segunda-feira, 27 de novembro de 2006

E homem?

Acabei de votar aqui na Mulher Cabo-Verdiana do Ano. Lura vai à frente.
Em quem votei? Cristina Fontes, claro. La poderosa.
E a lista com os candidatos a Homem Cabo-Verdiano do Ano?

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Damien knows...


And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time


And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time

And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...My mind...my mind...'

Til I find somebody new

Sim, ele sabe. Até o timido til i find somebody new encaixa. Por isso os meus olhos, afinal, já vão se desviando... mas é cilada, e eu devia também dele desviar os meus olhos. Bu I can't, but I can't ...

Damien Rice is here again

Eu realemnte não consigo tirar os olhos dele. E devia! Meu deus,como devia!

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Outras Contas

Há uma coisa chamada Google Analytics onde podemos ver o número de pessoas que visitam o blog durante a semana, que percentagem são novos visitantes e que percentagem são retornados e por que meios chegam ao SoPaFla. Eu não tenho muita paciência para isso e raramente vou lá ver. Mas há lá uma coisa que, isso sim, desperta a minha curiosidade para não dizer estupefacção. É que há lá um mapa que nos indica onde o nosso blog é lido e eu pasmo em saber que o SoPaFla tem leitores em lugares tão diversos como Saint Petersburg, Macau, Huston (nos EUA), Caracas, num lugar do Brasil chamado Canoas, em Nabainhos (Portugal),em Malmo (Suécia), Roma, Las Palmas e num sitio chamado Nishihara (na costa da India).
Eu estou cada vez mais convencida de que aquilo não funciona bem, é só para colorir ou assim. Quem em Herzozenaurach, Tulsa ou Fagnano Olona vai se dedicar a ler este blog de uma Joana Ninguem em Praia, Cabo Verde? Há cabo-verdianos nestes sitios todos?
O contador lá em baixo diz que este blog já vai em 201.311 visitas. Acho que vou tirar o contador. Isto é tudo meio intimidante.

Fazer Novas Contas

Hoje fiz questão de apanhar o autocarro 10 para ir para o trabalho. Estranhamente, ninguem comentava a subida dos preços. Até que, com umas quantas paragens já feitas, entra uma senhora que estende 35 escudos ao motorista e este devolve-lhe os 5 escudos dizendo-lhe que se enganara. Mas a senhora faz questão de esclarecer-lhe que os preços aumentaram e que agora o bilhete custa 35 escudos. O motorista bate com a mão na testa. Tinha se esquecido disso. No entanto, diz que ainda não lhe disseram nada lá na empresa, por isso continua a cobrar 30 escudos.
Ao mesmo tempo, por todo o autocarro há uma explosão colectiva com todos a, finalmente, comentar e opinar sobre o aumento dos preços. Há um pequeno grupo que não sabia de nada disso.
"Não viram o telejornal ontem?" - pergunta uma moça que vai sentada atrás do motorista. Não, responde-lhe outra que ficou aflita com a novidade. Mais atrás, um pequeno grupo abandona a discusão sobre os preços e passa a criticar as pessoas que não vêm "as coisas que realmente interessam e só querem saber de telenovelas".
De todo o lado chegam comentários, alguns descontentes, a maioria conformista. O senhor sentado ao meu lado, vestindo uma camisola do Benfica, declara que "a culpa é nossa. Fomos nós que os pusemos lá, agora é aguentar." Uma mulher sentada mais a frente revida que "o Governo fez o que tinha a fazer e o que faria qualquer Governo que lá estivesse". Alguns protestam. A moça que não viu o telejornal e não sabia de nada, está quase em lágrimas. Diz ela que apanha quatro autocarros por dia, já com muitos sacrificios. "Mo ki n'ta fazi go?"*, pergunta ela para ninguem.
O homem da camisola do Benfica critica o povo de Cabo Verde, que é muito passivo e desunido. Que hoje ninguem devia ter entrado nos autocarros. Que se fosse noutro país aquilo daria até guerra...
Depois de algum tempo, acabou a cocofonia naquela autêntica torre de babel, e eu tentei voltar ao Guia de Cinema - Iniciação á História e Estética de Cinema. Mas, por alguma razão, não consegui me concentrar no nascimento do peplum no cinema italiano. Fechei o livro e começei a olhar para as pessoas. A moça que não sabia como fazer para pagar 35 escudos quatro vezes por dia ia com a cara fechada, duas rugas verticais entre as sobrancelhas. O senhor da camisola do benfica, sentado ao meu lado, olhava fixamente para o bilhete de autocarro que segurava com as duas mãos, como que a fazer contas.
Senti-me estranha (uma espécie de traidora infiltrada?) ao pensar que eu devia ser das poucas ali que estava a decidir deixar, de uma vez por todas, de ir para o trabalho de taxi.

