@gmail.com .

Eventos do Ano:
Steadfast Jaguar (exercícios da Nato) - as tropas estrangeiras invadiram Cabo Verde e dividiram águas. De um lado os fervorosos defensores, de outro os detractores, e ainda os indiferentes;
Copa do Mundo - a Copa é dos poucos eventos que, acontecendo num só país, mexe com todos os outros, mesmo os que não participam na competição, como foi o caso de Cabo Verde(por um triz);
Festival de Música de Santa Maria - deslumbrou pelo aparato técnico e pelo calibre dos artistas estrangeiros;
Feira Internacional de Cabo Verde - pelo menos a nível da propaganda que se fez foi um dos eventos do ano;
Festival de Música de Santa Catarina - repetiu-se a apoteose do Sal, graças ao mesmo mecenas venerado por todos, no matter what...
Mês do Cinema Documental - Foi o que nos salvou num país praticamente sem salas de cinema a funcionar. Entre o Oiá, a Mostra do Cinema Pobre e as exibições do CCF chegou a vez de Cabo Verde "descobrir" um género que desde há um par de anos tem registrado um renascimento, uma revitalização, a nível internacional.

Figuras do Ano:
José Maria Neves - primeiro, o Moranguinho reconquistou Cabo Verde, esbanjando charme durante a campanha eleitoral e conseguindo o 2º mandato para o PAI. Porém, ultimamente o nivel de popularidade deve estar a baixar, pois estamos em tempos de medidas impopulares;
Cristina Fontes - como se não bastasse a GI Jane ter comandado os exercícios da Nato, ela ainda consegue salvar a cara ao Governo quando aparece em horário nobre, armada de uma retórica imbativel, para defender o pessoal da situação;
António Correia e Silva - exemplar no seu trabalho na comissão instaladora da UniCV, destacou-se ainda mais por ter recusado descer de nível e embarcar na tentativa de polemização da sua escolha para reitor da mesma;
Abrão Vicente - goste-se ou não do rapaz, AV incendiou durante uns tempos a imprensa online e não só, alimentando acesas discussões devido às suas declarações consideradas polémicas. De resto, "N'ta mora li" continua na boca do povo;
Bloggers - sim, todos nós, comunidade blogueira caboverdiana, porque contra ventos e marés, com anónimos ou sem comentários, resistimos e mantemos activo no universo bloggístico o nome de Cabo Verde...

Fiascos do Ano:
Impugnações das Eleições Legislativas e Presidenciais - na verdade só foi um fiasco para aqueles que pediram as impugnações porque viram goradas as suas intenções. De resto, é saudável que haja quem conteste, pelos mecanismos apropriados numa democracia, aquilo que considera estar mal feito.
Apagão da Electra - este foi um anus horribilis no que toca á eletricidade. Basta dizer que há quem ainda não se tenha recuperado da falência causada pela Electra ;
Feiras do Livro - não houve este ano e quase nada se disse sobre esta ausência de peso num país ainda com tão pouca oferta de livros;
Inundações e Paludismo na Praia - este foi um ano de prova para aqueles que, como eu, amam esta cidade. Foi duro ver Praia a descer a niveis que julgávamos há muito ultrapassados. Restou-nos o consolo de que noutras àreas, noutros aspectos, a cidade evoluiu;
Arranque do acordo das ZDTIs - deu bronca, cabeças rolaram e ficou um inevitável amargo de boca e a triste sensação de que o país está a escoar-se-nos por entre os dedos...
Na Parte II: Os lançamentos do Ano (não de cds e livros), Os artistas do Ano, As máguas do ano, as modas do ano,...

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Mantenha

Mando mantenha e boas festas para os que estão a acessar ao So Pa Fla apartir de:


-Los Angeles (EUA)
- Teresina (Brasil)
- Salvador (Brasil)
- Abidjan (Costa do Marfim)
- Las Llanadas (Canarias)
- Coimbra (Portugal)
- Ferreiro (Portugal)
- Sao mauro Torinese (Italia)
- Malmo (Suécia)
- Okinawa (Japão)

E todos os outros lugares.

New Blogs On The Block (1)

Para meu contentamento, 2006 foi o ano do boom da bloguesfera caboverdiana. Há novos blogs por aí, há gente a escrever Cabo Verde e o mundo pelos olhos de cabo-verdianos.
Esta semana no New Blogs On The Block: Maktub.

Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade


A última da hora, reconciliei-me com o natal. Não com a parte das compras (tortura para mim que já não tenho paciência para compras durante o ano quanto mais...), do armar de àrvores, cozinhados...não. Rendi-me foi ao facto de que, afinal faz sentido aproveitar uma época do ano para exprimir por palavras e gestos simbólicos aquilo que acredito que a maioria de nós demonstrou durante o ano. Enfim, nem todos os dias dizemos aos que nos são queridos e próximos que queremos que eles sejam felizes e que as coisas lhes corram bem. Não o fazemos com palavras mas com gestos e atitudes, por vezes imperceptiveis.
Quero que este natal seja para mim também uma oportunidade de reconquistar a confiança e esperança no género humano. Uma oportunidade de ver as coisas com outras cores. Porque ainda há coisas coloridas neste mundo, não? Há sim, vejam só isto :)
A todos um feliz natal.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Contar Cabo Verde

Pouco a pouco, estou a voltar à chamada socialização. Ontem estive no lançamento dos novos contos de Fátima Benttencourt: Mar - Caminho Adubado de Esperança (uma edição do Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro).
Pela primeira vez, desde há muito tempo, estive no lançamento de um livro como acho que todos os lançamentos deviam ser: com uma certa dose de informalidade, descontração e muita emoção e calor humano. Nada daquela fria informalidade e pomposidade. Gostei muito da intervenção de Vera Duarte, uma das apresentadoras, que empunhou corajosamente a bandeira do género (nestes tempos em que não fica bem defender e marcar posição pelas mulheres pois logo se é acusado de feminismo) e da análise que fez da obra.
Uma das coisas que Vera Duarte referiu, e que me prendeu a atenção, foi sobre a leitura literal que muita gente faz daquilo que lê. Isto é, é mais comum do que podemos pensar num primeiro momento, acontecer a uma pessoa ler uma obra e identificar algum personagem - ou pelos menos sentimentos e situações vividos por algum personagem - como sendo próprios do autor ( principalmente quando escritos na primeira pessoa mas não só).
É triste, mas há sim pessoas assim limitadas.
Do livro em sí não posso ainda dizer muito, porque ainda apenas lhe dei uma leve vista de olhos. Mas achei charmosa a ideia de cada conto ser precedido da letra de uma música, músicas que como os contos de Fátima Bettencourt narram a odisseia da emigração do povo caboverdiano.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Sentidos

Ouvindo. Pidrinha de Dudu Araújo. No ano passado, estava a passar uns dias no Tarrafal e, houve um dia em que adormeci com os auscultadores do radinho ao ouvindo. Madrugada a dentro, meio a dormir meio acordada, ouvi a música É Morna. Foi a primeira vez que ouvi esta música e no dia seguinte não me saía da cabeça. Achei-a lindíssima e também a voz do cantor, que não sabia quem era. Andei uns tempos absecada, tentando saber quem era o dono daquela voz (ainda passou-me pela cabeça que era o Albertino, mas algo me dizia que não era) e o autor daquela música tão bela. Só muito recentemente voltei a ouvir a música pela voz da Nancy Vieira, que também a interpreta maravilhosamente, mas ainda não estava satisfeita. E então descobri Pidrinha. E entre as simples mas deliciosas canções que formam o CD (Um Morna d'Certeza também toca em repeat) lá estava...É Morna, na voz do trovador que me inquietara naquela madrugada de há mais de um ano.
Lendo. Li, e voltei a ler, a crónica de Marilene Pereira n' A Revista. Sobre esse mal que parecia coisa distante, coisa de sociedades moderníssimas e corrompidas pela ambição e pelo materialismo exarcebado. A crónica falta de tempo.
Dei por mim a reconhecer-me em alguns traços do retrato que ela pintou do tal personagem, o Filó. Sim, eu também de vez em quando embarco nessa correria de fazer isso e mais aquilo, trabalhar, estudar, não sei que mais...e lá se vai sacrificando aquelas coisas que nos parecem pequenas, ou que pensamos que depois havemos de arranjar tempo para elas...mas às vezes já não chegamos a tempo, pois não?
Recentemente sacrifiquei um par de coisas que queria muito fazer e que sei que de certa maneira me enriqueceriam. E ficou-me um gosto amargo na alma. Tento consolar-me, pensando que há compromissos que se tem de cumprir. Não podemos simplesmente rebelar-nos e quebrar certas correntes que nos prendem, porque essas correntes são, afinal, a nossa rede de segurança e corremos o risco de ao libertarmo-nos delas por um dia, por umas horas que seja, ficarmos indeterminadamente sem a tal rede de segurança. E então? Então somos mesmo escravos. Escravos do nosso trabalho, das contas que temos que pagar no fim do mês, das notas que temos que obter nos testes...Claro que há alguns privilegiados que não tem que prestar contas a ninguem do seu tempo e podem fazer dele o que bem entender.
Mas, ainda assim, não deixa de ser verdade que às vezes podemos mesmo mandar a aula do dia à fava, esquecer o capitulo de hoje da novela e preferir antes uma boa conversa, uma exposição que amanhã já não estará lá, uma companhia que não sabemos se teremos sempre.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Round Up The Usual Suspects (12)

Tenho andado um pouco arredada da bloguesfera (na verdade, de tudo), de modo que andei em revista aos suspeitos do costume (que na verdade não são só os da lista aí ao lado) para saber do que se tem falado por aí...
No Albatroz, Filinto solta a poesia para falar do natal (será do natal que ele nos fala?), este tema cada vez mais antipático a muita gente. Eu também aderi á moda e "estou que não posso" com o natal. Bem, este natal nosso de hoje em dia...
A Rosário,escreve sobre infâncias roubadas. Eu tenho pensado muito nas infâncias de hoje em dia. Tenho pena desses meninos criados em creches e ATLs que só vêm os pais um poucochinho de manhã, na correria e gritos do sair para o trabalho, um poucochinho à noite, entre o telejornal e mais uma resma de trabalho por conluir.
Leio praticamente tudo o que há a saber sobre o assunto das licenças para as novas emissoras de televisão no Nos Media. Concordo com o Silvino. Cumprir com os requesitos mínimos não significa que de uma sentada tenha que se atribuir a licença a todos ,quando é óbvio que não temos capacidade para suportar tanto.
No Sondisantiagu, questiona-se se o popular Casa da Cultura foi censurado ( a palavra é minha, o Djinho ficou-se pelas reticências), por causa dos números do Ministério da Cultura. Será? Mas de que vale censurar o programa por nele se dizer algo que toda a gente já está careca de saber? Bom, eu vou ficar à espera que o tal programa seja reposto (já que não foi no dia em que devia). Caso não seja, realmente é caso para todos criarmos macacos, gorilas mesmo.
Eilen não deixa de ter razão: há (ou deveria haver) festivais e festivais. O conceito de festival de praia ( ou praça), tipo cervejola e grelhados, não combina com determinados géneros de música. Faz-me confusão a mistura que se faz. Percebo que ao ensanduichar Cesária entre... sei lá, Alpha Blondy e Gil, os organizadores provavelmente pretendam chegar a todos os tipos de público, querem atender a gostos diversos. Mas... realmente não resulta lá muito bem. Não que a morna e outros géneros não mereçam espetáculos de grandes dimensões. Merecem é outro tipo de ambiente e um público realmente predisposto a ouvir e apreciar. Não é ali que se vai conseguir angariar apreciadores para os géneros "nobres".
Agora...ainda assim, eu se fosse a Eilen não arredaria pé. É que eu estou, por estes dias, justamente em estado de encantamento provocado pelo Dudu Araújo. E não, não estou a falar do recente CD, Nos Cantador. Como sempre, eu ainda estou no passado, a descobrir Pidrinha. O CD é mesmo muito bom e...eureka! Tem lá a música que durante um bom tempo tirou-me o sossego.
Quem quiser saber do que estou a falar, volte para o próximo post.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Desafio

Lá tive que interromper as férias para responder ao desafio da Straw.

Cada bloguista participante tem de enunciar 5 manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher 5 outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue".
Cá vai...
1. Não gosto de cumprimentar as pessoas com beijinhos e sempre que posso evito.
2. Se sei que alguem tentou me prejudicar, falou mal de mim, ou coisas assim não consigo ficar quieta. Tenho pelo menos que fazer saber a essa pessoa (às vezes de maneira rebuscada) que eu sei o que ela fez/disse.
3.Faço listas por tudo e por nada (tarefas do dia, cinco musicas para ouvir antes de ir dormir, lugares a visitar no ano que vem, 5 manias e hábitos meus...)
4. Já que não sou muito de usar palavrões tenho a mania de usar expressões como "uma ova", "um lugar que eu cá sei" e "não sei que diga" :)
5. Não consigo andar bem na rua sem nada nas mãos. Tenho que ter qualquer coisa para agarrar.
Passo o desafio à Rosário, à Margarida, ao Kafé, ao Gafanhotu e ao Tatarana, mas deixo ao seu critério se querem responder ou não.