*Como vou fazer agora?

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Gosto Também De...(24)


Cinema. Gosto e pronto. Como muitas outras pessoas. E, se um dia fiquei chocada quando um amigo me confessou que não gosta de cinema, de nenhum tipo de cinema, hoje compreendo que as pessoas são diferentes e que não podemos nos ofender por todos não pertencerem ao mesmo rebanho. Nem achar-nos melhor do que os outros.
As diferenças, diversidades de gosto e opiniões são tão diversas que dentro do grupo que gosta de cinema, haverá aqueles que gostam de cinema de tipo A, cinema de tipo B ou cinema de tipo C. E dentro daqueles que gostam de cinema de tipo A, haverá aqueles que gostam dos filmes do autor X e os que preferem o autor Y. A maior parte das vezes, os que preferem os filmes do tipo A estarão convencidos de que os filmes desse tipo são melhores que os filmes do tipo B. E vice-versa.
Felizmente, há quem não seja radical. Eu alinho por esse grupo, dos que preferem a diversidade, dos que não têm preconceitos e não são fundamentalistas desse ou daquele tipo de cinema. Sim, consigo ler os filmes de Chaplin para lá da òbvia hilariedade; Murnau, Eisenstein, Felinni, Kurosawa, todos são génios e eu já vi pelo menos um filme de cada um deles, o bastante para querer ver mais. Mas não embarco na história de que tudo o que vem da américa, mesmo tudo o que venha de Hollywood é mau. Não, nunca hei de trair a emoção que Adaptation, de Spike Jonze, me causou só para agradar aos que lhe torcem o nariz por ser um novato e ainda por cima vindo dos video clips; não desgostarei jamais de Apocalipse Now ou Taxi Driver para caber no fato de cinéfila intelectualóide; não renegarei Spielberg e tudo o que enriqueci com os seus filmes por ele ser milionário.
Eu prefiro acreditar que há espaço para tudo, desde que seja bom. Porque, não vamos agora meter nas nossas cabeças que tudo o que é feito fora Hollywood, fora da América, em estilo underground, é coisa boa. Veja-se o movimento Dogma: fez-se lá verdadeiras obras-primas, mas também muita "porcaria".
E, then again, até a "porcaria" tem a sua utilidade. Lembro-me, por exemplo, das 8 horas de viagem Joanesburgo/Dakar em que tentei a todo o custo ver Totsi ,mas no estado fisico e psicológico em que estava, não consegui. Mudei para o boçal A Pantera Cor de Rosa (com Steve Martin) e, naquele momento, foi uma opção acertada. Descontraí em dois tempos e quando desembarquei tinha outra disposição.
Está bem, respeito que haja quem queira sempre ver Bergmans e Godards ( por gosto, e não para conseguir uma vaga no clube dos intelectuais, dos underground, etc e tal). É uma opção a que têm direito. Agora, que respeitem também quem não queira ver estes, ou que para além destes queiram ver Peter Jackson e Nancy Meyers.
Se o objectivo é de mudar mentalidades, consciencializar as pessoas para outras linguagens de Cinema, faça-mo-lo sem agredir os outros, faça-mo-lo gradualmente, faça-mo-lo sem pretensiosismos e sem subestimar ou sobrestimar ninguem.
Falo de Cinema, mas penso da mesma maneira em relação à música, à Literatura... enfim, à vida, de um modo geral.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Sentidos

Ouvindo. Subtilmente,sentem-se as melhorias na RTC. A Rádio de Cabo Verde continua a ser quanto a mim aquela que melhor serviço presta aos ouvintes e ver que continuam apostados em melhorar é reconfortante. O jornal da manhã, por exemplo, está mais dinamico. E é ainda o único espaço público de debates politicos e socias que nos nossos meios audiovisuais. Carlos Santos e equipe estão de parabéns e espero que continuem a trabalhar para melhorar outros aspectos.
Lendo.O Guia do Cinema - Iniciação à História e Estética do Cinema (de Gaston Hausture). Muito agradável de se ler, faz uso de uma escrita leve e despretensiosa. Uma abordagem aos primórdios da sétima arte, uma viagem apaixonante pelos bastidores do cinema que nos dá a conhecer as evoluções técnicas e estéticas enquandrando-as no ambiente social que se vivia em cada época.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Ego Amaciado

Por vaidade, e também porque o autor do texto mo pediu, publico aqui um e-mail que recebi de um dos meus mais recentes pen-friends, a propósito do meu aniversário que eu, faladeira, "escancarei" aqui no blog.

Quem não sabia teve assim oportunidade de ficar a saber que Kamia está cá neste mundo há 27 anos.
Quem, como eu, teve o seu primeiro encontro com Kamia neste seu blog e desde então a vê apenas aqui, terá ficado surpreendido.
Com tamanha frescura e graça, e tão forte vitalidade, era de crer tratar-se de uma teenager. Veja-se o à-vontade com que ela, ao abrir do seu blog, declara ser “caboverdiana irremediavelmente franca”.

Num email, Kamia tranquilizou-me dizendo : “não me relaciono com as pessoas consoante a sua cor”.
Eu sou branco, português, vivo em Portugal (e... sou um homem já de uma certa idade...).
Não há muito tempo comecei a olhar com mais atenção Cabo Verde e os caboverdianos, e a simpatia instalou-se rapidamente.
Foi ao buscar informações na Internet, acerca dessas ilhas e da sua gente, que caí, já não sei como, no blog Sopafla. Fiquei preso e tenho percorrido os posts dos anos anteriores, saboreando com admiração e prazer as intervenções de Kamia. Intervenções sempre viradas para o bem e para o bom.

Há uma quantidade enormíssima de crianças que rodeiam Kamia e que ela adoptou. Perfilhou. Serão elas a parte principal da sua descendência. São as palavras. Palavras de várias raças. Palavras crioulas, palavras portuguesas, palavras inglesas... A todas elas Kamia trata com carinho, com amor. E com elas exerce o seu talento.

Um português importante, que viveu há não sei quantos séculos, adoptou, como lema ou divisa para a sua vida, a expressão francesa “Talent de bien faire”.
Pelo que se sente na leitura das intervenções de Kamia, não há dúvidas acerca dela, não é preciso anunciar, o talento de bem-fazer vê-se nela, é uma das suas características.
Características que, sem dúvida, a teenager de 27 anos de idade continuará a possuir, intactas, ao avançar pelos 90 anos.

Fernando Marques Pinheiro

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Kusas simplis di fazi e xinti sabi es fin di simana

Screbi, screbi, screbi ti mon duen
Cozinha um prato diferenti e sabi pa familia
Ba da dos pé di badju
Ba pasia Lucky Bastard (el tem kel nomi li pamodi el cai di casa e sobrivivi) na bera mar .

Outsider

Subitamente, o Cinema regressa a Praia em força. Em Outubro, Novembro e Dezembro vamos ter um fartote de eventos cinematográficos: a mostra de documentários Oiá (que terminou no dia 29 de Outubro) ), outra mostra de documentários organizada pelo Cntro Cultural Francês que ainda está a decorrer no PCIL, no dia 23 deste mês arranca o muito aguardado evento Cinema Pobre em Cabo Verde,dinamizado por Francisco Weyl e,ainda no final deste mês,a estreia do filme co-produzido em Cabo Verde, A Ilha dos Escravos.
Compromissos vários tem-me mantido afastada dos eventos já realizados mas,estou a fazer malabarismos com a minha agenda de filha/trabalhadora/estudante/pseudo-colunista/amiga etc. & tal para ver se consigo apanhar a carruagem.Afinal,não se sabe até quando vamos ter bençãos dessas e há que aproveitar. Principlamente para ver coisas diferentes, outras linguagens cinematgráficas e ouvir falar de Cinema quem dele mais entende: aqueles que fazem acontecer o Cinema, seja ele pobre, ramediado ou rico. Que seja para todos nós uma oportunidade de enriquecer o espirito.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

27

* Aos 27, estou bem de saúde, tenho a minha querida familia, tenho trabalho, faço coisas que gosto, perdi amigos e ganhei outros, acabei um namoro relâmpago mas o coração continua in the mood for love...
* Aos 27, constacto estupefacta que o meu nome (na verdade o meu nick) aparece na mesma lista que Orlando Pantera, Mário Lúcio, Mito, Nácia Gomi, Teté Alhinho...(sem desmérito para os demais). Bem, ainda não percebi bem de que é a lista mas não consigo deixar de me sentir desconfortável. Sem falsas modéstias, quem sou eu para ombrear com gente que já tem provas dadas e tem posto o nome de Cabo Verde riba lá, como diz o outro.
* Aos 27 anos sou uma pessoa mais calma, ponderada e menos ingénua que há um ano atrás (ê auto-elogio nhas gent!).
* Aos 27, e ainda sem canudo (sim!), não me sinto nem um grama inferior aos meus colegas de geração que, felizmente, conseguiram o sucesso na hora certa e estão agora no emprego dos seus sonhos.
* Aos 27 anos, estou consciente de cada um dos meus defeitos e um deles é o Orgulho. Orgulho de que Inveja e Rancor não façam parte da minha lista de defeitos. Tenho pena das pessoas que vivem com estes sentimentos.
* Aos 27, continuo a furar a dieta e a ginástica daí que o 86-60-86 vai ficando sempre para depois :).
*Aos 27, quero muito mais para a minha vida do que apenas casamento-carreira-filhos.
*Aos 27, tenho que aguentar com perguntas... tipo esta: "Não tens vergonha de ainda não teres um filho?". A resposta, claro, foi uma gargalhada :)
*Aos 27, volta e meia dou por mim angustiada com a imensidão de coisas que ainda não sei.
*Aos 27 anos, sou o tipo de mulher que não tem pudor em assumir a idade que tem e sinto-me bem com ela (a fase da negação passou há já uns dois anos. Hum... talvez volte daqui a uns anos.).
* Aos 27 anos, amo uma boa conversa, sitios sossegados, coisas simples, gente simples. Não sinto necessidade de estar em todo lado, saltitando de evento em evento. Tenho a sorte de conviver diariamente com duas ou três pessoas incriveis, com quem aprendo sempre qualquer coisa, que apreciam a minha companhia e sobretudo que em algum momento, mesmo nos dias menos bons, me deixam feliz.
Hoje quando apagar as velas, vou fazer como as crianças e pedir um desejo. Ora...claro que não posso contar o que é : )

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

"Housisms"

Já estou quase no fim da segunda série de House. Como é habitual acontecer nas séries (a não ser que os argumentistas sejam extremamente criativos), a série entrou naquele ponto em que os episódios começam a tonar-se um tanto quanto maçadores, repetitivos até. No caso de House, as doenças e os sintomas já nos parecem quase todos os mesmos, já não temos paciência para os quase sempre previsiveis espasmos, paragens cardiacas, dificuldade em respirar e o consequente apitar e guinchar da maquinaria. Alguns dos casos que chegam ao hospital têm mesmo contornos e desfechos algo novelescos.
Mas há ainda pelo menos três razões para se continuar a acompanhar e a apreciar House:
1. A música. Cada novo episódio de House trás um punhado de boas músicas. Percebe-se que os temas não estão lá para encher os tempos mortos, isto é, o seu conteúdo encaixa harmoniosamente com o tom de cada episódio e são temas de qualidade. Elvis Costello, Bird York, Damien Rice, Korn, Amos Lee, Ryan Adams e Diana Krall são alguns dos nomes cujas músicas acompanham os episódios de House, bem como alguns clássicos como Bach e Puccini.
2. A realização. É mesmo muito boa. Cada episódio está melhor filmado que o anterior. O realizador deve ter andado a ver os filmes de David Fincher (especialemnte Fight Club). Aqueles geniais movimentos de câmara, meu deus, aqueles planos...só visto mesmo, não dá para explicar. E a montagem também está muito bem conseguida.
3. Gregory House. Sim, House continua a ser o melhor que a série que leva o seu nome tem. Que personagem! Quando se pensa que já não se pode ficar surpreendido com as suas tiradas e os traços da sua personalidade, heis que ele sai-se com algo que nos deixa de queixo caído e a rir até às lágrimas. House é irónico, cinico, megalómano, misantropo, rude, indiscreto, manipulador, enfim... um verdadeiro filho da mãe de quem não se consegue deixar de gostar. Isso mesmo, dificelmente consegue-se detestar o Dr. House. Como é possivel? Vejam a série.
Citação: Adoro o cheiro de pus pela manhã. Cheira a vitória! - Dr. House (quem mais?) -